Como funciona a Worldpackers: dicas de quem usou e desconto
Já fiz muitos mochilões e intercâmbios convencionais, mas minhas viagens trocando trabalho por hospedagem com certeza estão entre as melhores da minha vida. Neste post, você encontra um super guia sobre esse estilo de viagem e sobre como funciona a Worldpackers, uma das principais plataformas pra encontrar vagas de work exchange mundo afora.
Amo ajudar outras pessoas a viajar assim! E além da minha experiência como viajante usando a plataforma no Brasil e no exterior, sou membro dos times de Experts e Bloggers da Worldpackers. Também aprendi muito sobre esse estilo de viagem entrevistando outros viajantes aqui pra o blog. :) Agora quero te explicar tudo sobre como funciona a Worldpackers, e se ao final do post ainda tiver dúvidas, é só usar os comentários pra perguntar!
Neste texto você vai encontrar respostas pra as seguintes perguntas sobre como funciona a Worldpackers:
1. O que é um intercâmbio de trabalho por hospedagem?
2. O que é a Worldpackers?
3. Como funciona a Worldpackers?
4. Por que fazer um intercâmbio de trabalho?
5. Quais os tipos de trabalho disponíveis?
6. Qual a carga horária?
7. Quais são os benefícios?
8. O que não está incluído?
9. Quanto tempo dura a viagem?
10. A Worldpackers é confiável?
11. Que precauções tomar?
12. É preciso pagar?
13. Por que usar a Worldpackers?
14. É preciso obter vistos?
15. Dá pra ganhar dinheiro?
16. É necessário falar inglês?
17. É preciso ter experiência?
18. Como encontrar uma boa vaga?
19. Como conseguir ser aceito pra uma vaga?
Aqui no blog você encontra um guia completo sobre troca de trabalho por hospedagem, com dicas e relatos de experiências minhas e de outros viajantes.
Como funciona a Worldpackers
Bem-vinda (o) ao guia “tudo que você sempre quis saber sobre intercâmbio de trabalho por hospedagem e não tinha pra quem perguntar”. ;) O foco desse texto é como funciona a Worldpackers porque é a plataforma que mais gosto e utilizo, mas a maioria das respostas vale também pra outros sites do tipo. Recomendo dar uma olhada também em outras opções de sites de work exchange.
1. O que é um intercâmbio de trabalho por hospedagem?
Como indica o próprio termo, a ideia básica do intercâmbio de trabalho por hospedagem é trocar algumas horas diárias de trabalho por um lugar pra dormir, de forma temporária, enquanto você tá viajando.
No entanto, a troca costuma ir muito além disso. Tanto no sentido prático, já que você pode receber diversos outros benefícios além da hospedagem, quanto humano, porque pode ser uma experiência massa de aprendizado e colaboração.
O mais comum é encontrar esse tipo de troca em hostels (albergues), mas também existem muitas oportunidades em pousadas, ONGs, fazendas, projetos ecológicos, casas de pessoas físicas e pequenos negócios de diferentes tipos.
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Albergues para iniciantes: tudo que você precisa saber
É comum que viajantes se refiram a esse tipo de viagem como “voluntariado”, mas vale ressaltar que na maioria das vezes a prática não tem fins sociais. O que a troca de trabalho por hospedagem deve sempre ser é um acordo mútuo que traga vantagens pra as duas partes e respeite a comunidade no entorno.
Os tipos de funções que podem ser exercidas nesse intercâmbio variam muito, a depender das necessidades do anfitrião e das habilidades do voluntário. Habilidades essas que você pode já ter ou, dependendo da vaga, pode querer desenvolver. Mas calma, que vou me aprofundar nisso logo mais!
2. O que é a Worldpackers?
Fundada por dois amigos brasileiros, a Worldpackers é uma plataforma criada pra conectar quem precisa de ajuda com algumas tarefas (os “anfitriões”, ou hosts) e quem quer tornar sua viagem mais barata e interessante oferecendo alguma ajuda (os voluntários, worldpackers ou simplesmente viajantes).
A empresa foi criada em 2014 e desde então eles criaram uma comunidade com milhões de viajantes e anfitriões em mais de 170 países.
Já visitei o escritório doa Worldpackers em São Paulo, trabalhei com eles em alguns projetos e acho a galera muito gente boa, além de séria e comprometida. E também acho massa a filosofia da empresa, cujo propósito é “democratizar experiências de viagem significativas através de um mindset colaborativo”.
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3. Como funciona a Worldpackers?
Vamos agora à questão propriamente dita: como funciona a Worldpackers? Na verdade não tem muito mistério. Qualquer pessoa pode acessar o site e explorar as vagas disponíveis pelo Brasil e mundo afora, usando a interface deles que me parece ter ótima usabilidade.
Em linhas gerais, o processo é assim: você cria um perfil na plataforma, procura uma ou mais oportunidades que lhe interessem, manda sua aplicação (inscrição) pra o anfitrião e conversa com ele pelo chat do site.
Os anfitriões devem descrever as condições do “intercâmbio” na página de anúncio da vaga no site, que também tem uma parte onde outros viajantes que já foram pra lá escrevem avaliações sobre o lugar. Mas também é bom conversar com eles pra esclarecer quaisquer dúvidas sobre a troca.
Depois disso, o host decide se quer lhe aceitar e, se for o caso, você decide se confirma a viagem. E aí é só chegar no lugar na data combinada, com muita disposição pra colaborar.
4. Por que fazer um intercâmbio de trabalho?
“Ah, mas eu vou trabalhar nas minhas férias ou no meu período sabático? Qual o sentido disso?”, você pode se perguntar. Claro que o “sentido” é algo muito pessoal, mas um intercâmbio de trabalho por hospedagem pode ser muito interessante por várias razões.
1. Economizar
Provavelmente o primeiro fator que vem à mente é a economia, já que ao viajar pela Worldpackers você poupa o gasto com hospedagem. Mas mesmo nesse quesito financeiro, a vantagem não para por aí.
Afinal, você pode economizar também com alimentação, caso o anfitrião ofereça uma ou mais refeições por dia ou lhe dê acesso a uma cozinha. E o impacto disso no orçamento da viagem costuma ser enorme. Somadas, hospedagem e alimentação costumam compor cerca de 70% dos gastos de um viajante.
Também costumam rolar economias com várias outras coisas, de acordo com os benefícios extras que o anfitrião oferecer. Alguns lugares dão acesso a bike pra circular pela cidade e gratuidade ou descontos em passeios e eventos, por exemplo. Sem falar na possibilidade de conseguir várias dicas de quem mora no lugar, o que permite gastar bem menos que um turista comum.
Por isso, viajar pela Worldpackers é ótimo pra quem tá com pouca grana, especialmente em viagens longas. E pode inclusive substituir um intercâmbio tradicional, permitindo praticar idiomas estrangeiros intensamente com baixo custo. ;)
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2.Viver como um morador
Mas as vantagens da troca de trabalho por hospedagem vão muito além da economia. Essa é, também, uma opção perfeita pra quem gosta de viajar devagar, ficando mais tempo em cada destino e vivendo uma imersão na cultura local.
Afinal, viajando assim geralmente você passa mais tempo no lugar que um turista comum. E, consequentemente, tem a chance de frequentar cantinhos menos turísticos e conviver com gente do local. Ter uma rotina numa cidade diferente é uma delícia!
3. Fazer amigos
Ah, e falando em convivência, arrisco dizer que essa é minha parte preferida. Um work exchange é ótimo pra quem quer conhecer pessoas interessantes e conviver com elas um pouco mais profundamente. Um dos que eu fiz durante meu mochilão de 4 meses pela Europa teve justamente esse foco. Afinal, depois de viajar bastante sozinha, queria ter “uma galera” pra chamar de minha por um tempo.
Muitas experiências desse tipo permitem conviver com moradores do lugar, enquanto em outras você conhece gente do mundo inteiro. E isso vale até mesmo pra projetos dentro do Brasil. Trabalhando em um hostel numa cidade turística, por exemplo, costuma ser fácil fazer amigos do mundo todo e aprender sobre várias outras culturas.
4. Praticar habilidades ou aprender coisas novas
Outra razão pra viajar pela Worldpackers é praticar habilidades que você já tem ou desenvolver novas. O que pode ser uma forma legal de ganhar experiência de trabalho numa carreira em que você está começando, por exemplo. Já conheci um cara que queria ser fotógrafo e fez isso pra montar portfólio e uma menina que trabalhou na cafeteria de um hostel porque queria abrir seu próprio café.
Além disso, essa é uma maneira de aprender coisas totalmente novas pra você, tipo permacultura ou culinária, mesmo que só por curiosidade. Eu amei passar duas semanas numa micro cidade no interior da França fazendo jardinagem porque tinha zero experiência com isso e não tenho o costume de executar atividades mais “braçais”. Foi uma experiência massa!
5. Dar mais propósito à sua viagem
Também tem muita gente que escolhe os intercâmbios de trabalho por hospedagem porque busca um propósito pra suas viagens que vá além do turismo comum. Isso pode ser atuando como voluntário numa ONG, mas também em qualquer outro projeto que tenha uma pegada realmente colaborativa. Afinal, compartilhar conhecimento e criar conexões com pessoas que não estão só de passagem torna a viagem muito mais rica.
6. Sair da zona de conforto
Viajar pela Worldpackers também ajuda a sair da sua zona de conforto, se você se abrir pra isso. Seja fazendo uma tarefa que você nunca experimentou antes, morando num lugar diferente do que está acostumado ou convivendo com pessoas de culturas distintas, a experiência costuma ser de muito aprendizado. É uma chance pra rever seus conceitos, se deparar com outras visões de mundo e se desafiar.
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E o mais legal é que existem vagas pra os mais diferentes perfis de viajantes e pra atender a diversos objetivos. Por exemplo, se seu foco é praticar o inglês, a dica é buscar um ambiente muito internacional, onde a língua seja falada com frequência.
Se quiser passar um tempo em um ambiente mais tranquilo, pode procurar um projeto ecológico no meio da floresta ou uma comunidade hippie. E se a ideia é fazer muita farra, o ideal é aplicar pra uma vaga num party hostel. O céu é o limite!
5. Quais os tipos de trabalho disponíveis?
Uma das perguntas mais comuns sobre como funciona a Worldpackers é em relação aos tipos de trabalho que o viajante pode exercer. Mais uma vez, o céu é (quase) o limite. Você encontra na plataforma muitas tarefas diferentes, indo desde habilidades bem específicas a outras mais genéricas.
A seguir, vou falar um pouco sobre as funções mais solicitadas pra intercâmbio de trabalho na Worldpackers:
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Receber e ajudar hóspedes
Esse tipo de vaga consiste basicamente em trabalhar na recepção de um hostel, pousada ou hotel. Fazer check-ins e check-outs, levar os hóspedes até o quarto e tirar dúvidas sobre a hospedagem e a cidade são algumas das tarefas comuns nessa área. É uma boa opção pra quem gosta de estar em contato com o público.
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Comunicação e marketing
Caso você tenha experiência com comunicação ou leve jeito pra coisa, não é difícil encontrar anfitriões precisando de uma ajudinha na área. Hoje em dia, muitos estabelecimentos precisam de ajuda com o marketing digital. As vagas podem envolver funções como gerenciamento de redes sociais, design gráfico, fotografia e vídeo, por exemplo.
Minha experiência profissional é nessa área, então foi o que escolhi fazer no Budapest Budget Hostel, na Hungria, e na Pousada Brunello, em Paraty. Trabalhei me divertindo muito enquanto desvendava as cidades e produzia conteúdo pra eles.
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Divertir hóspedes
Quem é extrovertido e gosta de farra pode se dar muito bem entretendo hóspedes. Sim, parece brincadeira, mas vários albergues pelo mundo precisam de gente pra divertir as pessoas! Esse tipo de função envolve desde tocar instrumentos a ser guia em passeios e pub crawls.
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Reformar e decorar
Tem habilidades manuais, experiência com reforma e construção ou conhecimento sobre decoração? Você vai encontrar muitos lugares precisando de ajuda pra consertar algo ou dar uma nova cara aos ambientes.
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Ensinar
Falar idiomas, entender de TI, ser bom em esportes: essas são algumas das habilidades que você pode compartilhar com os outros através de programas de work exchange. Existem vagas específicas pra quem sabe ensinar algo que os anfitriões necessitam, especialmente em projetos sociais.
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Trabalho social
Se você procura um voluntariado com fins sociais, algumas opções são dar aulas, executar projetos artísticos, ajudar com tarefas administrativas, arrecadar fundos… Só recomendo redobrar a atenção nesse caso, pra não atrapalhar mais do que ajudar. Pra mais informações sobre intercâmbio voluntário com fins sociais, leia esses dois textos:
Leia também:
Problemas do voluntariado no exterior, ou “volunturismo”
Como fazer trabalho voluntário no exterior de forma ética
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Cuidados com a natureza
Quem procura um contato intenso com a natureza pode buscar iniciativas com uma pegada ecológica. Na Worldpackers existem muitos espaços dedicados à permacultura, jardinagem e cuidado com o meio ambiente.
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Cozinha e bar
Você arrasa na cozinha ou nos drinques, ou quer aprender? Então aproveite pra trabalhar fazendo comida, ajudando o chef, lavando os pratos, atendendo no bar, fazendo coquetéis ou até mesmo definindo o menu de um estabelecimento.
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Melhorias em sites e SEO
Habilidades de programação também são bem requisitadas na Worldpackers. Muitos anfitriões precisam criar ou fazer ajustes em sites e melhorar seu posicionamento em mecanismos de busca.
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Tarefas do lar
E não são só estabelecimentos comerciais que topam essa história de trabalho em troca de hospedagem. Também existem oportunidades pra quem se dispõe a fazer tarefas de casa, como faxinar e cuidar de animais ou crianças.
6. Como funciona a Worldpackers em relação à carga horária?
Muita gente também pergunta como funciona a Worldpackers em relação às horas de trabalho necessárias por dia e por semana. Mais uma vez, depende de cada vaga.
Geralmente são exigidas entre 15 e 30 horas de trabalho semanais, sendo de três a seis horas por dia, com de um a três dias de folga. Em alguns lugares, as folgas são fixas, mas muitas vezes elas podem ser negociadas pra você conseguir fazer uma viagem pelos arredores, por exemplo.
Recomendo avaliar se os benefícios são compatíveis com as horas de trabalho e se sua função vai substituir a que deveria ser de um funcionário contratado, pra evitar situações de exploração.
Leia também:
Quando a troca de trabalho por hospedagem vira exploração
7. Quais são os benefícios que o viajante recebe?
Outro ponto importante sobre como funciona a Worldpackers são os benefícios que o voluntário recebe em troca do trabalho. Eles podem variar muito de acordo com a vaga e também são descritos lá na plataforma. Mas como regra geral, todos os anfitriões oferecem hospedagem gratuita.
As exceções são apenas alguns projetos com fins sociais, em que pode ser cobrada uma taxa pra arcar com as despesas da sua estadia. Em lugares com fins lucrativos, no entanto, você não deve pagar nada.
E as condições de hospedagem, também descritas em cada vaga, podem variar bastante. Existem lugares onde os voluntários ficam em barracas de camping e outros com suítes privativas, por exemplo. O mais comum, no entanto, é compartilhar um quarto com outros voluntários.
Nas minhas viagens pela Worldpackers, fiquei tanto numa cama em quarto feminino em Budapeste (foto abaixo), dividindo banheiros e cozinha com outros voluntários, quanto numa suíte com duas camas em Paraty.
Benefícios além da hospedagem
OK, mas o que mais posso esperar além da hospedagem? O outro benefício mais comum é alimentação. Boa parte dos albergues oferece café da manhã gratuito. Alguns anfitriões dão também outras refeições, ou comida disponível pra você cozinhar.
Também é possível participar gratuitamente de passeios ou festas, além de ganhar descontos em bares e restaurantes. Em alguns casos, os hosts chegam a levar os voluntários pessoalmente pra passeios e eventos.
Outras recompensas oferecidas pelos anfitriões são carona desde o aeroporto ou estação, aulas de idiomas ou de esportes, uso gratuito da lavanderia, uso de bicicletas ou pranchas de surf, curso de permacultura e até terapias holísticas.
8. O que não está incluído na Worldpackers?
Em linhas gerais, tudo que não estiver mencionado como benefício não está incluído naquela vaga de intercâmbio de trabalho. No entanto, como esse também é um questionamento comum de quem pergunta como funciona a Worldpackers, achei importante ressaltar coisas necessárias pra sua viagem que NÃO são oferecidas pelo anfitrião ou pelo site. Não se esqueça de considerar essas despesas no seu orçamento de viagem!
- Passagens até o local: os anfitriões não pagam por sua passagem de avião, trem, ônibus ou qualquer que seja o meio de transporte usado pra chegar até o local do work exchange. Alguns podem lhe pegar na estação ou aeroporto de chegada, mas isso não é um benefício obrigatório.
- Transporte interno: existem também anfitriões que dão carona aos voluntários pra ir até a cidade de vez em quando, no caso de estabelecimentos mais afastados, ou que disponibilizam bikes pra uso gratuito. Mas de modo geral, o transporte interno na cidade do work exchange fica a cargo do voluntário.
- Visto: os hosts e a Worldpackers não oferecem auxílio pra pedidos de visto no caso de viagens pra o exterior.
- Salário: o intercâmbio de trabalho por hospedagem é baseado no conceito de troca e colaboração, sem remuneração envolvida. A ideia é que não exista um vínculo de trabalho entre o viajante e o anfitrião, então não há salário. Isso não significa que você não possa ganhar uma grana enquanto viaja pela Worldpackers, mas vou falar mais sobre isso num tópico específico mais adiante.
- Seguro Viagem: se for pra o exterior, recomendo fortemente fazer um seguro viagem. Além de ser obrigatório pra entrar maioria dos países europeus, o seguro é importante pra evitar perrengues e prejuízos caso você fique doente ou se acidente. No entanto, esse gasto também não é coberto pelos anfitriões.
Leia também:
Seguro viagem é realmente necessário?
Como contratar seguro viagem com desconto
9. Como funciona a Worldpackers em relação à duração da viagem?
Outra dúvida frequente de quem me pergunta como funciona a Worldpackers é “quanto tempo posso ficar no lugar?”. A resposta é: depende.
Cada anfitrião determina o tempo mínimo e máximo de permanência de um viajante e informa isso na página de descrição das vagas. Existem vagas disponíveis a partir de dois dias, mas o mais comum é que eles peçam o mínimo de uma ou duas semanas.
Em relação ao tempo máximo, alguns lugares colocam um limite de um ou dois meses. Mas muitas vezes é possível estender sua estadia já estando no local, se houver disponibilidade de espaço e interesse por parte do anfitrião.
Geralmente o tempo de permanência tá relacionado ao tipo de tarefa a ser executada. Por exemplo, se a vaga é pra fazer uma função pontual como grafitar uma parede, talvez não faça sentido pra o host ter aquele viajante ali por muito tempo.
Por outro lado, se o trabalho for gerenciar reservas e check-ins/check-outs, costuma ser necessário treinar o viajante pra usar o sistema do hostel. Nesse caso, não é interessante pra o estabelecimento ter uma rotatividade muito grande de voluntários e perder muito tempo com treinamentos.
Pela minha experiência, de duas a quatro semanas é um período ideal pra um work exchange. Mas é claro que se você tem menos tempo, vai ser legal também. E se quiser ficar mais depois de conhecer o lugar, ótimo!
10. A Worldpackers é confiável?
Você também pode estar se questionando se a Worldpackers é confiável. A resposta, como você deve imaginar pelo que já escrevi até aqui, é sim. Afinal, a empresa tem quase 10 anos e milhares de pessoas de várias partes do mundo viveram experiências positivas através dela.
Além disso, ela tem uma equipe qualificada pra prestar assistência aos viajantes e um seguro que ajuda em caso de problemas (vou falar mais sobre isso daqui a pouco). Outro ponto importante é que o site reúne depoimentos de viajantes, e através desse sistema de avaliações dá pra ter referências de cada anfitrião.
No entanto, é claro que a empresa não tem como controlar tudo que acontece entre anfitriões e viajantes. Se alguém não cumpre com o acordo previamente estabelecido, você pode acionar o seguro e também fazer uma denúncia à plataforma. A partir disso, a equipe julga se mantém ou não esse anfitrião no sistema.
Leia também: A Worldpackers é confiável? Veja dicas de segurança
11. Que precauções tomar pra viajar pela Worldpackers?
Quando falo sobre como funciona a Worldpackers sempre explico que costumo tomar algumas precauções de segurança ao viajar pela plataforma. Além de ler as reviews de outros viajantes no site, mando mensagens pra eles pra tirar dúvidas específicas sobre o anfitrião.
Além disso, coloco no Google os nomes do host e do estabelecimento. Se for um hostel, vejo também as avaliações do local em sites como TripAdvisor, HostelWorld e Booking.com.
Outra dica, que acho válida pra toda viagem, é pensar num plano B. Procure outras opções de hospedagem na cidade pra saber aonde ir caso as coisas não saiam como esperado no work exchange. E deixe sempre alguém de confiança avisado sobre onde você tá. Por fim, acho importante ter um chip de telefone local com pacote de dados e um dinheiro pra emergências.
Ah, e se essa for sua primeira experiência de work exchange e você estiver inseguro (a), por que não começar perto de casa? Eu fiz minha estreia na plataforma viajando em Paraty, e só depois fiz uma viagem do tipo fora do Brasil.
Pra quem mora perto de um destino turístico, ecovila ou algo do tipo, até um feriadão pode ser suficiente pra fazer um primeiro intercâmbio de trabalho por hospedagem. E não é preciso ir muito longe pra viver experiências super enriquecedoras.
12. A Worldpackers é paga?
Qualquer pessoa pode pesquisar vagas na Worldpackers gratuitamente. Dá pra ver as páginas de anúncio das vagas, com toda sua descrição e avaliações de viajantes. Assim, já dá pra sacar se existem oportunidades compatíveis com seu perfil nos destinos que pretende visitar.
No entanto, pra poder se candidatar às vagas e conversar com anfitriões é preciso pagar uma anuidade. Atualmente, o valor é de 49 USD anuais, ou 39 USD se você clicar aqui e usar o cupom JANELASABERTAS pra ganhar 10 dólares de desconto.
Eu acho um valor bem justo. Afinal, 39 USD (atualmente, cerca de R$ 150) é o preço de uma só diária em quarto compartilhado num hostel em várias partes do mundo, por exemplo. A economia continua sendo grande, né?
Além disso, a taxa é paga só uma vez por ano e dá direito a viajar pela Worldpackers quantas vezes você quiser durante os próximos 365 dias. Mesmo se você só fizer uma viagem de uma ou duas semanas, já vai compensar (e muito) o pagamento. E se a viagem for mais longa, então, nem se fala!
13. Por que usar a Worldpackers?
Outra questão importante sobre como funciona a Worldpackers é que viajar pela plataforma traz várias vantagens em relação a quem procura o mesmo tipo de troca por conta própria. E, pra mim, esses benefícios compensam totalmente o investimento na anuidade.
Existem, é claro, muitas formas de fazer um intercâmbio de trabalho por hospedagem em viagens. Você pode chegar no lugar e pedir uma vaga na cara dura, entrar em contato com conhecidos ou procurar hostels na internet e escrever diretamente pra eles com essa proposta, por exemplo.
No entanto, uma plataforma como a Worldpackers facilita muito as vidas do viajante e do anfitrião. Pra começar, é muito massa ter todas as oportunidades compiladas no site de forma organizada. Tão massa que já passei muitas e muitas horas só brincando de escolher vagas que me interessariam numa viagem imaginária, hehe.
E é claro que todo esse trabalho de curadoria tem um custo operacional, né? Além de encontrar anfitriões dispostos a fazer essa troca, a Worldpackers faz um processo de seleção pra ver se atendem aos critérios mínimos exigidos pela plataforma. É claro que isso não garante 100% a segurança e seriedade do host, mas ajuda.
Outro benefício de usar a Worldpackers é contar com o suporte da equipe, que ajuda os viajantes com eventuais questões. E além do staff, também é possível tirar dúvidas com a comunidade de Experts, que são viajantes experientes dispostos a ajudar outras pessoas.
Por fim, a Worldpackers oferece ainda um seguro. Funciona assim: se o anfitrião não cumprir com o combinado, a empresa ajuda o viajante a encontrar outro host perto dali. Se não conseguirem realocá-lo, eles pagam até três noites de acomodação em um hostel naquela cidade. Assim, caso tenha problemas você não fica no meio da rua desassistido.
13. De que tipo de visto preciso para viajar pela Worldpackers?
O tipo de intercâmbio realizado através da Worldpackers (e plataformas similares) não configura trabalho, já que não há trocas monetárias envolvidas. O objetivo da plataforma, afinal, não é substituir mão de obra qualificada de moradores do lugar por estrangeiros. A ideia é oferecer ajuda temporária pra trabalhos pontuais ou dar apoio pra as atividades principais do estabelecimento.
O visto necessário pra esse estilo de viagem depende de cada país. Eu acharia massa se no mundo todo tivesse leis e vistos regulamentando esse tipo de troca, mas ainda não existe. A princípio, então, é possível fazer work exchange respeitando os limites do visto de turismo em cada lugar.
Pra muitos destinos, como quase todos os países europeus, brasileiros têm entrada livre como turistas, com permanência limitada a 90 ou 180 dias, por exemplo. Pra outros, como EUA e Austrália, é preciso pagar pelo visto de turista. Informe-se sobre isso e sobre quaisquer outros requisitos necessários pra admissão no país, como seguro viagem ou passagem de volta.
Em países com imigração rigorosa como EUA, Irlanda, Inglaterra e Austrália, a recomendação de outros viajantes é não mencionar que está indo fazer um work exchange. Já que o propósito principal da sua viagem é passear, informe isso na imigração. Se falar em “trabalho”, mesmo sendo voluntário, pode ser que sua entrada não seja autorizada.
Alguns países, no entanto, têm vistos específicos pra voluntariado que não são difíceis de obter. Se for o caso, você pode apresentar sua confirmação de estadia obtida ao confirmar a viagem pela plataforma da Worldpackers.
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Guia sobre imigração na Europa
14. Dá pra ganhar dinheiro viajando pela Worldpackers?
Como já falei aqui, a proposta da Worldpackers não envolve remuneração. A ideia é promover trocas de trabalho por acomodação, comida etc. Quem faz work exchange não deve estar com objetivo de lucrar, e sim baratear sua viagem e viver experiências divertidas e transformadoras.
No entanto, isso não significa que você não pode ganhar dinheiro durante a viagem. Muita gente que troca trabalho por hospedagem trabalha de forma remota, seja como freelancer ou com negócios próprios. É o meu caso, por exemplo, já que enquanto viajo continuo trabalhando nesse blog aqui, que é minha empresa.
Mas os jobs não precisam ser virtuais. Também tem quem use o tempo de folga do work exchange pra trabalhar em algum outro estabelecimento no destino, tocar música na rua, vender comidinhas ou artesanato etc.
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Caso essa seja sua intenção, certifique-se de que o trabalho não vai atrapalhar o combinado com seu anfitrião. Também vale avaliar se você não vai ficar muito cansado e se ainda vai ter tempo de aproveitar a experiência. E não se esqueça, é claro, de respeitar as leis locais.
15. É preciso falar outros idiomas pra viajar pela Worldpackers?
E como funciona a Worldpackers em relação aos idiomas? É preciso ser fluente na língua do local? Depende da vaga. Pra muitas oportunidades no exterior, especialmente quando a função exige contato com o público, é pedido um nível intermediário ou avançado de inglês e/ou do idioma local. Mas isso tá longe de ser uma regra geral.
No Brasil você encontra muitos projetos que não exigem nenhum idioma estrangeiro, por exemplo. E mesmo no exterior, pra muitas vagas basta um nível básico de inglês, espanhol ou o idioma local.
Afinal, não é necessário fluência pra forrar camas, cuidar de plantas ou lavar banheiros, por exemplo. Mas é claro que quanto mais idiomas você falar bem, mais oportunidades vai ter e mais chances de ser aceito em vagas disputadas.
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Vale ressaltar que muita gente usa o work exchange justamente como uma forma de aprender ou praticar um idioma estrangeiro. Pra isso, o ideal é ir pra um ambiente onde essa língua seja realmente falada no dia a dia. Por exemplo: se você quer ir pra França pra falar francês, talvez não seja o ideal trabalhar na recepção de um albergue numa grande cidade, onde boa parte das conversas provavelmente serão em inglês.
Por outro lado, aqui mesmo no Brasil você encontra algumas oportunidades bem legais de praticar idiomas. Na recepção de um hostel no Rio de Janeiro ou numa praia como Pipa, você certamente vai lidar com muitos estrangeiros. Pode ser uma forma legal de falar inglês ou espanhol sem sair tanto da zona de conforto!
16. É preciso ter experiência naquele trabalho?
Mais uma vez, a resposta é “depende”. O nível de experiência necessário varia de acordo com a função e com as exigências do anfitrião. Existem vagas que pedem inclusive portfólio, mas também tem hosts dispostos a ensinar tudo pra quem não sabe.
Geralmente funções mais específicas com programação, fotografia e construção requerem algum nível de conhecimento. Já as tarefas menos especializadas, como limpeza e arrumação, não costumam exigir nada além de disposição.
Eu já fiz work exchange tanto na minha área de expertise profissional (comunicação) quanto pra fazer jardinagem, que era algo completamente novo pra mim. O importante é ter clareza sobre os pré-requisitos na hora de aplicar pra vaga. Afinal, uma questão importante sobre como funciona a Worldpackers é a necessidade de honestidade e comprometimento das duas partes. Não diga que sabe fazer o que não sabe!
17. Como buscar uma vaga na Worldpackers?
Achar uma vaga legal na Worldpackers não é nada difícil. Na verdade, é tão fácil que já fiquei horas e horas salvando oportunidades interessantes pra talvez me inscrever um dia. Isso porque a plataforma tem opções bem variadas e tem também um filtro que permite visualizar só o que corresponde aos seus interesses.
Pra começar, acesse o site da Worldpackers e clique no item “Vagas de voluntariado“. Usando o menu esquerdo que aparece na versão desktop do site, dá pra personalizar bastante a busca. Você pode, por exemplo, optar por ver todas as vagas disponíveis num destino específico, ou filtrar só por país ou continente.
Também dá pra selecionar o tipo de viagem que quer fazer (Intercâmbio de Trabalho, Impacto Social ou Projetos Ecológicos) e as funções que lhe interessam, como Mídias Sociais, Recepção ou Jardinagem.
Além disso, você pode visualizar os projetos de acordo com o período que tem disponível pra viajar. Nesse caso, a plataforma mostra só os anfitriões que precisam de viajantes naquele mês.
Quando alguma “chamada” lhe interessar, é só clicar na vaga pra ver a página completa com a descrição do projeto. Ali você encontra informações como carga horária de trabalho, funções a serem desempenhadas e período mínimo e máximo de permanência. E também os benefícios disponíveis, tipo de acomodação, folgas semanais etc.
Nessa mesma página também dá pra ver a pontuação média do anfitrião, depoimentos de quem já fez work exchange naquele projeto e fotos do lugar. Aparece ainda a média de taxa de resposta do host, o que é especialmente útil caso você esteja procurando uma vaga de última hora.
Recomendo passar um tempinho analisando com calma os anfitriões que parecerem interessantes. Pense se aquela vaga está alinhada com seus objetivos pra essa viagem, se você pode mesmo oferecer o que tá sendo pedido e se os benefícios compensam o trabalho demandado.
Se quiser pensar mais antes de aplicar, é possível salvar os projetos que mais gostou numa lista de desejos. Pra isso, basta clicar no coraçãozinho que aparece lá na página.
18. Como conseguir ser aceito pra uma oportunidade?
Achou algumas vagas incríveis, mas tem medo de não ser aceito? Se você entender como funciona a Worldpackers e pensar com carinho na sua inscrição, é bem provável que consiga a vaga que quer. Veja algumas dicas pra aumentar suas chances de ser escolhido mesmo nas oportunidades mais concorridas:
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Escolha bem as vagas
Procure algo que realmente lhe interesse e que você se sinta capacitado pra fazer. Quanto mais aquela vaga combinar com você, mais fácil é você conseguir explicar isso pra o anfitrião. E, consequentemente, mais fácil ele ser convencido e lhe aceitar.
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Escreva sempre uma mensagem personalizada
Jamais copie e cole a mesma mensagem pra vários hosts. Quando o texto é pronto e formatado pra dar certo com qualquer anfitrião, fica a impressão de que você não tem um interesse especial naquele projeto. Mostre por que essa oportunidade é particularmente interessante pra você e por que você vai valorizá-la caso seja selecionado.
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Explique como pode contribuir
Fale também sobre como você pode contribuir com o anfitrião. Quais são os elementos do seu background, da sua vida atual, da sua personalidade ou dos seus planos futuros que combinam com o que o ele está procurando?
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Mostre quem você é
Além disso, vale falar de aspectos mais pessoais: explique por que está viajando e por onde passou antes ou vai passar depois, fale brevemente de experiências de vida interessantes etc. Afinal, a vivência da Worldpackers vai além de uma troca de trabalho por acomodação: trocam-se histórias e experiências também.
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Seja flexível, se puder
Se você puder ser flexível em relação às datas e às tarefas que vai desempenhar, vai ganhar mais pontos, porque facilita a vida do anfitrião. Só não se esqueça de ser realista: não prometa nada que não possa cumprir sem passar perrengue.
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Tenha atenção à redação do texto
Você não precisa escrever uma obra-prima da literatura, mas é importante falar de forma clara e ao mesmo tempo simpática. Tente também ser conciso, porque o host provavelmente não vai ter tempo pra ler um texto super longo.
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Preocupe-se também com seu perfil
Além da aplicação, o anfitrião também pode ver seu perfil completo na plataforma da Worldpackers. E quanto mais informações ele tiver sobre você, melhor. Vale a pena, então, tirar um tempinho pra fazer um perfil legal.
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Envie a aplicação no prazo adequado
Se inscrever pra uma vaga concorrida muito em cima da hora reduz suas chances de ser aceito, porque é mais provável que o lugar esteja lotado. Por outro lado, se você escrever com antecedência demais pode ser que o anfitrião ainda não tenha certeza sobre sua disponibilidade. Geralmente, uns dois meses são um intervalo legal.
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Faça um esforço extra quando necessário
Existem algumas vagas que são mais concorridas que a média. Nesse caso, vale fazer uma preparação extra pra se destacar dos outros candidatos. Você pode, por exemplo, gravar um vídeo se apresentando. Ou se a vaga for pra uma tarefa específica, como melhorar o site da empresa, pode já listar alguns pontos que você melhoraria, por exemplo. Use a criatividade e mostre por que você é um ótimo candidato.
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Fique atento às respostas
Imagina ser aceito pra aquela vaga que você tanto queria e perder a oportunidade porque não viu a resposta do anfitrião? Se estiver muito a fim, fique atento ao seu e-mail, acesse o site da Worldpackers diariamente ou baixe o app e ative as notificações. Assim, você garante que vai responder a tempo.
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Como fazer uma boa aplicação na Worldpackers
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Crédito da foto em destaque no topo do post: Pexels/Direitos de uso liberados
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Eu tenho 60 anos, fisicamente saudável e bem disposta. Pretendo viajar por um período grande pelo mundo. Existe limite de idade e pré -conceitos quanto a isso no worldpackers. Tenho muitas habilidades, por gentileza espero retorno pelo meu e-mail. Obrigada
Vou te responder por e-mail :)