Colômbia

Viagem pela Colômbia: roteiro completo

Colômbia | 26/02/19 | Atualizado em 31/01/24 | 15 comentários

O país é umas oito vezes menor que o Brasil, mas isso não significa que tenha pouca coisa pra se fazer por lá. Quando fui montar meu roteiro de viagem pela Colômbia, tive que deixar de fora muitos lugares que queria conhecer, mesmo dispondo de um mês inteiro. E ainda assim, ouvi de muitos seguidores no Instagram comentários tipo “não fazia ideia que a Colômbia é tão interessante!”.

Sim, ela é interessantíssima. E, devido ao recente histórico de conflitos armados do país, muitos dos seus atrativos só começaram a ser explorados turisticamente nos últimos anos. Hoje, uma viagem pela Colômbia é não só segura quanto muito legal, além de relativamente barata.

cartagena

Leia também:
Quanto custa viajar para a Colômbia

Quer saber o que fazer por lá? Dá uma olhada nessa sugestão de roteiro de viagem pela Colômbia com base no percurso que eu fiz entre janeiro e fevereiro de 2019:

Roteiro de viagem pela Colômbia

Bogotá – 2 ou 3 dias

Muita gente não dá tanta atenção à capital colombiana, passando por lá só em conexão no caminho pra destinos mais turísticos como Cartagena ou San Andrés. Mas apesar de ter sofrido com a altitude, gostei muito mais da cidade do que esperava.

Planejava passar três dias inteiros lá, mas acabamos ficando só dois por um problema com o voo. Já que o tempo era curto, concentrei minha atenção na região central da cidade, onde ficam muitas atrações interessantes.

Sugestão de roteiro em Bogotá

Dia 1: no primeiro dia inteiro por lá, fui ao Museo del Oro, que é muito bem feito + conheci a Plaza Bolívar, coração do centro, onde se realizam eventos e manifestações e onde fica a catedral + visitei o Centro Cultural Gabriel García Márquez, que abriga uma boa livraria + conferi o Museo Botero, que reúne obras do artista e de outros grandes nomes e tem entrada gratuita + fui no Claustro de San Augustín, que está com uma exposição de fotografias muito boa sobre o conflito armado.

Dia 2: voltei ao Museo del Oro, porque ele era o ponto de encontro para o free walking tour da Beyond Colombia que percorre o centro histórico. Com a guia, passei novamente por alguns dos lugares que tinha visto no dia anterior, mas entendi muito melhor seu contexto. Também conheci outros cantinhos como a Plaza Chorro de Quevedo e provei doces do famoso restaurante La Puerta Falsa e a chicha, bebida típica feita de milho fermentado.

centro histórico de bogotá

No final do tour, peguei um Uber até a entrada do Cerro Monserrate, onde subi de funicular pra ver uma linda vista de Bogotá e onde almocei num restaurante bonito, o Santa Clara. Depois, segui pra o Museu Nacional e então voltei à Chorro de Quevedo pra encontrar uma amiga no charmoso bar e restaurante El Gato Gris.

cerro monserrate em bogotá

Dia 3: com um dia a mais, você pode pra explorar outros polos gastronômicos da cidade como a Zona T e ir no mercado de pulgas de Usaquén, caso esteja por lá num domingo. Ou então pode fazer um bate-volta de ônibus pra Zipaquirá, onde fica a Catedral de Sal. Pelo que pesquisei, não achei o passeio tão interessante, mas há quem curta muito.

Quer mais dicas sobre a capital colombiana? Veja o artigo completo aqui no blog sobre o que fazer em Bogotá.

Hospedagem em Bogotá

Fiquei na pousada Casa Jota, que tem um excelente custo-benefício. Paguei menos de R$ 100 por noite pra duas pessoas em quarto duplo com banheiro privativo. Ela não fica próxima às atrações turísticas, mas o Uber de lá até o centro saiu por menos de R$ 15. Veja aqui no blog o guia de hospedagem em Bogotá.

O blog Buenas Dicas deu 15 dicas de viagem para a Colômbia que são super úteis. Dá uma olhada lá também!

San Andrés – 4 ou 5 dias

Voei de Bogotá pra San Andrés com a companhia de baixo custo Wingo, que achei ótima. Essa ilha do Caribe colombiano me conquistou nas primeiras horas pela simplicidade e me fez cair totalmente de amores quando pude curtir seus mares com vários tons de azul (não sei se são sete como reza a lenda, mas é fato que são lindos!).

Nem todo “mochileiro” inclui San Andrés no roteiro de viagem pela Colômbia porque é preciso ir até lá de avião e porque os custos são um pouco mais altos do que em outras partes do país. Mas vale demais considerar o destino. Existem voos de companhias aéreas de baixo custo e achei os preços bem justos pra toda a lindeza do lugar.

Leia também:
O que fazer em San Andrés: dicas gerais
Roteiro dia a dia em San Andrés
Guia de hospedagem em San Andrés: onde ficar
Quanto custa viajar para San Andrés

Se seu objetivo for apenas “ticar” passeios e atrações específicas, três ou quatro dias são suficientes pra San Andrés, mas dá pra ficar muito mais, já que praia é pra se curtir com calma, né? Ainda mais quando é linda assim!

san andrés na colômbia

Sugestão de roteiro em San Andrés:

Dia 0: chegada + instalação na pousada + compra de snorkel e sapatinho aquático + jantar no La Regatta, restaurante mais charmosinho da ilha.

Dia 1: aluguel de carrinho de golfe pra dar a volta à ilha + parada em West View, onde tem um toboágua incrível que cai no mar, um trampolim e mergulho de escafandro + parada em La Piscinita + petisco no restaurante El Rincón de La Langosta, que também tem acesso ao mar + voltinha pelo calçadão da praia principal.

trampolim em san andrés

Dia 2: snorkeling em El Acuario (como chamam duas ilhotas juntinhas, Rose Cay e Haynes Cay) + almoço e preguicinha em Johnny Cay, ilhota que fica em frente à praia principal e é mais agitada (tanto em termos de gente/música quanto a água do mar) + Beer Station (bar na praia principal, à beira-mar).

Dia 3: aluguel de bicicletas elétricas + passeio de caiaque transparente pelo mangue com a EcoFiwi + praia Cocoplum e travessia pra Rocky Cay (uma micro ilhota de pedra aonde você chega andando pelo mar) + petisco no bar Aqua Beach (na mesma praia).

caiaque transparente em san andrés

Dia 4: passeio pela praia principal e lojinhas ou barco pra El Acuario de novo, dessa vez pra curtir Haynes Cay com mais calma (essa ilhota fica bem mais vazia que as outras e tem graminha, bares e sombra) + parasail (voo numa espécie de paraquedas preso num barco).

Hospedagem em San Andrés

Fiquei na Posada San Martin, uma das opções mais em conta que achei (menos de R$ 150 pelo quarto duplo). Ela é simples, tipo pousadinha de praia mesmo, e não fica tão pertinho da beira-mar. Ainda assim, achei a região segura (tem um prédio da polícia quase ao lado) e bem central. Eram uns 10-15 minutos andando até a praia e menos que isso pra chegar no famoso restaurante La Regatta, em várias lojas e num supermercado. Veja mais dicas no artigo sobre onde ficar em San Andrés.

Cartagena – 3 a 5 dias

Acredito que Cartagena tá presente na maioria dos roteiros de brasileiros que fazem uma viagem pela Colômbia, e não é pra menos: a cidade é realmente muito charmosa. Fui até lá também com a cia aérea Wingo, a partir de San Andrés.

Em dois dias dá pra ver a maioria das atrações mais famosas da cidade, mas eu passei cinco dias inteiros por lá e não fiquei entediada. A Cidade Amuralhada, parte histórica de Cartagena, é superturística, mas também é linda, fotogênica e cheia de restaurantes e bares legais.

Passei bastante tempo andando sem rumo e me perdendo pelas ruelas tanto dessa região quanto de Getsemaní, bairro que antigamente era da classe trabalhadora e hoje é cheio de grafites e barzinhos. Além disso, existem passeios interessantes nos arredores da cidade.

Leia também:
Quanto custa viajar para Cartagena

viagem pela colômbia

Sugestão de roteiro em Cartagena:

Dia 1: Free walking tour da Beyond Colombia (muito interessante pra entender a história e cultura dessa região costeira) + almoço no La Mulata (achei o melhor custo-benefício de toda a viagem) + caminhar pela cidade amuralhada (e tirar muitas fotos, é claro) + pôr do sol na muralha ou no Café del Mar (é bom chegar cedo, porque fica cheio) + tomar umas pints na cervejaria BBC.

cidade amuralhada de cartagena

Dia 2: Convento Santa Cruz de la Popa (a vista é linda) + Castillo de San Felipe de Barajas (se der, vá com um guia, pra entender as estratégias de defesa usadas lá) + almoçar e caminhar por Getsemaní (e admirar os grafites) + tomar café ou chocolate quente com queijo (soa estranho, mas é tradição colombiana e até que fica gostoso) no Café del Mural + comprar umas brejas nos ambulantes da Plaza Trinidad ou no restaurante Palenqueras (também em Getsemaní).

castillo de san felipe

café del mural em getsemaní

Dias 3 e 4: várias agências oferecem day use (pasadía), geralmente all inclusive, nas Islas del Rosario e outras por ali, mas não curti muito a ideia. Também tem quem se hospede por uma ou mais noites na Playa Blanca, mas ela tá MUITO lotada de hospedagens e restaurantes e fica ainda mais lotada de turistas, especialmente na alta temporada. Várias pessoas me falaram que acharam a atmosfera desagradável, e soube também que o meio ambiente tá sendo muito prejudicado pela sobrecarga.

Por outro lado, amei passar a noite na Isla Barú através da agência Anfibio, que tá ajudando a desenvolver um projeto de turismo comunitário capitaneado por um líder local que trabalha no Parque Nacional. Junto com a esposa, Wilmer me recebeu superbem na sua casa (adorei todas as refeições, daquelas feitas com amor).

Ele também me levou pra andar de barco, fazer snorkeling, aprender mais sobre o mangue numa mini trilha, conhecer as casas coloridas da comunidade e a melhor parte: ver os plânctons bioluminescentes. Falei lá no Instagram sobre como essa foi a noite mais bonita da minha vida! Recomendo muito essa experiência em Barú.

isla barú

Hospedagem em Cartagena

Fiquei no hotel San Felipe, que também tem um custo-benefício muito bom. Ele é antigo e simples, mas bem organizadinho. O quarto era grande e confortável, o café da manhã bem razoável e a localização excelente – em Getsemaní, a poucos minutos da Cidade Amuralhada.

Santa Marta – 1 a 3 dias

De Cartagena, você pode ir até Santa Marta de ônibus ou transfer porta-a-porta (fiz com a Marsol, e apesar de ter ouvido algumas reclamações, achei o serviço bom). Essa cidade também fica na costa, a umas 5h de Cartagena. Ela não tem lá muito charme e a praia não é das melhores, mas serve como base pra outros passeios por ali.

Na minha viagem pela Colômbia, acabei passando uma manhã e uma tarde por lá, antes de ir pra Minca e na volta de Palomino, e achei suficiente.

catedral de santa marta

Sugestão de roteiro em Santa Marta:

Vale a pena dar uma voltinha pela área ao redor da catedral, comer num dos restaurantes ou bares simpáticos perto da Plaza de los Novios (tem opções com vários preços na rua 19), visitar o mercado de artesanato e caminhar pelo calçadão à beira-mar. Outras opções por lá são visitar o Museo del Oro Tayrona e o Museo Antropológico y Etnológico, mas acredito que a maioria das pessoas usa a cidade mais como passagem mesmo.

santa marta

praia de santa marta

Uma sugestão é usar o dia de chegada em Santa Marta pra conhecer o centro e mais um ou dois dias pra bate-voltas pra praias como Rodadero, Taganga e Playa Blanca. De lá, você também pode ir passar alguns dias no Parque Nacional Tayrona ou ir fazer a longa (e linda) trilha da Ciudad Perdida, que dura uns cinco dias. Ou pode fazer como eu e ir pra Minca e Palomino, que vão ser assuntos dos próximos tópicos.

Vale ressaltar que o Tayrona fecha as portas durante um mês todo ano, geralmente em fevereiro. O período coincidiu com minha viagem, então se esse destino for uma prioridade pra você, não se esqueça de checar antes.

Hospedagem em Santa Marta

Um dos hostels mais famosos em Santa Marta (talvez O mais famoso) é o Masaya, que é muito lindo – e muito badalado. Ele tem duas piscinas, um bar no rooftop e camas aparentemente confortáveis, com cortininha e outros detalhes que fazem a diferença. Acho legal ficar lá se você quiser conhecer gente e curtir o próprio hostel, mas os quartos coletivos são mais caros que a média.

Eu acabei preferindo pagar só um pouco mais pra ficar num quarto privativo em outro hostel mais simples, mas tão bem localizado quanto ele: o Arbore Hostel. Esse albergue é bem mais simples, mas tem preços bons por quartos privativos com banheiro e ar condicionado, além de uma cozinha compartilhada pequena, mas bem completa.

Leia também: Guia completo de onde ficar em Santa Marta

Minca – 3 ou 4 dias

Preciso confessar: minha queridinha nessa viagem pela Colômbia foi Minca. Em grande parte, a culpa foi do hostel onde fiquei e me senti totalmente em casa, o Costeño River Minca. Mas também adorei a vibe relax dessa cidadezinha, a obsessão deles por redes gigantes como essa da foto abaixo e as belezas naturais dessa região da Serra Nevada.

Minca fica a 40 minutos de Santa Marta e tem quem faça só um bate-volta pra lá, mas eu acabei passando cinco noites e quase que ficava mais. Só não curti os mosquitos, que pareciam imunes a repelentes, mas de resto achei o lugar bem amorzinho. Pra chegar lá, é só pegar uma van no mercado público de Santa Marta.

Leia também: Post completo com roteiro em Minca

minca

Sugestão de roteiro em Minca:

Dia 1: Tour de café e cacau na Finca San Rafael (com direito a vistas lindas e banho de piscina olhando pra serra) + almoço no Lazy Cat (ambiente delícia no meio do mato e comida delícia também) e pôr do sol na Casa Loma (hostel com localização privilegiada e uma vibe massa).

finca san rafael em minca

Dia 2: Los Pinos (mirante que era usado pelos guerrilheiros) + Casa Elemento (provavelmente o hostel mais famoso de lá, tem supostamente a maior rede do mundo e pode ser visitado no esquema de day use) + Cascadas Marinka (cachoeira com poço muito gostoso, restaurante simpático e redes gigantes, pra variar).

cascadas marinka na colômbia

Dia 3: Yoga com vista pra muito verde na Casa Yoga ou observação de aves com Jungle Joe (a Colômbia é o país com maior variedade de aves do mundo e muitas delas podem ser vistas em Minca) + Pozo Azul (pequenas quedas d’água e poços envoltos por árvores lindas) + La Juguería (casa de suco com vista massa, livros, jogos e decoração legal) + Rio Minca (durante a semana quase ninguém vai lá).

Hospedagem em Minca

Como mencionei ali em cima, fiquei hospedada no Costeño River Minca, hostel bem menos famoso que outros como o Casa Elemento, o Casa Loma e o Rio Elemento, mas menor (acho melhor pra fazer amigos). E o mais importante: mais próximo ao centrinho. É que muitas das opções de hospedagem por lá só são acessadas com boa caminhada (subiiindo) ou uma corrida de mototáxi.

O Costeño River foi inaugurado há pouco tempo e as donas sempre estavam lá, cuidando do lugar e dando atenção aos hóspedes. Passei quatro noites numa cama em quarto coletivo, que tinha cortininha, luz + ventilador + tomada individuais, locker e banheiro, e mais uma noite em uma das cabanas privativas. Achei muito legal a ideia das cabanas, que têm cama de casal com mosquiteiro, ventilador e banheiro ao ar livre (sensacional).

O café da manhã era gostoso e a área comum tem fogueira, jogos, binóculos pra ver pássaros, mesa de pingue-pongue e redes (“comuns” e dessas grandes de Minca). Ah, e o rio fica bem ao lado do hostel, é só descer uma escadinha. Recomendo muito!

Leia também: post completo sobre hospedagem em Minca

Palomino – 2 dias

Palomino é uma vila na praia localizada a duas horas de ônibus de Santa Marta, no caminho pra o deserto de La Guajira (que supostamente é bem bonito e “selvagem”). Pra chegar lá, você pode pegar um ônibus que sai a cada 20 minutos do mercado público de Santa Marta.

O mar é muito agitado e não achei a praia nada excepcional, mas a cidadezinha atrai muita gente pela vibe hippie, com ruas de terra e restaurantes fofos. Também tem restaurantes e bares descolados à beira-mar (mais caros), além de aulas de yoga e outras atividades numa pegada mais “alternativa”.

viagem pela colômbia

Muita gente passa a maior parte do tempo no hostel, especialmente nos mais famosinhos. Mas você também pode fazer outras coisas, como entrar no mar (com cuidado e preparando-se pra levar uns caldos e ficar cheio de algas) ou se bronzear na areia (com sorte, pode dar de cara com araras!!!).

palomino

A praia também é legal pra curtir o fim de tarde, quando o céu fica com um alaranjado bonito e muita gente deita na areia pra ler um livro ou curtir uma musiquinha. Também vale a pena ir tomar uma cervejinha lá à noite, já que tudo fecha cedo e ambulantes passam pelas areias vendendo “três por dez” como no carnaval recifense.

Mas o mais legal mesmo, pra mim, foi curtir o Rio Palomino, que fica a uns 30 minutos do centro. Nele, a atividade mais popular é o chamado “tubing”, que nada mais é que deitar numa grande boia redonda tipo pneu e ir descendo o rio levado pela correnteza.

Você vai devagarinho, curtindo a companhia dos seus amigos ou os sons da natureza, e depois de umas duas horas desemboca no encontro com o mar. Adorei!

tubing no rio palomino

Além disso, existem tours que visitam as tribos indígenas da região, mas recomendo procurar saber direitinho como são, pra não entrar num programa meio zoológico humano. Também dá pra fazer passeios de um ou vários dias a cavalo, ou ir de lá pra o deserto.

Hospedagem em Palomino

Entre os albergues mais famosos você encontra, como mencionei lá em cima, o Bikini, o Tiki Hut e o The Dreamer, que têm quartos coletivos e privativos e parecem ótimos pra quem procura algo mais badalado. Eu fiquei no El Zoo, que tem certo agito, mas é um pouco mais low profile.

Gostei da localização, das camas (com mosquiteiro, lençol supermacio, pequenos lockers, cortina, luz, tomada e ventilador), da piscininha, do bar e principalmente do café da manhã, que é tipo bufê e tinha frutas frescas, abacate e ovos mexidos.

Leia também: Guia de hospedagem em Palomino

Medellín – 5 ou 6 dias

Medellín tem uma história recente extremamente conturbada, mas também é considerada um exemplo de renovação. De cidade mais violenta da Colômbia, ela passou a ser uma das com melhor qualidade de vida – e mais visitadas pelos turistas.

Minhas expectativas sobre ela eram altas demais e não achei tudo que esperava, mas adorei entender melhor o que essa cidade passou e achei inspirador ver como ela vem se reinventando. Vale a pena inclui-la na sua viagem pela Colômbia!

Acabei ficando doente por lá e “perdi” dois dias de cama no hostel, mas ficou o motivo pra voltar, né? Ah, cheguei até lá de avião, a partir de Santa Marta, com a companhia de baixo custo Viva Colombia.

Leia também: Guia de onde se hospedar em Medellín

medellín

Sugestão de roteiro em Medellín:

Dia 1: Free walking tour pelo centro com a Real City Tours. É preciso reservar online com 1 dia e meio de antecedência e as vagas acabam rápido. O percurso vale mais pra entender melhor a cidade do que pela beleza dos lugares visitados, mas recomendo! Depois, sugiro tomar uma cerveja artesanal local (3 cordilleras) no tradicional bar Salón Málaga, no centro.

E aí, você pode ir andando até o importantíssimo Museo Casa de la Memoria, que honra as vítimas dos conflitos armados. Ele tem algumas seções mais informativas e outras muito emocionantes, como uma sala escura onde passam fotos de vítimas. E achei massa que várias partes foram criadas em colaboração com moradores da cidade.

Se quiser abstrair desse dia pesadinho com uma farra, vale ir conferir a vida noturna na Carrera 70. Não fui lá porque já tava ficando meio doente e não tive energia, mas muitos moradores me recomendaram. Outra opção é ir jantar em Laureles, bairro agradável ali perto.

museu casa da memória

Dia 2: Jardim Botânico (parque bonito com entrada gratuita) + Planetário + Parque Explora (museu de ciências e aquário). Os três ficam no mesmo quarteirão e são uma opção de passeio especialmente interessante pra quem viaja com crianças.

Depois, você pode ir curtir o fim da tarde no topo do Cerro Nutibara, que tem uma vista legal da cidade e abriga o Pueblito Paisa, pracinha com casas fake mostrando como era uma vila típica da região antigamente. Achei o lugar meio sem graça, mas tem restaurantes, lojinhas de artesanato e o Museu da Cidade.

À noite, sugiro ir pra os arredores Parque Lleras, praça rodeada de bares e restaurantes que fica em El Poblado, o bairro onde a maioria dos turistas se hospeda. Essa região é uma das mais ricas de Medellín e mais populares pra vida noturna, especialmente entre estrangeiros.

Não achei nada incrível, mas tem algumas ruas com bares, restaurantes, cafés e hotéis muito lindos – só que bastante “gringos”, tanto na estética quanto no preço e nos frequentadores.

el poblado em medellin

Dia 3: Tour pela Comuna 13, região que já foi a mais perigosa da cidade e hoje é cheia de grafites e turistas. Fiz um passeio por lá com o ótimo guia David da Medellín Soul Tours, que me levou primeiro pra andar de metrocable, teleféricos ligados à rede de metrô que facilitam o acesso da população aos morros.

Fomos da estação San Javier até a última da linha, voltamos e pegamos um micro-ônibus pra o início do tour pela Comuna 13, onde um guia local me levou pra conhecer o passado e o presente do lugar. Comi churros, vi break dance, fiz meu primeiro grafite, tirei fotos num mirante massa e fiquei bem impressionada com as transformações que aconteceram por ali.

Leia também: Como é o tour guiado pela Comuna 13

comuna 13 em medellín

Dia 4: Meu plano era ir até a fofíssima vila de Guatapé e subir na Piedra del Peñol, que dá direito a uma vista lindíssima de lagos formados por uma represa, mas a febre não deixou. Segundo minhas pesquisas, é fácil fazer o passeio por conta própria de ônibus mesmo, num percurso de duas horas. Também existem opções legais de hospedagem em Guatapé, caso você queira curtir com mais calma.

Dia 5: Outro passeio que ficou de fora do meu roteiro foi o Parque Arví, uma reserva natural bem grande com várias trilhas e áreas verdes. A ida até lá também uma boa desculpa pra andar de metrocable, pegando a linha K da estação Acevedo até Santo Domingo e fazendo a transferência pra Linha L. Pelo que dizem, a vista de Santo Domingo também é bem bonita.

Com mais tempo em Medellín, dá pra visitar outras cidades bem charmosas nos arredores, como San Rafael, além de saltar de parapente, atividade que sai relativamente em conta por lá. :)

Hospedagem em Medellín

Contrariei o senso comum que faz todo mundo se hospedar em El Poblado sem pestanejar e fiquei no Medallo Social Hostal, um albergue pequeno na região central da cidade. Adorei sentir uma Medellín mais “real”, me senti bem à vontade no hostel e achei o custo-benefício muito bom (paguei uns R$ 40 pelo quarto privativo sem banheiro, e pra duas pessoas sai por uns R$ 65). Só não curti ter que andar uns 15 minutos até a estação de metrô, mas achei a região relativamente segura.

Outros destinos para viagem pela Colômbia

É claro que esse roteiro de viagem pela Colômbia não tá nem perto de esgotar todos os atrativos do país. Adorei minha escolha de itinerário por lá, mas numa próxima visita vou tentar ir conhecer lugares como o Parque Tayrona, Cabo de la Vela, Salento, Cali e a Ciudad Perdida. E, espero, outros tantos que descobrir daqui pra lá!

Você tem dúvidas ou dicas sobre viagem pela Colômbia? Conheceu esses ou outros destinos por lá? Conta aí nos comentários.

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15 Comentários

  1. Luiza

    Oi xará! Adorei seu roteiro e me inspirou a decidir pra ontem minhas próximas férias!

    Me diz uma coisa… como foi sua chegada do Brasil pra Colômbia? Você chegou e voltou por Bogotá? Ou outra cidade?

    Obrigada!

    Beijos e sucesso!

    • Oi, Luiza! Que massa, espero que suas férias sejam incríveis :) Eu comprei ida por Bogotá e volta por Medellín, com conexões! Um abraço :)

  2. Glaucia Gomes

    Amei as suas dicas, quero fazer exatamente isso , passar por várias cidades curtindo um pouco também . Queria saber como iniciar e concluir o roteiro e media de dias por cidade. Fantástica suas dicas, clara e objetiva. Gratidão por compartilhar

  3. Fernanda Figueiredo

    Oi Luisa, amei!
    Nunca tive vontade de conhecer a Columbia, agora não vejo a hora de ir. E já tô louca procurando passagem.
    Mas, estou com medo de comprar e sair perdendo… não tenho ideia de preços (o que seria um preço bom…).
    Estou querendo ir lá pelo dia 20 de novembro, saindo do Rio de Janeiro, e primeiramente chegando em Bogotá… Você tem ideia qual seria um valor de passagem bom?
    A volta ainda estou na dúvida. Se volto para Bogotá e de lá volto para o o Rio. Ou se pego um avião de Cartagena para o Rio, por exemplo (caso Cartagena seja minha última parada). Serão menos de 30 dias, uns 20 dias mais ou menos.
    Se puder, dar uma forcinha aí, por favor.

    • Oi, Fernanda! O ideal é você ir monitorando os preços e comparar esses trechos em diferentes datas, se tiver flexibilidade, usando sites como o Google Flights ou Sky Scanner :) Eu paguei um pouco mais de R$ 2 mil pra fazer Recife – Bogotá / Medellín – Recife, mas meu pai voltou antes via Cartagena e pagou mais caro. A princípio faz muito mais sentido comprar a passagem Rio – Bogotá / Cartagena – Rio do que voltar pra Bogotá, mas também vale comparar as duas opções e os trechos internos pra ver o que sai mais em conta no seu caso específico. Um abraço e boa viagem!

  4. Jefferson Maia

    Ola, gostaria de saber quanto vc gastou nessa viajem. Com tudo. Passagem, hotel, comida, bebida e etc.!

  5. Luiza Moreno

    Olha eu aqui de novo… agora, de passagens compradas! hehehe

    Lu, me diz quanto pagou no transfer Cartagena – Santa Marta, por favor?

  6. aldosilva6

    Olá Luíza, primeiramente parabéns pelo post. Quantos dias você acha ideal para conhecer a cidade de Bogotá e Medellín com calma?

    • Oi, Aldo! Se você não fizer bate-voltas, diria 3 dias inteiros pra Bogotá e 4 pra Medellín, no mínimo. :)

  7. Márcia Talhari

    Gentileza me informar como faço para comprar um livro/revista de 28/9/19 sobre a Colômbia. O blog está maravilhoso mas preciso dessa matéria impressa..

  8. Eduardo Muniz

    Oi Luísa! Excelente roteiro! :)
    Gostaria de sua opinião, por favor, sobre viajar pra Colombia (especialmente Cartagena, San Andres, Minca) em JULHO. Já vi sites dizendo que é uma boa época enquanto outros dizem que não… O que acha? Obrigado!

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