O que fazer em Alter do Chão, Pará: guia completo
Lindas praias de areia branca no meio da Amazônia. Foi esse cenário paradisíaco que alçou Alter do Chão à fama, garantindo o apelido de Caribe Amazônico. Essa vila deliciosa em Santarém, no Pará, é um destino perfeito para quem quer se conectar com a natureza e curtir paisagens incríveis, mas é também muito mais que isso. Ao falar sobre o que fazer em Alter do Chão, não podemos deixar de fora a rica cultura local, a gastronomia e outros passeios que vão além das praias.
Além de passear de barco pelos rios Tapajós e Arapiuns e fazer trilhas pela Floresta Amazônica você também pode conhecer comunidades tradicionais ribeirinhas, explorar os igarapés, andar de caiaque, dançar carimbó, comer o verdadeiro açaí… Não é de se admirar que todos os viajantes que encontrei por lá estavam com pena de ir embora.
Passei 10 dias em Alter no último mês de setembro, primeiro participando de uma residência artística e depois curtindo a vila e conhecendo seus principais atrativos. Agora chegou a hora de contar tudo que descobri sobre o que fazer em Alter do Chão. Vamos lá?
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Como chegar em Alter do Chão
A vila de Alter do Chão faz parte do município de Santarém, e o mais comum é começar a viagem pegando um voo até lá. O aeroporto fica a cerca de 35 km da vila e recebe voos diários saindo principalmente de Brasília, Belém e Manaus, com conexões a partir de outras capitais do Brasil.
Uma vez em Santarém, é fácil chegar em Alter. Se quiser mais conforto ou se seu voo chegar de madrugada, você pode pegar um táxi ou contratar um motorista indicado pela sua hospedagem. Atualmente, cobra-se entre R$ 130 e R$ 150 pelo trajeto, a depender do número de passageiros e do horário.
Se quiser economizar, é possível pegar um ônibus de linha. Eu não fiz esse trajeto porque tanto na ida quanto na volta meus voos eram de madrugada e o ônibus não roda nesse horário, mas algumas amigas fizeram e me disseram que foi bem tranquilo.
O ônibus não passa pelo Aeroporto de Santarém, então você vai ter que primeiro pegar um ônibus do aeroporto até o Shopping Rio Tapajós, em Santarém mesmo. De lá, é só pegar outro ônibus para Alter do Chão, que sai a cada meia hora. O ônibus só costuma encher nos fins de semana, quando o pessoal de Santarém vai curtir uma praia. A viagem leva menos de uma hora e te deixa no centro de Alter.
Tem também outro jeito muito legal de chegar em Alter do Chão: fazer uma viagem de barco até Santarém partindo de Belém ou Manaus. A dica que me deram lá é ir de Manaus para Santarém ou de Santarém para Belém, porque assim você vai a favor da correnteza e a viagem fica mais curta. O percurso é feito nos barcos tradicionais usados por quem mora na Amazônia e dura de dois a três dias (de Manaus para Santarém é mais rápido).
O valor varia de acordo com o trajeto e o tipo de barco e de acomodação. O mais comum (e mais econômico) é pagar entre R$ 150 e R$ 250 para viajar numa rede, como faz a maior parte da população local, mas alguns barcos têm opção de cabine. Se você for de rede, é preciso levar a sua, mas é fácil comprar uma baratinha por lá.
Eu não fiz esses percursos, mas viajei de barco na minha primeira vez na Amazônia, quando fui de Manaus para uma comunidade indígena ribeirinha lá perto. Foram 7h de barco na ida e 12h na volta e o trajeto pelo rio foi, para mim, uma das partes mais interessantes da experiência.
A viagem de/para Santarém é mais longa e imagino que fique um pouco cansativa, especialmente porque o pessoal costuma ouvir música alta na maior parte do tempo, pelo que me falaram. Mas com certeza é uma vivência super rica para quem quer conhecer a vida local, e o pessoal costuma fazer amizade durante o trajeto.
Melhor época para visitar Alter do Chão
Escolher o período para sua viagem a Alter do Chão faz toda a diferença. É que lá existem duas estações bem definidas: a de chuva e a de seca. E os cenários mudam muito dependendo da época do ano.
Se você quer curtir as famosas praias de rio de Alter, o ideal é ir durante o verão amazônico, que vai de agosto a setembro. Se seu foco é passear de barco em meio à floresta e ver mais animais, vale ir durante o inverno amazônico, de janeiro a julho.
Seja como for, o clima é sempre quente e úmido. O que muda é o volume de chuvas, que no inverno é bem mais alto que no verão, quando quase não chove. Em geral, o período mais seco é de agosto a outubro.
Verão Amazônico (Agosto a Dezembro)
No verão amazônico, de agosto a dezembro, o volume de água dos rios diminui e as praias surgem na paisagem. O clima costuma ser bem estável, com dias ensolarados e entardeceres lindos.
Essa é a alta temporada por lá, e em feriados ou nas férias escolares a vila fica bem cheia e os hotéis tendem a ficar mais caros. Felizmente existem muitos lugares bonitos, então dá para curtir sem aperto.
Outro período particularmente movimentado em Alter, ainda durante a seca, é a época do Sairé. Esse festival muito tradicional mistura influências católicas e indígenas e acontece em datas diferentes a cada ano, mas sempre no mês de setembro.
Eu estive lá logo antes do Sairé e não pude ver o festival em si, mas deu para conferir algumas movimentações da preparação para a festa; vi até uns documentários sobre ela em um cineclube gratuito. Achei muito legal como o evento envolve e comove os moradores da vila.
Inverno Amazônico (Janeiro a Julho)
Em junho as chuvas começam a diminuir e as praias vão surgindo aos poucos. Se quiser garantir que vai pegar o período de estiagem e os cenários praianos, o ideal é ir a partir de agosto. Antes disso, há poucas faixas de areia e chove bastante.
Por outro lado, nesse período dá para fazer lindos passeios pelos igarapés e canais que se formam em meio à floresta. Não estive lá nessa época, mas certamente é um período muito bonito, além de ser mais fácil de avistar a fauna local. Também é mais tranquilo, com menos turistas.
Principais atrações em Alter do Chão
Tá, mas o que fazer em Alter do Chão? Aviso logo que este post vai ser longo, porque atrativo é o que não falta! Vou começar pelos que ficam na própria vila.
Ilha do Amor
É quase impossível você não dar pelo menos uma espiada na Ilha do Amor, o principal cartão-postal de Alter do Chão. Localizada bem em frente à Praça Central da vila, essa é uma ilha de areias brancas no meio do rio Tapajós, com barracas que funcionam como bares e restaurantes. Ela é facilmente acessível com uma curta travessia de barco ou a pé (durante a seca, quando o nível do rio baixa).
As barracas colocam mesas e cadeiras perto do rio, e algumas cobram um valor mínimo de consumação para se sentar nas “melhores” mesas, com os pés na água. Mas quando fui lá sozinha cheguei cedo e não me cobraram nada. O pessoal dos bares também coloca redes no rio, onde você pode ficar relaxando. Além disso, tem um pessoal que aluga pedalinhos e faz banana boat.
Na alta temporada (verão amazônico), especialmente nos finais de semana, a ilha costuma ficar bem movimentada. Ainda assim, dá para curtir com calma se você for no início da manhã ou se seguir andando pela margem do Tapajós até chegar num canto de areia mais isolado.
Foi o que eu fiz quando as mesas começaram a encher demais e o pessoal foi chegando com caixas de som: caminhei até achar a sombra de uma árvore e fiquei curtindo o dia por lá, na paz. Se for fazer isso, lembre-se de levar água e um lanche. Até passaram alguns vendedores de bebida e petiscos nessa parte mais afastada, mas não é certeza.
Ah, e a Ilha do Amor também é um bom lugar para ver o pôr do sol, que é sempre um item de destaque nas listas do que fazer em Alter do Chão.
Morro da Piraoca
Está com disposição? Então aproveite que está lá na Ilha do Amor e suba o Morro da Piraoca, que se destaca na paisagem com seus 110 metros de altura (é aquele morrinho na foto acima). A trilha é, em sua maior parte, tranquila, levando cerca de 40 minutos para ser percorrida.
Boa parte é plana, mas no final tem um trecho íngreme e com pedrinhas soltas. É bom ir de tênis ou papete, a não ser que você seja acostumado a fazer trilha de chinelo.
O maior desafio é o calor quase onipresente em Alter, então recomendo ir no início da manhã ou no fim da tarde – muita gente vai nesse horário para ver o pôr do sol. Eu acabei indo bem no horário de sol a pino, porque tinha compromisso depois, e foi meio puxado.
Chegando no topo a recompensa é uma vista panorâmica dos arredores. Dá para admirar o Rio Tapajós, a Ilha do Amor e muitas áreas de floresta. Adoro ver os lugares do alto porque acho que dá outra dimensão a eles, então achei que valeu a pena o pequeno sufoco.
O início da trilha tem uma plaquinha; você pode perguntar ao pessoal das barracas de praia qual a direção. Não é preciso ir com guia. Lembre-se de levar água. Lá em cima não tem estrutura nenhuma além de um banco de madeira e tem pouca sombra.
Lago Verde e Floresta Encantada
Outros atrativos pertinho da vila de Alter do Chão são o Lago Verde a Floresta Encantada. O Lago Verde, também conhecido como Lago dos Muiraquitãs, banha a Ilha do Amor e é cercado por igarapés e vegetação densa, formando um cenário tranquilo. Nessa região você encontra também alguns igarapés, como o do Camarão e o do Macaco.
Eu fiz um passeio pelo Lago Verde com a agência Tuca Tours (@tuca_tours no Instagram), comandada por um casal super gente boa. Tuca é de Recife e a companheira dele, Carol, é de Brasília, mas ambos moram lá há décadas e são conectados à comunidade local e às lutas pela preservação do meio ambiente.
O passeio foi promovido durante a residência artística que fiz lá em Alter. Não fizemos o roteiro completo porque tínhamos uma oficina depois, mas ainda assim foi uma delícia. Fomos primeiro para a Ilha do Guajará, em um percurso de barco de uns 15 minutos a partir da vila, e ficamos por lá curtindo a praia, sob a sombra das árvores.
Na hora do almoço, eles prepararam um peixe na brasa com farofa de piracuí com banana da terra e suco de graviola servido nas cumbucas típicas de lá, que são apoiadas em cestinhas artesanais também feitas por lá. A comida estava uma delícia e a experiência de curtir os sabores locais no meio da natureza é muito legal.
Depois fizemos uma caminhada bem tranquila de uns 25 minutos até o Igarapé do Camarão, que fica num cenário diferente de tudo que eu já tinha visto na Amazônia. Achei muito especial; parecia que estávamos em outro planeta. Não era um igarapé profundo, mas ainda assim o banho geladinho foi uma delícia.
O passeio seguiria com uma parada no Igarapé do Macaco, no outro extremo da lagoa, e depois íamos ver o pôr do sol na Ponta da Valéria. Se quiser dar um rolê assim também, fala com a Tuca Tours pelo (93) 99111.7047.
A Floresta Encantada, que pode ser acessada a partir do Lago Verde durante a temporada das chuvas, é um ótimo lugar para passear de canoa pelos igapós (florestas inundadas). Não fiz esse passeio em Alter porque fui na seca, mas já fiz em outras partes da Amazônia e é das minhas experiências preferidas. Para ir lá, o ideal é pegar um passeio de lancha até a entrada e então passar para uma canoa.
Você navega entre as árvores submersas, enquanto observa a luz do sol passando pelas copas e criando reflexos nas águas. É um ótimo lugar para entrar em contato com a biodiversidade local, sendo possível avistar peixes, aves, preguiças e botos.
Pôr do sol
Uma das melhores coisas a se fazer em Alter do Chão é ver o pôr do sol, e existem vários lugares onde admirar esse espetáculo por lá. Todos os dias eu me encantava com as tantas cores do céu colorindo o rio.
A maioria dos passeios de barco de dia inteiro inclui uma parada em alguma praia ou ponta para o pôr do sol, como a Ponta do Cururu (um dos lugares mais procurados no entardecer) ou a Ponta do Muretá. Ou você vê do barco mesmo, que também é incrível.
Se estiver na vila, vale ficar para ver o dia se despedir na Ilha dos Amores ou na Praia do CAT (Centro de Atendimento ao Turista, de onde partem e chegam passeios).
Artesanato
O artesanato de Alter do Chão é uma parte essencial da cultura local, refletindo a rica herança indígena e a conexão dos moradores com a Amazônia. Na vila você vai encontrar algumas lojas de coisas de praia industrializadas (chinelos, chapéus etc.) que também vendem artesanato, e outras totalmente focadas nas artesanias locais.
A loja de artesanato mais completa que eu vi foi a Araribá, que fica perto da Praça Central. São centenas de itens muito variados, produzidos por várias comunidades tradicionais.
Entre os artesanatos mais populares em Alter estão os colares, pulseiras e brincos feitos com sementes, penas e outros materiais naturais ou com miçangas coloridas. Os famosos muiraquitãs, amuletos de origem indígena em forma de sapo, também são muito procurados. Eles carregam um simbolismo de sorte e proteção.
Meu artesanato preferido em Alter foi o que é feito com a palha do tucumãzeiro, uma palmeira nativa da Amazônia. Encontrei cestas pequenas e grandes de vários formatos, bolsas, luminárias, sousplats, descansos de panelas e de copos, entre outros itens, nas lojas da vila. Mas melhor ainda é comprar direto da fonte, durante o passeio à comunidade Coroca – vou falar sobre ele abaixo.
Além de levar para casa uma lembrança da viagem, ao comprar artesanato em Alter você está ajudando a economia local e incentivando a preservação das tradições culturais.
Carimbó
O Carimbó é uma manifestação cultural muito importante para o povo paraense. Com raízes indígenas e africanas, essa dança tradicional envolve tambores, maracás e outros instrumentos, criando uma batida muito animada.
Em Alter do Chão, essa tradição está presente em várias partes da vila, especialmente durante o Sairé. Para saber onde e quando vai ter carimbó durante sua viagem, pergunte ao pessoal de lá. Quando estive em Alter tinha apresentações e rodas quase todo dia.
Se possível, participe de uma roda; os moradores costumam ensinar os passos com muita boa vontade. E se você for mulher e conseguir pegar emprestado uma das grandes saias de chita usadas pelas dançarinas, melhor ainda. Eu não danço muito bem, mas sinto como se a saia me desse superpoderes, haha.
Falando em Carimbó, uma das coisas mais interessantes para se fazer em Alter do Chão é participar do Pirarimbó, a mistura de Piracaia com contação de histórias e carimbó. Piracaia é a forma como os antigos moradores de Alter preparavam o peixe recém pescado, ainda na praia, assado na areia com gravetos. A prática ainda é comum por lá.
O anfitrião do evento, que costuma acontecer às quartas e sábados, é o mestre de carimbó Hermes Caldeira. Nascido e criado na vila de Alter do Chão, ele faz parte de uma família com tradição na música e na manutenção da cultura popular local.
Esse passeio começa à noite, com a partida da orla de Alter do Chão, de barco a motor. Em uns 10 minutos, chega-se a uma das praias do Lago Verde ou Tapajós, onde começa a vivência e roda de carimbó com o mestre. Depois, os turistas aproveitam um jantar delicioso preparado na praia à moda cabocla e escutam contação de histórias da região.
Eu não consegui participar, mas conheci pessoas que foram e adoraram, dizendo inclusive que foi a melhor refeição que fizeram em Alter. Para saber mais, confira o site do Piracarimbó.
Onde comer em Alter do Chão
Agora vamos a um dos tópicos mais gostosos quando se fala no que fazer em Alter do Chão: comida! Eu não comi nada ruim por lá e fiquei sempre muito satisfeita em todas as refeições. Não fui aos restaurantes mais famosos e sofisticados, mas passei bem demais.
Se não souber o que pedir, anote aí: todos os peixes são uma delícia, mas meus preferidos são pirarucu e tambaqui. O pato no tucupi também é maravilhoso, com um sabor bem diferente do que estamos acostumados no resto do país. Prove também a coxinha de pato com jambu e o tacacá. Outra coisa muito diferente é o açaí puro consumido por lá – vale a pena provar, de preferência acompanhando um peixinho.
Muitas das refeições em Alter acabam acontecendo durante os passeios de dia inteiro. Eu comi superbem tanto na comunidade Jamaraquá, onde fui fazer trilha pela Flona, quanto na comunidade Coroca, no Rio Arapiuns. Lá você escolhe o peixe que quer e os acompanhamentos são os mesmos: feijão, vinagrete, farofa. Tudo muito saboroso e bem servido.
Provavelmente o restaurante mais famoso e badalado dos arredores de Alter é o Casa do Saulo, que fica na Praia do Carapanari. Dá para ir passar o dia lá, mas também dá para visitar durante passeios como o do Canal do Jari.
Outra opção comum é almoçar nos quiosques de praia na Ilha do Amor ou outras praias próximas, como a do Pindobal e a de Ponta de Pedras. Eu almocei na do Pindobal durante um passeio que fiz pelas praias de Belterra e também gostei muito da comida.
É importante saber que muitas das praias perto de Alter não têm estrutura nenhuma de bar ou restaurante, então sempre pergunte à agência ou barqueiro se o passeio vai ter parada para refeição. Se você for ficar nas praias mais desertas (que eu amei!), leve lanche e água.
Quer saber onde comer na vila mesmo de Alter? Ao redor da Praça Central, entre a Igreja Nossa Senhora da Saúde e a orla à beira-rio, você vai encontrar barraquinhas de lanches, um mercadinho e grande parte dos restaurantes e bares de Alter, mas vale também expandir explorar outras ruas próximas.
Eu comi um dia no restaurante que fica logo em frente ao letreiro “Alter do Chão” na orla (não lembro o nome e não achei no Maps) e outro dia fui no Saborari, porque eram os únicos lugares abertos nessa região no horário em que cheguei na vila (umas 16h). Não achei espetaculares, mas também não fiquei decepcionada.
Entre os lugares que me recomendaram por ali, mas não cheguei a ir, estão o Cantinho do Caranguejo, a Ty Comedoria e o Arco-Íris da Amazônia.
Um pouco escondida, mas pertinho da Praça Central, fica a hamburgueria X-Bom, onde fui duas vezes. Eles têm hambúrguer de vários sabores e com muitos complementos diferentes, mas eu repeti o mesmo pedido nas duas visitas: hambúrguer de peixe com requeijão, banana frita, queijo e batata palha. Bom demais! Logo ao lado fica uma casa de sucos excelente com ótimos preços (o copo de 500ml de acerola era R$ 10 ou R$ 12).
Para sobremesa, recomendo os sorvetes da Boto Gelateria, pertinho da igreja. São caros, mas muito gostosos – inclusive a casquinha de cumaru, a “baunilha da Amazônia”. Tomei os sabores açaí e tapioca e adorei. Quis voltar para provar outros sabores de sorvete e de casquinha, mas estavam fechados. Acabei indo tomar açaí na Veneta, que fica ali juntinho, e gostei muito (o bônus é que lá tem mesas com ar-condicionado).
Principais passeios a partir de Alter do Chão
Pensou que isso é tudo o que fazer em Alter do Chão? Que nada! Estamos só começando. Existem vários passeios muito legais para se fazer nos arredores da vila. Dá para bolar um roteiro personalizado, contratando um barqueiro só para o seu grupo, mas existem alguns passeios clássicos que valem muito a pena.
Eu fiz dois dias de passeios em parceria com a Lugarejos, uma agência que, assim como o Janelas Abertas, faz parte do Coletivo MUDA! de Turismo Responsável. Faz pouco tempo que eles operam em Alter e por enquanto só atuam com grupos fechados em datas pré-definidas. Entrei em um grupo que já estava “em andamento” e fiz dois dias de passeios com eles.
Sempre tento escolher empresas com boa reputação e preocupadas com um turismo sustentável e ético, que respeite o meio ambiente e as comunidades locais. Além de saber que eles têm essa consciência, achei o atendimento da Lugarejos excelente, e os fornecedores locais eram super profissionais. Super recomendo!
Caso prefira chegar lá e resolver tudo na hora, também rola. Você pode não conseguir fazer todo o roteiro como gostaria, mas dá para agendar passeios com agências locais, com guias e barqueiros recomendados pela sua pousada ou com a Associação de Turismo Fluvial de Alter do Chão (Athufa).
As outras empresas que conheci foram a Tuca Tours (@tuca_tours no Instagram), que também recomendo, e a Mãe Natureza, que foi um pouco confusa na comunicação e atrasou o horário de saída, mas foi ok.
Flona do Tapajós
No meu primeiro dia de passeios em Alter do Chão, fui conhecer um pedacinho da Floresta Nacional (Flona) do Tapajós, reserva com mais de 527 mil hectares. Lá existem diversas comunidades que podem ser visitadas, cada uma oferecendo uma experiência única de conexão com a natureza e com os modos de vida locais.
Uma delas é a comunidade Maguary, onde você pode explorar a trilha que leva à maior samaúma da região, árvore imensa e muito antiga. Ela é carinhosamente conhecida como “vovó” ou “vovozona” e é considerada sagrada pelos indígenas. No entanto, essa trilha é mais longa e não conta com um dos encantos da trilha da comunidade Jamaraquá, que foi a que visitei: um igarapé lindíssimo.
Fiz o roteiro da Flona Jamaraquá com a Lugarejos. Saindo pela manhã, pegamos um barco que levou cerca de uma hora até a comunidade. Também dá para chegar de carro, em um trajeto de 1h30 a 2h, mas o guia nos disse que pode haver atoleiros.
A comunidade Jamaraquá tem 172 habitantes e recebe turistas desde 2001, e essa é a principal fonte de renda do local. Atualmente são 40 guias atuando na região, incluindo várias mulheres, e novos guias estão em formação – todos moradores de lá.
O serviço dos guias é pago à parte, mas estava incluso no pacote da Lugarejos. Eles cobram hoje R$ 200 pela diária para até 5 pessoas, e se o grupo for maior, fica R$ 40 por pessoa. Cada condutor repassa 20% do que recebe para a associação dos moradores, que reverte esse valor em melhorias para a comunidade, como a construção da escola (que aparece na segunda foto abaixo).
Nós fomos recebidos pelo guia Paulinho, muito simpático, que compartilhou várias informações sobre a floresta e curiosidades sobre a vida ribeirinha. Ele nos guiou na trilha, que tem cerca de 11 km e começa em uma floresta secundária, que já foi utilizada para o plantio de mandioca. Ao adentrarmos a floresta primária, somos recebidos por uma diversidade impressionante de árvores centenárias, que contam a história da região.
Durante o caminho Paulinho nos apresentou várias árvores com propriedades medicinais, como a Sucuba, que é comum em todos os quintais por lá e fornece um “leite” usado como remédio. Ele também nos mostrou uma seringueira e demonstrou como extrair o látex.
Outra planta interessante que encontramos foi a Mombaça, palmeira tradicionalmente utilizada pelos indígenas para fazer arcos para pesca e caça. Paulinho nos mostrou um vídeo dele pescando um tucunaré de 5 kg com arco e flecha, técnica tradicional que ainda é praticada na comunidade.
Ele também nos contou que quando ele nasceu, há 32 anos, não havia transporte regular nem estrada para Santarém. Seus pais faziam a viagem de canoa, levando uma semana para ir e outra para voltar. As canoas da comunidade são feitas com madeira de itaúba, e aprendemos que “ita” significa pedra e “uba” significa árvore.
Durante a trilha, também vimos o Piquiá, árvore que dá uma fruta semelhante ao pequi, mas que cresce mais e tem um fruto maior. O óleo do Piquiá possui propriedades anti-inflamatórias e a fruta pode ser consumida cozida ou assada.
Paulinho mencionou que, em qualquer casa da região ribeirinha, é comum encontrar óleos de piquiá, andiroba e copaíba, todos com diversos usos medicinais. Ele também nos apresentou a Carapanaúba, planta usada como remédio para malária e febre amarela – o mosquito responsável pela febre é chamado “carapanã”.
Continuamos a trilha até um ponto mais alto, onde encontramos um deck de madeira com uma vista deslumbrante da floresta e do rio ao fundo; impressionante!
Vimos também uma samaúma linda – não é tão grande quanto a vovozona, mas ainda assim belíssima. Eu já tinha visto algumas samaúmas antes, mas sempre fico emocionada com a grandeza delas. Além de tirar fotos, vale parar para apreciá-la em silêncio, sem pressa. Tem um negócio meio mágico ali mesmo!
Depois, seguimos para o tal igarapé, que foi um dos mais bonitos que já vi. Passamos um tempo tomando banho em suas águas geladas e super refrescantes – diferente dos rios de Alter, que ficam com as águas quase quentes.
A trilha de volta levou mais uma hora até chegarmos ao início, sem paradas. Já tínhamos escolhido o peixe que queríamos antes de começar a trilha, então a comida foi servida logo e estava uma delícia. Pagamos R$ 50 por pessoa e comemos até não podermos mais!
Como os grupos só chegam de volta à entrada da comunidade para almoçar por volta das 15h30, é aconselhável ir bem alimentado ou levar um lanche. Também recomendo trazer pelo menos um litro de água, já que o calor é intenso, especialmente no trecho da mata primária. Levei só 500 ml e fiquei com sede. Ah, também é bom ir de tênis, e um leque pode ser útil. Se for alérgico, leve repelente; eu não fui picada, mas nunca se sabe.
Ao sair de lá, paramos para ver o pôr do sol na praia do Pindobal, encerrando o dia com chave de ouro. Os barqueiros também podem fazer essa parada em outras praias, como a Ponta do Cururu ou a Ponta do Muretá.
Além da visita diurna à Flona, também é possível fazer um passeio com pernoite. O acampamento pode ser no meio da mata (vimos a estrutura junto ao mirante e imagino que o nascer do sol ali seja incrível) ou à beira do Rio Tapajós.
Rio Arapiuns e Comunidade Coroca
No meu segundo dia de passeios em Alter do Chão, fiz outro roteiro clássico e muito legal: fui conhecer as praias do Rio Arapiuns e a comunidade Coroca, que tem um trabalho massa de Turismo de Base Comunitária. Além de receber turistas, a comunidade também abriga um meliponário, uma loja de artesanato e um projeto de criação de tartarugas.
Também fiz esse roteiro em parceria com a Lugarejos, com o mesmo barqueiro do dia anterior, e foi ótimo. O passeio geralmente começa conhecendo algumas das praias do Arapiuns, que são lindas. Entre as mais conhecidas estão a Ponta Grande, a Ponta do Toronó e a Ponta do Icuxi.
Saindo do porto do CAT, pegamos o barco para quase 2 horas de uma viagem bem agitada; o rio vai batendo muito, então já vá se preparando para vários banhos durante o percurso. A parte boa é que as ondas são de água doce, então é só proteger o que não pode molhar e aproveitar. Achei divertido! Me senti num parque aquático, haha.
Infelizmente, não paramos na Praia do Icuxi, como planejado no nosso roteiro, porque estavam acontecendo muitos ataques de arraia por lá (é preciso tomar cuidado com elas em Alter, arrastando os pés na areia ao entrar no rio). Então seguimos para a Ponta do Toronó, que tem uma longa extensão de areia clara. Eu amei! Passamos cerca de 1 hora lá e depois seguimos para a Coroca.
A comunidade Coroca tem hoje 70 moradores permanentes, sendo 23 famílias. Chegando lá é possível só curtir o lugar por conta própria, mas recomendo fazer o curto passeio guiado, que é pago à parte (mas estava incluso no pacote da Lugarejos).
Quem nos acompanhou foi a guia Luze, que começou o tour nos mostrando a palmeira de tucumã, usada para fazer artesanato. As artesãs fazem cestos e outros itens lindos com a palha, aplicando tingimentos naturais. Como falei lá em cima, dá para comprar os produtos na vila de Alter, mas tem muito mais variedade “na fonte”: a loja lá na Coroca também comercializa trabalhos de outras sete comunidades em consignação.
Depois, Luze nos levou ao meliponário, onde algumas famílias criam abelhas sem ferrão, como a Canudo e a Jandaíra. A meliponicultura é uma prática sustentável que ajuda a preservar essas abelhas, contribuindo para a conservação da biodiversidade local.
Luze nos contou sobre as diferenças entre o mel da abelha Jandaíra, que é mais suave, e o da Canudo, que tem mais propriedades medicinais. E explicou como funciona a meliponicultora; por exemplo, aprendi que tem abelhas que são melhores para fazer própolis, e outras para mel, e que a cor do mel varia de acordo com a florada. Sim, eu não sabia nada sobre mel – e adorei aprender.
Em seguida, fomos conhecer o projeto de preservação de tartarugas da comunidade, em que eles criam tartarugas e outros quelônios para depois reinseri-los no rio. No berçário, os animais ficam protegidos no começo da vida, e depois são levados para um lago. Em 2023, a comunidade conseguiu devolver 1.400 animais ao rio. Muito legal, né?
Visitamos o berçário e depois o lago, que tem uma maloca flutuante onde podemos subir para ver as tartarugas adultas. Elas vêm todas para a superfície quando a guia joga ração; é muito fofo vê-las se amontoando para comer, hehe.
Depois fomos à lojinha, e eu queria comprar absolutamente tudo! Achei as cestarias lindas e tem também vários produtos feitos com mel. Acabei me contentando com uma fruteira e um cestinho que uso como porta-lápis, além de um mel com pimenta delicioso.
Adorei que em cada produto feito da palha do tucumãzeiro estava o nome de quem o fez. Comprar o artesanato diretamente das produtoras garante que a renda vá para o desenvolvimento local sem atravessadores, então prepare-se para gastar uns trocados lá se puder. Elas aceitavam cartão e pix.
E aí chegou a hora do almoço (R$ 60 por pessoa). Mais uma vez, foram servidos peixes saborosos e acompanhamentos caprichados e muito bem servidos. Também tinha várias opções de sobremesas feitas com frutas locais (pagas à parte). Antes de ir embora, ainda aproveitamos o redário à beira do rio para fazer a digestão. Tudo que eu queria!
Ficamos até umas 16h na comunidade e seguimos para a praia de Caracaraí, que também é linda. Passamos uns 30 minutos aproveitando a tranquilidade da praia, que estava deliciosamente deserta. Para fechar o dia, fomos ver o pôr do sol na Ponta do Muretá.
Se alguém quiser passar mais tempo na região do Rio Arapiuns, é possível se hospedar na Coroca e outras comunidades ribeirinhas que recebem turistas. Dá para pernoitar em redários ou em casas.
Circuito Tapajós Sul (Praias de Belterra)
No meu último dia de passeios em Alter do Chão contratei um barqueiro junto com uma amiga do Rio que por acaso também estava lá e uma mulher que ela conheceu no hostel. Em teoria, íamos fazer o chamado Circuito Tapajós Sul, que passa por algumas das praias do município de Belterra.
O Circuito Tapajós Sul geralmente navega pelo rio Tapajós parando nas praias de Pindobal, Muretá, Jucuruí e Caxambu. O almoço (pago à parte) costuma ser na praia de Pindobal, onde tem bons restaurantes. Outras praias bonitas nessa região, segundo pesquisei, são a Ponta do Cajutuba, a Praia de Aramanai, a Praia de São Domingos e a Praia do Maguari.
A agência Mãe Natureza nos cobrou R$ 150 por pessoa, considerando que seríamos quatro (mas a quarta pessoa que fechou com eles não apareceu). No fim das contas, como éramos só nós três e tínhamos o mesmo objetivo de curtir lugares mais tranquilos e sem pressa, acabamos fazendo nosso próprio roteiro.
Começamos o passeio indo para Pindobal, onde a maioria das pessoas passa o dia quase todo, porque é a única do roteiro que tem estrutura para comer e beber. A previsão do barqueiro era permanecermos por lá até umas 16h, mas não era bem o que estávamos buscando.
O almoço estava uma delícia e a praia é boa para famílias, tanto pelo acesso aos restaurantes e banheiros quanto por contar com uma estrutura flutuante para crianças. Dá também para ir até lá de carro; um motorista que orcei cobrava R$ 180 pela ida e volta.
Só que a Pindobal costuma ficar meio cheia e muita gente leva caixas de som, e queríamos tranquilidade. Por isso, pedimos ao barqueiro para sairmos mais cedo e o convencemos a dar uma passada no Igarapé de Uruçanga, que fica pouco depois do Pindobal. Soubemos da existência por um outro barqueiro; o que estava com a gente nunca tinha ido lá, mas sabia onde era e topou o desvio, que foi uma delícia!
A água estava geladinha (amo igarapés) e lá conhecemos uma família de Belterra, com quem pudemos conversar sobre os desafios enfrentados pela população local. Infelizmente, dava para ver que o entorno do igarapé tem sido desmatado; segundo essa mulher com quem falamos, um homem rico que mora ali perto tem cometido diversos crimes ambientais e fica impune.
De lá fomos na praia do Jucuruí. Mais para dentro tem uma lagoa bonita com sombras de árvores para relaxar; uma das minhas companheiras de passeio até pegou no sono de tão tranquilo que estava. Depois de curtir a lagoa, voltamos para a beira do rio, que também estava uma delícia. Ainda teríamos outras praias no roteiro, mas gostamos tanto que vimos o pôr do sol lá mesmo. Um dia delícia!
Outros passeios em Alter do Chão
E a longa lista do que fazer em Alter do Chão não acabou. Existem várias outras praias para se conhecer por lá, como a Ponta do Jutuba, a Praia da Ponta de Pedras e a do Carapanari, todas próximas da vila de Alter do Chão. A Ponta de Pedras tem quiosques e cantinhos mais tranquilos, e a Carapanari tem cabanas de palha e o famoso restaurante Casa do Saulo.
Se você quiser outra oportunidade de imersão na floresta, com direito a admirar a fauna local, vale a pena fazer o passeio do Canal do Jari, onde dá para avistar ver jacarés e muitas aves. Além da navegação, o roteiro costuma incluir a Trilha da Preguiça, onde é possível ver esses simpáticos animais, e uma visita ao Jardim de Vitórias Régias. Também costumam ser feitas paradas no restaurante Casa do Saulo, na Praia Ponta de Pedras e na Ponta do Cururu ou outro local para ver o pôr do sol.
Queria ter feito esse passeio, mas só é possível na época de cheia e no começo da seca. Nos meus primeiros dias em Alter o canal ainda estava suficientemente cheio, mas rapidamente ele secou (mais cedo que de costume, em reflexo da crise climática) e os passeios foram pausados.
Por fim, se estiver buscando uma experiência diferente e bem autêntica, entre em contato com a Tuca Tours (@tuca_tours no Instagram) para saber sobre os passeios com pernoite que eles organizam. É possível dormir na floresta, na praia e em casas de nativos.
Onde ficar em Alter do Chão
Curtiu as dicas do que fazer em Alter do Chão? Vou encerrar este artigo com mais algumas informações práticas para ajudar na sua viagem, começando por onde se hospedar. Se quiser conferir dicas mais detalhadas, veja meu guia completo sobre onde ficar em Alter do Chão.
Os valores das hospedagens em Alter do Chão podem variar bastante conforme a época do ano. Como é de se imaginar, na baixa temporada (de fevereiro a junho) você deve achar tarifas mais acessíveis que na alta (de julho a janeiro).
Durante a alta temporada, especialmente em feriados prolongados, é recomendável buscar acomodação com antecedência, ou você pode não achar vaga nas pousadas com melhor custo-benefício. Vou indicar abaixo algumas opções bem recomendadas.
Em relação à localização, não tem muito mistério: o ideal é ficar perto da Praça Central, onde fica a Igreja Nossa Senhora da Saúde. Ali se concentram os principais restaurantes e lojas de Alter do Chão, e os barcos e lanchas de passeio saem ou de lá, ou do porto do CAT, a uns 5 minutos de caminhada.
Se você estiver procurando uma imersão na natureza, pode optar por uma hospedagem mais afastada do centro, seja na mata ou à beira do rio. No entanto, você provavelmente vai ter que chamar táxis para se deslocar.
Para quem busca experiências mais conectadas à realidade local, também é possível fazer passeios com pernoite na floresta, em praias isoladas ou nas comunidades ribeirinhas ao longo do Rio Arapiuns – como falei, a Tuca Tours é uma das empresas que oferecem essas vivências.
Hospedagem no centro da vila de Alter
Se você quer saber onde ficar em Alter do Chão perto do centrinho e da orla, dê uma olhada no Hotel Borari, o Hotel Mirante da Ilha, a Pousada Sombra do Cajueiro e a Pousada do Mingote.
Um pouco mais distante da Praça Central, mas ainda no centro de Alter, outras opções com excelente reputação são o Hotel Terra Nativa, a Pousada Ocazum e a Villa Éden.
Pousadas, hostels e outras hospedagens econômicas
Quer economizar? Então considere ficar no Hostel Pousada do Tapajós (minha amiga se hospedou lá e gostou), no Caju Hostel, na Pousada Pedra do Sol, na Pousada Vila Alter ou no Agualinda Hotel.
Hospedagens integradas à natureza
Se você quer viver uma experiência integrada à natureza com muito conforto, boas opções são a lindíssima Casa da Árvore e a Villa Arumã Pousada.
Durante a residência artística de que participei lá em Alter, fiquei hospedada num espaço que também está disponível no Airbnb: o Campo de Heliantos, que fica no Jacundá 2, a 4 km do centro da vila. As acomodações são totalmente integradas à natureza, sem paredes, mas com mosquiteiros nas camas. Amei a experiência; é bem “roots”, então se essa for sua pegada, recomendo conferir.
Outra opção legal de onde ficar em Alter, localizada a poucos minutos de Campo de Heliantos, é a Pousada Amazônia. Uma amiga se hospedou lá e adorou. Eu não cheguei a ver os quartos, mas fui usar o espaço comum, que é aberto para não hóspedes, e curti. Tem uma piscina gostosa e um pequeno igarapé dentro da propriedade. Tomei sucos no bar da piscina e achei deliciosos; me falaram que os petiscos e pratos também são bons.
Ainda não decidiu onde ficar? Veja todas as opções de hospedagem em Alter do Chão e faça sua reserva online.
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Outras dicas de viagem para Alter do Chão
Quanto tempo ficar
O tempo ideal para ficar em Alter do Chão depende do tipo de viagem que você planeja. Para explorar os principais pontos turísticos, como a Ilha do Amor, o Lago Verde e as praias mais famosas, 4 dias são suficientes.
Se quiser fazer outros passeios, como as trilhas pela Flona (Floresta Nacional) do Tapajós e visitas a comunidades ribeirinhas, e passar uma noite na praia ou na floresta, fique uma semana. Além disso, sempre vale a pena reservar um tempo extra para relaxar nas praias e apreciar a natureza.
O que levar na mala
Ao preparar sua mala para Alter do Chão, priorize roupas leves e confortáveis, como camisetas, shorts e roupas de banho, já que o calor é intenso e os passeios envolvem contato com a água.
Não esqueça os óculos de sol e protetor solar. Repelente também é importante, principalmente para as trilhas. Leve chinelo ou sandália e um tênis se for fazer trilhas.
É bom levar também uma mochila pequena para os passeios e uma bolsa impermeável para guardar o que não puder correr risco de molhar. Uma capa de chuva pode ser útil na época de chuvas.
Ah, e os passeios de barco costumam incluir água e às vezes frutas, mas é bom levar sua garrafinha e alguns lanches – que também podem ser comprados no mercadinho da vila.
Gostou das dicas do que fazer em Alter do Chão? Ficou com alguma dúvida? Qualquer coisa me pergunta lá no Instagram @janelasabertas. Boa viagem!
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