Como se hospedar de graça: 9 formas de viajar sem pagar por acomodação
Os custos de acomodação muitas vezes são a parte mais cara de uma viagem, mas não precisa ser assim. Além de ser possível economizar bastante, seja ficando em albergues ou em quartos de aluguel por temporada fora das regiões mais turísticas, existem também várias formas de se hospedar de graça viajando. E essas opções de hospedagem gratuita não só reduzem drasticamente seus gastos de viagem, como também costumam propiciar experiências incríveis.
Conheço pessoas que viajaram (ou seguem viajando) por meses ou anos sem gastar praticamente nada com estadia, usando algumas das alternativas que vou listar a seguir. E eu mesma já consegui hospedagem grátis em várias partes do mundo com essas mesmas dicas.
Só pra dar um exemplo, dos 110 dias de mochilão que fiz pela Europa em 2017, só paguei por acomodação em 38 noites. Ou seja: viajei por mais de três meses gastando com hospedagem o equivalente a pouco mais de um mês. E sem passar perrengue!
9 formas de se hospedar de graça em viagens
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1. Troca de trabalho por hospedagem
Uma das formas de se hospedar de graça mais interessantes é a troca de trabalho por hospedagem, também conhecida como work exchange ou simplesmente voluntariado. Dentre as opções que vou listar aqui, essa talvez seja minha preferida. As viagens que já fiz com esse tipo de troca foram algumas das melhores experiências da minha vida.
Nesse esquema, você trabalha algumas horas por semana de forma voluntária, e em vez de pagamento recebe um lugar pra dormir. Não existe vínculo empregatício, e a ideia é que você passe algumas semanas ou meses no lugar e depois siga viagem. Essas vagas são mais comuns em albergues, mas também estão disponíveis em pousadas, fazendas, ecovilas, ONGs e até casas particulares.
Os tipos de trabalho procurados pelos anfitriões são bem diversos, incluindo receber hóspedes, arrumar e limpar, cozinhar, fazer pequenos reparos, decorar o espaço, produzir conteúdo pra redes sociais, desenvolver sites, cuidar de jardins, trabalhar em permacultura, dar aulas e muito mais.
O tipo de hospedagem oferecido em troca do seu trabalho também pode variar muito, desde uma barraca de camping a um quarto só pra você com banheiro privativo. Esses detalhes são especificados na descrição de cada vaga.
E além de se hospedar de graça, um work exchange pode incluir vários outros benefícios que ajudam a economizar na viagem. O mais comum é ganhar uma ou mais refeições, mas você também pode ter acesso a aulas, bicicletas, pranchas de surf e passeios gratuitos, por exemplo.
É uma ótima opção pra quem não quer ficar procurando formas de se hospedar de graça a cada poucos dias. É possível fazer work exchange em viagens curtinhas, mas a maioria dos anfitriões pede que você fique pelo menos uns 10 dias.
Pra encontrar oportunidades de troca de trabalho por hospedagem você pode usar a Worldpackers, minha plataforma de work exchange preferida, que foi criada por brasileiros e tem suporte em português. Outras opções são Workaway, Helpx e WWOOF, que por serem gringos e mais antigos, têm mais variedade de vagas fora do Brasil.
Já usei também a Workaway e gostei, mas ela oferece menos segurança que a Worldpackers. Comparei as duas plataformas no texto “Workaway e Worldpackers: quais as diferenças?”.
Qualquer pessoa pode buscar vagas nessas plataformas e ver se acha algo interessante pra os destinos e datas da sua viagem, além de conferir avaliações que outros viajantes deixaram sobre cada lugar. Mas caso queira se candidatar a uma vaga, é preciso pagar uma taxa de inscrição, que geralmente dura um ano. Pra conferir o valor atualizado, recomendo ir em cada um dos sites.
Nesse momento você pode estar se perguntando “ah, mas a ideia não era se hospedar de graça?”. Sim, existe um investimento, mas esse valor não pagaria mais que uma ou duas diárias de hotel na maior parte do mundo, então compensa demais. Mesmo numa viagem de poucos dias, você vai ver que já vale a pena.
Pra saber mais sobre o assunto, confira meu guia sobre troca de trabalho por hospedagem. E se for usar a Worldpackers, clicando aqui ou inserindo o código de desconto JANELASABERTAS na página de pagamento você ganha 10 dólares de desconto em qualquer um dos planos.
Também é possível entrar em contato diretamente os estabelecimentos, oferecendo a troca de maneira informal. Eu não curto fazer isso porque conheço algumas histórias de exploração, já que o combinado não fica registrado de forma oficial. Mas não deixa de ser uma opção de se hospedar de graça, especialmente pra quem já está na estrada e pode ir no lugar pessoalmente.
2. Couchsurfing
Outra forma muito legal de se hospedar de graça é usando o Couchsurfing, site criado pra oferecer e buscar acomodação grátis em qualquer parte do mundo, na casa de pessoas que moram no lugar. O Couchsurfing era gratuito, mas hoje eles cobram uma pequena taxa pra manutenção da plataforma – atualmente, R$ 5,90 por mês ou R$ 43,90 por ano.
Com o cadastro, você pode procurar pessoas disponíveis pra receber viajantes nas cidades por onde vai passar e mandar mensagem pra eles falando um pouco sobre você e perguntando se pode ficar lá por uns dias. Algumas pessoas oferecem um sofá na sala ou colchão no chão, entre outros arranjos mais improvisados, enquanto outras têm até quartos de hóspedes.
Os anfitriões costumam ser pessoas que também viajam e gostam de ajudar outros mochileiros, ou que gostam de conhecer pessoas de outras partes do mundo. A ideia, afinal, não é só se hospedar de graça, mas ter trocas culturais, e poder conhecer um lugar com as dicas ou companhia de alguém que mora lá é muito legal.
Pode parecer estranho dormir na casa de uma pessoa desconhecida, e entendo se você se preocupar com a segurança. Mas o site tem um sistema de avaliações, com comentários que servem de referência sobre anfitriões e viajantes. Eu fiz Couchsurfing poucas vezes, mas tenho amigas que já se hospedaram em mais de 50 casas e nunca tiveram problemas graves. Use seu bom senso.
Na plataforma Worldpackers Academy você encontra dezenas de cursos online sobre planejamento e economia na viagem e sobre se manter viajando como estilo de vida. Ganhe 10 USD de desconto usando o cupom JANELASABERTAS ao se inscrever!
3. House sitting
O Couchsurfing é uma ótima opção se você procura hospedagem grátis pra apenas algumas noites em cada destino. Mas se você procura uma estadia mais longa, outra opção pra se hospedar de graça é fazer house sitting.
Nesse caso, você ganha acomodação gratuita na casa de uma pessoa enquanto ela viaja. “Mas por que alguém deixaria viajantes desconhecidos ficarem sozinhos na sua casa enquanto a pessoa nem está lá?”, você pode se perguntar. Simples: porque ela precisa de alguém que cuide da casa ou dos seus animais de estimação. Em vez de pagar por um caseiro, jardineiro ou cuidador de pets, o dono da casa recebe um house sitter – que pode ser você!
Assim como no work exchange, esse tipo de oportunidade pode ser encontrada em diferentes sites. Alguns exemplos são Mind My House, Trusted House Sitters, HouseSit Match e House Carers. Em geral, a busca de vagas é gratuita, mas é preciso pagar uma anuidade pra poder entrar em contato com os proprietários e se candidatar.
Mas assim como no caso do work exchange, se fizer as contas você vai ver que vale muito a pena, especialmente em destinos com acomodação mais cara. Sem falar que muitas das casas cadastradas nesses sites são incríveis.
Pra ser aceito, você provavelmente terá que conversar com o proprietário por chat ou vídeo. A ideia é que você seja responsável, seguindo as regras combinadas e cuidando da casa e dos bichinhos da pessoa como se fossem seus. E quanto mais avaliações positivas, mais fácil você conseguir outras oportunidades pra se hospedar de graça pelo mundo.
O casal que criou o blog Vida Cigana passou um tempão viajando assim pela Nova Zelândia e publicou um guia de house sitting com todas as dicas.
4. Troca de casas
Se você tem uma casa própria, também pode se hospedar de graça fazendo troca de casas. Nesse caso, você empresta sua casa pra alguém de outra parte do país ou do mundo e, em troca, se hospeda na casa daquela pessoa. O esquema se baseia num acordo de confiança mútua, em que ambas as partes se responsabilizam pela segurança e manutenção do imóvel do outro.
Esse tipo de viagem até aparece num filme hollywoodiano água com açúcar, O Amor Não Tira Férias. Infelizmente Jude Law não está garantido no pacote na vida real, mas quem quiser avaliar essa opção pode dar uma olhada nos sites Home Exchange e Love Home Swap.
5. Permuta por divulgação
Se você tiver um canal com bom engajamento nas redes sociais, outra forma de se hospedar de graça em viagens é entrar em contato com hotéis, albergues ou pousadas oferecendo divulgação nas suas redes em troca de algumas diárias. Muitos blogueiros, instagrammers e youtubers fazem isso.
O ideal é você fazer a proposta de forma bem profissional, informando qual é o perfil da sua audiência e, se possível, enviando um mídia kit com mais detalhes sobre seu projeto. Explique que tipo de conteúdo você pode produzir e quanto tempo gostaria de ficar na hospedagem em contrapartida.
Recomendo ter bom senso pra só fazer parcerias com lugares que você realmente recomendaria pra seu público e não prometer ao parceiro nada que não possa entregar. Pense em formas de fazer uma troca justa pra as duas partes, considerando também que entregas mais complexas devem ser remuneradas. Infelizmente, essa onda de “produzir conteúdo só pra viajar de graça” muitas vezes contribui pra desvalorização do mercado.
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6. Sua rede de contatos
Existem também as formas de se hospedar de graça mais “convencionais”, mas que talvez você não considere sempre. Por exemplo, acionar sua rede de contatos. Você pode até achar que não tem amigos ou conhecidos em muitas partes do Brasil ou do mundo, mas quem sabe não tem algum amigo de amigo, ou parente de parente, nos lugares aonde vai?
Pra descobrir isso, só perguntando. Fale com as pessoas que conhece e veja se elas têm um espacinho no sofá, caso morem fora, ou se conhecem alguém que possa lhe receber durante sua viagem. Lembre-se que o “não” você já tem!
7. Redes sociais
Outra forma de usar (ou expandir) sua rede de contatos é através das redes sociais. Você pode falar da sua viagem no seu perfil pessoal e perguntar se alguém pode lhe receber, ou acessar grupos e fóruns que reúnem viajantes.
Procurando por termos como “Couchsurfing”, “Mochileiros” e “Viajantes” na busca do Facebook, por exemplo, você encontra grupos com diferentes nichos, como “Mochileiros no Nordeste” ou “Couchsurfing das Minas”. Em muitos desses grupos é comum que as pessoas ofereçam e procurem hospedagem, como numa versão informal do site Couchsurfing.
8. Pessoas que conhecer na viagem
Não dá pra planejar essa opção previamente, mas uma forma de se hospedar de graça muito comum é ficar na casa de pessoas que conhecer pelo caminho. Se você viajar com abertura pra conhecer pessoas, pode acabar recebendo ofertas de lugares pra dormir por algumas noites. É claro que é preciso usar bom senso e ter o instinto bem ligado, especialmente se você for mulher, mas existe bastante gente genuinamente interessada em ajudar.
9. Barraca de camping
Outro jeito de se hospedar de graça num esquema mais “raiz” é acampando. Dependendo do destino, pode ser difícil encontrar áreas onde seja permitido (ou seguro) armar a barraca sem pagar, mas em muitos lugares dá pra fazer camping selvagem sem problemas. Em cidades pequenas, também tem quem peça pra acampar no quintal de uma casa, por exemplo.
Você já usou algumas dessas formas de se hospedar de graça em viagens? Tem outras sugestões? Conta aí nos comentários!
Crédito das fotos que ilustram o post: Unsplash e Pexels – Creative Commons/Direitos de uso liberados
Esse não é um post patrocinado e todas as indicações são totalmente sinceras, mas recebo uma comissão a cada assinatura de planos da Worldpackers feita com o cupom de desconto JANELASABERTAS ou os links desse post. Assim, você me ajuda a manter o blog vivo e não paga nada a mais por isso. :)
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Eu já troquei trabalho por hospedagem pela Worldpackers algumas vezes :) Contei tudo aqui: https://janelasabertas.com/2018/02/15/work-exchange/