Aprendizado e trabalho

Como ganhar dinheiro com blog de viagens

Aprendizado e trabalho | 30/07/20 | Atualizado em 16/09/20 | 2 comentários

Finalmente vim responder à pergunta que mais escuto quando falo minha profissão: como ganhar dinheiro com blog de viagens? Existem várias formas de monetizar um blog, e nesse post você vai encontrar um  compilado com várias delas, com base na minha experiência de mais de 8 anos e na de outros blogueiros que conheço.

Se você tem um blog ou está criando um agora, saiba que é preciso produzir bastante conteúdo de qualidade antes de poder rentabilizá-lo bem. E ao mesmo tempo em que faz esse trabalho, você vai ter que pensar de forma estratégica na questão financeira. Afinal, se você quer viver do blog, isso significa transformá-lo numa empresa, né?

Quanto mais você crescer e se destacar, mais vai chamar a atenção de potenciais parceiros e anunciantes. Mas pra tornar esse negócio sustentável, não pode ficar esperando por isso: é preciso se mexer pra monetizar seu blog.

As pessoas ainda leem blogs de viagem?

Sim! Já não é mais tão comum encontrar aquelas pessoas que acessam seus blogs preferidos todo dia ou toda semana pra ler os posts mais recentes. Mas cada vez mais gente procura informações sobre viagens na internet, de acordo com a Google. E onde essas pessoas costumam encontrar o que procuram? Em blogs.

Esse contexto que torna os criadores de conteúdo super relevantes na decisão de compra e no comportamento de consumo dos viajantes. E se você compartilha informações relevantes e influencia as pessoas a consumirem serviços e produtos que genuinamente recomenda, existem várias formas de monetizar isso.

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Como ganhar dinheiro com blog de viagens

Nesse post, você encontra mais de 10 formas de ganhar dinheiro com blog de viagens. Boa parte delas é ou já foi colocada em prática por mim, mas outras são usadas por colegas blogueiros. Existem diferentes modelos adaptados ao estilo e necessidades de cada um, mas o interessante é nunca depender de uma só forma de monetização. É aquela história de não colocar todos os ovos na mesma cesta, sabe?

1. Anúncios

Quando se fala em como ganhar dinheiro com blog, seja de viagens ou de outro nicho, a maioria das pessoas pensa no mais tradicional: anúncios. Afinal, é um formato que estamos acostumados a ver na TV, em jornais impressos e em revistas.

E enquanto inúmeras pesquisas mostram que as pessoas prestam cada vez menos atenção no que é anunciado nesses veículos de comunicação mais tradicionais, as novas mídias vêm sendo mais valorizadas. Afinal, um bom blogueiro passa credibilidade aos seus leitores, e suas recomendações costumam ter um peso bem grande.

Mas quando falo em anúncios, não me refiro só a formatos mais tradicionais, como banners fixos na lateral da página, por exemplo. No mercado de blogs de viagem, esse tipo de propaganda é raro. O mais comum é usar banners de programas que “revendem” o espaço pra vários anunciantes, com o Adsense, do Google.

Para exibi-los aos usuários, o Google rastreia nosso comportamento online, oferecendo anúncios direcionados aos hábitos de navegação de cada um. Os anúncios são, então, mostrados de forma automática, mas você pode personalizar os lugares onde vão aparecer e algumas outras configurações. De acordo com a quantidade de cliques, você recebe um valor em dólares no fim do mês.

2. Posts e projetos patrocinados

Outra forma de ganhar dinheiro com blog são os posts patrocinados, também conhecidos como publieditoriais. Esses textos costumam ser escritos pelo blogueiro na sua linguagem habitual, mas em parceria com alguma empresa, que fornece informações pra escrita do texto. A ideia é que tratem de assuntos que sejam interessantes pra os leitores e ao mesmo tempo agreguem valor à empresa.

É essencial sempre sinalizar de forma clara que aquele conteúdo se trata de um post patrocinado. Caso contrário, se trata de publicidade velada. E além de ser antiético e desonesto com seus leitores, o Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária (Conar) poderá intervir, porque é uma prática ilegal.

E além dos posts patrocinados “avulsos”, que podem ser feitos tanto no blog quanto nas redes sociais, existe a possibilidade de fazer projetos de médio ou longo prazo com patrocínio de uma empresa.

3. Programas de afiliados

Chegamos, enfim, ao formato de monetização que compõe a maior parte da renda de quase todos os blogueiros de viagens que conheço: programas de afiliados.

Funciona assim: o blog firma uma parceria com uma empresa, por exemplo, de reservas de hotéis. O blogueiro coloca links pra o site nos seus posts, quando falar de algum conteúdo relacionado a hospedagem.

Esse link não é propaganda, porque o blogueiro não ganha nada por colocá-lo link ali, e nem mesmo se o leitor simplesmente clicar. O ganho financeiro acontece se o leitor fizer uma compra através do link. Nesse caso, quem fez a indicação recebe uma comissão, ou seja, um percentual do valor gasto pelo usuário.

O detalhe é que o leitor não paga nada a mais por isso. O valor será o mesmo se ele fizer a reserva procurando o site diretamente na internet. A comissão sai da empresa, que divide uma parte do lucro dela com o blogueiro como contrapartida pela divulgação.

Existem programas de afiliados de diversos tipos: seguros de viagem, venda de ingressos para atrações turísticas, passagens aéreas, venda de livros etc.

4. Viagens a convite

Tem gente que cria um blog ou Instagram de viagem pensando em viajar de graça. Isso é mesmo possível, ainda que eu não acredite que deva ser o foco de ninguém. Mas é, sim, algo a levar em consideração – nem que seja pra decidir que você não quer.

Existem diferentes tipos de viagens “a convite”. Algumas são as chamadas press trips, que originalmente tinham como foco apenas veículos da imprensa tradicional (por isso “press”) e geralmente são organizadas pelos órgãos de divulgação dos destinos. Eles convidam blogueiros e jornalistas pra participar de viagens, geralmente com uma programação fechadinha e bem corrida.

Outra possibilidade é montar a viagem por conta própria e fazer parcerias com empresas de boa reputação pra receber cortesia em algum tour, diárias de hospedagem ou ingresso pra atração turística em troca de divulgação no blog e/ou redes sociais.

No caso desse apoio pra partes específicas da viagem, o blogueiro paga a maior parte dos custos e vive a viagem como um viajante “real”, com exceção daquelas atrações específicas.

Cada blogueiro tem sua política para aceitar viagens a convite. Alguns só aceitam viajar pagando todas as suas contas, pra ter mais isenção sobre o conteúdo produzido. Outros, especialmente gringos, cobram pra participar de viagens que tenham como objetivo promover algum destino ou empresa, porque consideram que devem receber por suas horas de trabalho.

No mercado brasileiro, ainda não é comum esse tipo de participação ser remunerada, exceto no caso de personalidades com alcance muito grande. Mas conheço blogueiros que vêm tentando mudar isso, cobrando por sua presença inclusive em press trips.

Seja como for, vale ressaltar que todo tipo de parceria deve ser sinalizado claramente pra os leitores. Também é importante avaliar, antes de aceitar qualquer acordo, se aquilo é realmente pertinente pra sua audiência e se a empresa tem práticas de acordo com seus valores. E sempre dar suas opiniões reais sobre o que viveu.

Afinal, além de ser importante manter a ética por questão de princípios, sua reputação também deve ser zelada. A confiança dos leitores ou seguidores é o que você tem de mais valioso!

Por fim, lembre-se que ficar pedindo um monte de coisas de graça ou propor trocas desproporcionais acaba prejudicando a imagem de todo o mercado de produtores de conteúdo de viagens. Você já deve ter visto umas publicações escrachando blogueiros “folgados” internet afora, né? Precisamos agir com profissionalismo pra receber cada vez mais respeito.

5. Produtos próprios

Uma ótima forma de ganhar dinheiro com blog é investir na criação de produtos próprios pra vender aos leitores. Isso dá muito trabalho no início, mas depois pode gerar uma boa renda passiva, exigindo só um esforço de manutenção e divulgação.

É como quando as blogueiras de moda e beleza lançam linhas de roupa, cosméticos ou maquiagem, sabe? No caso dos blogs de viagem, os produtos mais comuns são livros e guias, sejam digitais ou impressos. Mas também tem gente que vende itens decorativos, presets de Lightroom pra editar fotos, tags de mala etc.

6. Financiamento coletivo

Já ouviu falar em crowdfunding? Esse termo gringo pode ser traduzido como financiamento coletivo e quer dizer basicamente “várias pessoas pagando cada uma um pouquinho pra financiar um projeto”.

Esse tipo de financiamento pode ser recorrente, com contribuições mensais, ou pontual, com arrecadação de um valor específico pra bancar algum projeto.

Os leitores podem ajudar simplesmente pelo prazer de apoiar um blog que curtem, mas geralmente existe alguma recompensa envolvida, como acesso a conteúdo exclusivo, consultorias virtuais ou o envio de produtos.

Uma possibilidade pra ajudar o leitor a ver valor nessa contribuição é oferecer acesso a um grupo privativo que recebe informações privilegiadas sobre algo em que você é especialista.

7. Consultorias, cursos, eventos e palestras

Blogueiros de viagem costumam se especializar, através de muita pesquisa e principalmente experiência prática, em algumas coisas que são sonhos de muita gente, como viajar mais, viajar gastando pouco ou trabalhar remotamente. Sem falar naquelas dicas especiais de quem conhece profundamente um destino, e em hacks de viagem como formas de encontrar passagens aéreas muito baratas.

Esse conhecimento pode até parecer banal pra quem sabe fazer aquilo, mas pra muita gente é extremamente valioso. Por isso, muitos blogueiros de viagens têm compartilhado esse aprendizado através de consultorias, palestras ou cursos. Tem gente que cria inclusive mega eventos sobre viagens ou sobre produção de conteúdo online, cobrando pela participação.

Outra opção comum é oferecer roteiros de viagem personalizados, de acordo com as preferências do viajante.

 8. Expedições (viagens em grupo)

Outra forma de monetização que tem se tornado cada vez mais comum entre blogueiros e influenciadores são as viagens em grupo, que costumam ser chamadas de “expedições”. Vários produtores de conteúdo, especialmente os que têm mais popularidade no Instagram, organizam viagens em grupo pra destinos no Brasil e no exterior.

A proposta dessas expedições é oferecer aos seus leitores e seguidores a oportunidade de fazer uma viagem no seu estilo, do jeito que eles estão acostumados a acompanhar no blog ou redes sociais. Além de contar com a companhia do blogueiro, o viajante conhece outras pessoas com interesses parecidos.

É uma boa oportunidade pra quem não tem com quem viajar e não quer ir sozinho, ou pra quem gosta muito do seu trabalho e da sua forma de viajar e confia em você pra montar o roteiro e lidar com a logística.

9. Passeios guiados e tours fotográficos

Outra forma de monetização interessante, especialmente pra quem mora em cidades muito turísticas, é oferecer passeios guiados ou experiências criativas no destino.

Você pode se profissionalizar como guia, fazendo cursos e obtendo certificações, ou pensar em experiências diferentes. Quem é bom com fotografia pode oferecer ensaios fotográficos nos cantinhos mais especiais da cidade onde mora, por exemplo. Mas o céu é o limite! Tenho um amigo que é sommelier de cervejas e faz passeios com temática cervejeira aqui no Recife.

E onde o blog entra nessa história? Ele se torna uma plataforma pra promover seu trabalho e conquistar clientes.

10. Produção de conteúdo para terceiros

Bem antes dos blogs se tornarem rentáveis por si sós, muita gente já os usava como portfólios. E mesmo que você já ganhe dinheiro com blog, seus textos podem ser usados pra conseguir freelas escrevendo em outros veículos de comunicação.

Vários blogueiros que são jornalistas fazem isso, escrevendo pra revistas tradicionais de viagem, publicações de companhias aéreas ou, mais comumente, pra outros sites.

Dependendo do trabalho que você faz, seu blog pode gerar convites pra produzir outros formatos de conteúdo também, tipo administrar as redes sociais de uma empresa da área de turismo, ou fazer fotos e vídeos pra marcas.

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E as contas a pagar?

Falei até aqui sobre como ganhar dinheiro com blog de viagens e espero que as dicas tenham sido úteis! Mas é preciso lembrar que, conforme seu blog cresce, você também vai gastar.

No comecinho, os custos não precisam ser altos. Só o valor anual pra custear seu domínio (o endereço do site), a hospedagem e talvez um investimento inicial em design e programação ou assinatura de algum software ou aplicativo. Mas com o tempo, muitas outras coisas podem ser acrescentadas a essa conta.

Alguns gastos que você deve considerar são um servidor mais robusto, compra de equipamentos como computador, câmera e acessórios, inscrição em cursos e eventos e verba pra patrocínio de posts nas redes sociais e Google.

Quando o blog se torna uma empresa legalmente constituída e começa a movimentar uma quantidade maior de dinheiro, também surgem custos como serviço de contabilidade, impostos, taxas bancárias e contribuição pra o INSS.

E se você crescer ainda mais, pode resolver contratar pessoas pra lhe ajudar, seja produzindo textos ou em outras funções como gerenciamento de redes sociais, edição de vídeo ou fotografia, por exemplo.

Recomendo administrar os gastos desde cedo, pra ter uma ideia clara do quanto você investe no seu blog e quanto precisa ganhar pra ter lucro. No início, é normal você tirar dinheiro do seu bolso pra fazer o blog continuar vivo. Depois, quando começar a receber algum dinheiro por ele, é provável que seja o suficiente apenas pra cobrir seus gastos. Mas com dedicação e estratégia, é possível conseguir uma renda média que permita determinar um salário pra você e investir mais no crescimento do blog.

A organização financeira é fundamental pra todo mundo que é freelancer ou tem sua própria empresa, já que não existe estabilidade, então mesmo que esteja começando do zero agora é bom ter isso em mente.

Minha história de monetização do blog

Eu criei esse blog em julho de 2012, mas o encarei como hobby até 2017. Quando pedi demissão do meu último emprego fixo, passei a ver o blog como uma empresa e me esforçar ativamente pra monetizá-lo. Em 2018, comecei a obter uma renda média mensal compatível com o que ganhava em uma agência de publicidade. Em 2019, o valor superou o que eu ganhava como CLT. Aqui no blog você encontra uma página em que explico aos leitores sobre monetização, porque acho muito importante ser transparente.

Em 2020, ano em que escrevo esse post, as coisas estão diferentes devido à pandemia, que interrompeu as viagens no mundo todo. Mas quando o turismo se restabelecer, acredito que poderemos voltar a colocar em prática essas estratégias. E, de acordo com pesquisas, as marcas vão precisar mais que nunca do apoio de blogueiros e influenciadores pra se reerguer.

Ainda ficou com alguma dúvida sobre como ganhar dinheiro com blog de viagens? Conhece outras formas de monetização que ficaram de fora desse post? Me conta aí nos comentários!

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Crédito das fotos que ilustram o post: Usplash – Direitos de uso liberados

 

 

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2 Comentários

  1. Sara

    Que legal o post, penso em criar um de viagens também. Não sou jornalista, mas acho que não tem muito problema.

    • Não tem problema, não! :) A maioria dos blogueiros de viagem não é jornalista. Boa sorte!

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