O que fazer na Cidade do México: roteiro completo
Está se perguntando o que fazer na Cidade do México? Eu passei duas semanas na capital mexicana, que mistura de um jeitinho delicioso ingredientes como história pré-colombiana, arquitetura colonial, arte urbana, comida de rua, a simpatia dos mexicanos e uma animada vida noturna. Com mais de 20 milhões de habitantes em sua região metropolitana, a capital é uma das maiores metrópoles do mundo, e certamente uma das mais surpreendentes.
Museus de primeira, sítios arqueológicos milenares, bairros boêmios, mercados coloridos e uma gastronomia que é Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO tornam essa cidade um prato cheio para quem gosta de conhecer culturas, pessoas e sabores.
Neste artigo vou compartilhar minhas experiências reais viajando sozinha para a cidade, dos pontos turísticos tradicionais a lugares menos conhecidos. Se você quer saber o que fazer na Cidade do México além do básico, espero te inspirar a montar um itinerário bem legal. Quem sabe você se apaixonada por lá e fica morrendo de vontade de voltar, assim como aconteceu comigo?
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Museu Nacional de Antropologia
Recomendo separar logo um dos seus primeiros dias na Cidade do México para conhecer o Museu Nacional de Antropologia, que ajuda a contextualizar muito do que você deve ver depois no país, especialmente se pretende explorar regiões como Oaxaca e Chiapas (eu fui e amei!).
O prédio por si só já é impactante, mas o acervo é o verdadeiro destaque. Passei umas boas horas lá, mas daria tranquilamente para ficar o dia inteiro. O museu é enorme e cheio de salas que cobrem desde os primeiros habitantes das Américas até os povos indígenas contemporâneos. Tem réplicas de casas, roupas, artefatos, objetos ritualísticos, informações sobre línguas, cosmologias, modos de vida e muito mais. É tipo uma imersão na história e cultura do México.
O ponto alto do museu é a Pedra do Sol, pedra de 24 toneladas que fazia parte do complexo arquitetônico do Templo Mayor, de Tenochtitlán, a capital asteca. Ela foi descoberta durante escavações no Zócalo (a principal praça da cidade) e hoje ocupa lugar de destaque no museu, rodeada por outras peças incríveis das grandes civilizações pré-colombianas que viveram por ali.
Para chegar até o museu, fui caminhando pelo Paseo de la Reforma, uma avenida lindíssima e arborizada. Como era domingo, parte da via estava fechada para carros e aberta só para pedestres, com um monte de gente andando de bicicleta e patins, correndo, como acontece em algumas capitais brasileiras. Achei o clima bem gostoso.
Bosque de Chapultepec
Logo ali ao lado fica o Bosque de Chapultepec, uma das maiores áreas verdes urbanas da América Latina e um destaque em qualquer lista do que fazer na Cidade do México (principalmente para quem viaja com crianças).
Como era domingo, estava lotado de famílias e cheio de barracas vendendo todo tipo de fritura, doces e bombons. O parque é gigantesco e tem de tudo: museus, trilhas, áreas de piquenique e até um lago onde dá pra alugar pedalinhos e barquinhos.
Dentro do parque também está o Castelo de Chapultepec, construído na época do vice-reinado espanhol. Hoje abriga o Museu Nacional de História e, dizem, tem uma vista linda lá de cima. Como estava muito cheio, não animei passar muito tempo por lá e acabei não entrando.
San Ángel e o El Bazaar Sábado
Esse atrativo não está no topo das listas de “o que fazer na Cidade do México”, mas acabou sendo meu primeiro destino na cidade, já que cheguei numa sexta à noite e o melhor dia para ir lá é justamente o sábado.
San Ángel é um bairro encantador que parece ter parado no tempo. Localizado no distrito de Álvaro Obregón, na região metropolitana da capital, ele ainda conserva casarões coloniais lindíssimos, ruas de pedra, pracinhas charmosas e uma vibe boêmia delicinha.
O melhor dia para visitar San Ángel é no sábado porque é quando acontece o famoso El Bazaar Sábado – uma galeria de artesanato e design montada num casarão colonial do século XVIII, em frente à Plaza San Jacinto. A experiência vai além das compras: o ambiente é super agradável, com um pátio interno cheio de mesas de restaurantes e bares, ótimo pra sentar, tomar algo e curtir o movimento.
Além da galeria principal, as praças ao redor ficam cheias de expositores vendendo quadros, peças de decoração, acessórios e artesanato. Morri de vontade de encher a mala e redecorar a casa inteira.
Em uma pracinha menor ali por perto, achei também uma feirinha com objetos lindos e bem diferentes. Também vale entrar nas lojinhas ao redor mesmo que seja só para olhar. Ah, e não dá para deixar de notar a igreja charmosa ao lado da praça principal, com um pátio bonito e tranquilo.
Lucha Libre na Arena México
Para fechar o dia com chave de ouro, fui assistir à lucha libre, um clássico da cultura mexicana que a princípio não estava entre minhas prioridades do que fazer na Cidade do México, mas curti ter conhecido. Escolhi ir na Arena México, um dos lugares mais populares.
Comprei um ingresso de categoria intermediária (o segundo melhor), mas sinceramente, achei que não precisava. Dá pra ver super bem de lugares mais baratos; talvez só os baratíssimos deixem a desejar. A principal diferença era que nas áreas mais caras tem serviço de comida e bebida direto no seu assento (mas você paga à parte). E tem de tudo: nachos, sanduíches, pipoca, pizza, cerveja, refrigerante…
Na entrada, um funcionário veio me acompanhar até o meu lugar. Achei que fazia parte do serviço, mas no fim ele pediu uma gorjeta, hehe. No dia em que fui, o público era bem variado: muitas famílias com crianças, alguns torcedores mascarados e poucos estrangeiros. A plateia estava superanimada e entrou muito no clima.
O espetáculo é… digamos… engraçado. A começar pelas roupas dos lutadores, que parecem saídas de um mix entre carnaval e Power Rangers. Tem muita coreografia, giros no ar, encenações de dor e movimentos claramente ensaiados, mas o público vibrava como se tudo fosse real.
Entre uma luta e outra, entravam mulheres dançando na rampa, cada vez com um figurino diferente, e um mestre de cerimônias de terno anunciava os lutadores com entusiasmo. Em alguns momentos, o ringue ficava com cinco lutadores ao mesmo tempo, mas só dois realmente lutavam, enquanto os outros posavam, empurravam ou exibiam os músculos.
Uma das cenas mais fofas foi no final, quando várias crianças foram tirar fotos com os lutadores que saíam do ringue. Um mexicano que conheci me contou que, quando era pequeno, via esses caras como verdadeiros super-heróis. Para mim, pareceu só um negócio meio doido e engraçado, mas dá mesmo para entender o fascínio infantil.
Tour fotográfico e mergulho no centro histórico
Comecei meu terceiro dia na Cidade do México com um passeio diferente: um tour fotográfico com Keith, um fotógrafo americano que mora na cidade há muitos anos. Para quem quiser saber mais, tem um post completo sobre a experiência aqui no blog. Caminhamos por várias partes do centro da cidade enquanto ele compartilhava dicas valiosas, tanto de fotografia quanto sobre a cidade.
Passamos por várias barracas de comida de rua, com vendedores de castanhas, tacos e muito chicharrón (pele de porco frita, que eles preparam na hora em enormes caldeirões de óleo borbulhante). Foi um exercício de observação delicioso, vendo o vai e vem das pessoas no seu cotidiano, o que adoro fazer em qualquer cidade.
Além de andar bastante, fomos na Pulquería Las Duelistas, lugar tradicional onde pude experimentar o pulque, uma bebida fermentada feita a partir do agave, considerada sagrada pelos astecas. Keith me contou que o pulque era visto durante muito tempo como bebida das classes mais pobres; uma imagem reforçada, inclusive, por campanhas da indústria de uísque e cerveja. Mas ele tem voltado à moda, numa pegada mais hipster, e hoje dá pra encontrar tanto pulquerías simples de bairro quanto outras mais moderninhas.
O pessoal costuma pedir uma jarra pra dividir com os amigos, mas também vi muita gente tomando pulque no copo de isopor com canudo, andando tranquilamente pela rua. O clima era bem descontraído. No caminho, também passamos pela Calle Regina, uma rua cheia de arte urbana, ótima para fotos.
Free Walking Tour no centro histórico
À tarde no mesmo dia, fiz o tradicional free walking tour pelo centro histórico. Eu quase sempre faço um desses passeios quando viajo, principalmente em cidades grandes. São tours guiados em que você paga no final o valor que achar justo, e geralmente dão um bom panorama do lugar e incluem dicas de morador. Já descobri alguns cantinhos especiais e evitei umas roubadas graças às recomendações dos guias.
O ponto de encontro foi em frente à Catedral, e de lá seguimos a pé por um roteiro cheio de curiosidades. Em pouco mais de duas horas, passamos por alguns dos principais pontos turísticos do centro da Cidade do México, como a Catedral Metropolitana, o Templo Mayor, a Casa de los Azulejos e o belíssimo Palácio de Bellas Artes (vou falar mais sobre eles abaixo).
Foi uma forma ótima de entender melhor o contexto histórico e arquitetônico da região, e também de começar a me orientar pelo centro. Recomendo muito incluir um tour desses no início da viagem.
Outros atrativos do Centro Histórico
No dia seguinte, voltei ao centro histórico para visitar alguns outros lugares e revisitar outros por onde passamos rapidamente no walking tour.
Comecei o dia indo tomar café da manhã no Fonda Margarita, restaurante antigo e muito tradicional. O lugar ficou famoso depois de aparecer num episódio do Anthony Bourdain. A vibe é “sem frescura”: ambiente simples, comida farta e típica, estilo caseiro. Vale a visita se você quiser um café da manhã bem mexicano.
De lá, fui andando até o Mercado de la Ciudadela, conhecido pelo artesanato. Dá para chegar numa caminhada curta a partir do metrô, e a região tem uma atmosfera de “centrão”, mas achei segura. Por lá, tem de tudo: bolsas, roupas, caveiras, cerâmica, madeira, papel machê, itens de prata… Muita coisa se repete nos estandes, então vale dar uma volta antes de comprar para comparar preços.
Segui então para o Mercado de San Juan, mais arrumadinho que os outros mercados de comida. Lá o foco é em carnes, peixes, legumes e especiarias, com um toque mais gourmet. O lado ruim é que os vendedores te abordam o tempo todo, o que achei meio chato. Tem alguns estandes de comida pra comer na hora, incluindo um com “comida exótica pré-hispânica” (grilos, escorpião, aranha…).
Dali fui ao Palácio de Bellas Artes, um prédio lindíssimo, com arquitetura francesa e detalhes mexicanos. No segundo andar fica a maior coleção de arte mural mexicana. Não entrei, porque a exposição temporária não me chamou atenção e os murais permanentes têm similares no Palácio Nacional e na Secretaria de Educação, que visitei depois.
E então fui no Barrio Alameda, uma galeria num prédio retrô cheio de plantas, com lojinhas de designers e empreendedores independentes mexicanos. No térreo tem bares e restaurantes charmosos. É um lugar meio hipster, mas muito bonito.
Ali perto encontrei uma unidade do Cielito Querido Café, uma rede mexicana charmosa, e aproveitei para conhecer. Tomei um cacao con leche meio amargo, mas não achei nada demais.
Segui, então, para o Barrio Chino, que é bem pequeno. São só algumas ruas com lojinhas e restaurantes chineses misturados com estabelecimentos mexicanos. Não é tão especial quanto outras Chinatowns que já vi em outros países, mas vale dar uma olhada se você curte cultura chinesa.
Na frente do Palácio de Bellas Artes fica a Torre Latinoamericana, que por décadas foi o prédio mais alto do México. Subi até o mirante (pago), e a vista 360° é impressionante. A cidade parece não ter fim! Pena que a poluição pode atrapalhar um pouco a visibilidade. Na bilheteria, eles entregam um folheto com os principais prédios visíveis de cada lado.
Você pode subir quantas vezes quiser no mesmo dia, então vale considerar voltar à noite. O prédio tem lanchonete, loja de souvenirs e um terraço aberto com bancos. Depois descobri que tem lá em cima um restaurante/bar com vista, e aí não é preciso pagar para ir ao mirante.
Ali do lado fica a Casa de los Azulejos, onde funciona uma unidade da Sanborns, loja de departamentos com restaurante/café lindão. Vale a visita nem que seja só para entrar, subir até o primeiro andar e ver o pátio. Pensei em almoçar lá, mas estava cheio. Acabei só indo ao banheiro (limpo e com papel!) e tomando um café com pan dulce.
O almoço ficou para o Café de Tacuba, restaurante tradicional que funciona desde 1912 num casarão colonial. O ambiente é lindo, com músicos tocando ao vivo. Comi chilaquiles con pollo (não amei, mas era bem servido). Achei o atendimento ótimo e a localização excelente, entre o Bellas Artes e o Zócalo.
Depois do almoço tive que voltar para a hospedagem para trabalhar (esse blog não se escreve sozinho!), então continuei o percurso pelo centro no dia seguinte. Salvei no Google Maps os dois percursos que fiz: Centro 1 e Centro 2.
No segundo turno do roteiro, comecei visitando a Plaza Garibaldi, famosa pela presença de mariachis que tocam nos bares. Mas às 12h30 de uma quinta-feira, estava completamente vazia.
Depois fui até a Secretaría de Educación Pública. A entrada gratuita, mas é preciso deixar um documento na portaria (leve o passaporte!). O prédio é lindo, e no primeiro andar as paredes são todas cobertas de murais. Vale muito a pena, e é bem tranquilo pra visitar.
Parei na Casa Churra e comi churros (gostosinhos, mas ainda prefiro os do Brasil) e tomei uma horchata frappé que não curti tanto. E aí passei novamente na Catedral Metropolitana, ponto de encontro do free walking tour.
Ela fica no coração da cidade, o Zócalo — praça principal e símbolo do centro histórico. O local é considerado o “coração do México” porque ali nasceu o primeiro assentamento dos astecas. É onde acontecem as celebrações mais importantes do país, como a festa da independência.
Além da catedral, no Zócalo também ficam o Palácio Nacional (sede da Presidência) e o Templo Mayor, sítio arqueológico com ruínas astecas descobertas apenas na década de 1970. Dá pra ver muita coisa do lado de fora, mas se quiser se aprofundar, o Museu do Templo Mayor é bem recomendado. Ah, e o Palácio Nacional tem murais incríveis de Diego Rivera logo na escadaria.
Curiosidade: no centro comercial, várias ruas são especializadas em um único item. A República de Chile, por exemplo, é famosa pelas lojas de vestidos de noiva e de quinceañeras. Me contaram que as festas de 15 anos mexicanas costumam ser enormes, com 100 a 200 convidados, cerimônia religiosa, chegada de limusine e muitos “padrinhos”, que bancam parte dos custos.
Ballet Folklórico de México no Palacio de Bellas Artes
Nesse mesmo dia à noite eu voltei ao Palácio de Belas Artes para ver o Balé Folclórico do México, que apresenta tradições culturais e danças de diferentes regiões do país.
Fui ao espetáculo às 20h30 e terminou às 22h15. Existem ingressos com diferentes faixas de preço (vale checar no site). Comprei o mais barato direto na bilheteria do Bellas Artes para evitar taxa e poder conversar com a atendente sobre o melhor lugar nesse valor. Fiquei no assento 21D da galeria e achei ótimo.
Nos lugares mais caros dá para ver melhor o que acontece no chão do palco, mas no geral consegui acompanhar tudo. Achei os figurinos lindos, músicos e dançarinos excelentes. Tudo muito colorido, com momentos engraçadinhos. Eles vendem chocolates, bebidas e petiscos no local.
A casa de espetáculos é muito bonita, e na galeria você fica logo abaixo da cúpula bonitona. Achei uma ótima forma de mergulhar na energia do país. A qualidade é impressionante.
Casa de Frida Kahlo
No dia seguinte, comecei meu passeio pela Cidade do México com uma visita emocionante à Casa de Frida Kahlo, também conhecida como Casa Azul, que funciona no endereço onde a artista nasceu, em 1907, e viveu grande parte da vida. A casa foi transformada em museu pouco depois da morte dela, em 1954.
Construída em forma de U e com um jardim maravilhoso no centro, a Casa Azul fica no bairro de Coyoacán, que na época era um reduto de artistas e intelectuais. Gente como André Breton, Sergei Eisenstein, Nelson Rockefeller e León Trotsky (que chegou a morar ali perto) circulava por lá.
Recomendo comprar o ingresso online com antecedência, porque a fila na porta costuma ser longa, e tem uma entrada separada pra quem já comprou.
Entre os destaques da visita estão os jardins belíssimos (queria morar ali!); o estúdio de Frida, com a cadeira de rodas em frente ao cavalete, suas tintas e pincéis; a cozinha colorida, que é apaixonante; e a famosa cama com espelho no teto, que ela usava para pintar autorretratos enquanto estava acamada.
A casa está repleta de objetos de arte popular mexicana, que Frida e Diego Rivera, seu companheiro, valorizavam quando isso ainda não era “moda”. Também estava rolando, quando visitei, uma exposição temporária com vestidos, corpetes e itens pessoais da pintora que foram encontrados mais recentemente.
Antes da visita, revi o filme Frida e recomendo! Fiquei imaginando os pavões e os macaquinhos passeando pelo jardim, como nas cenas do filme.
Mercado de Coyoacán
Depois da visita, aproveitei para explorar o bairro. Coyoacán tem uma vibe tranquila, meio boêmia, com uma boa quantidade de praças, bares e restaurantes.
Fui primeiro no Mercado de Coyoacán, mais “local” que outros que visitei em outros bairros. Me recomendaram provar as tostadas e aágua fresca, em barraquinhas no meio do mercado. Pedi uma tostada de tinga de pollo (frango desfiado apimentado com molho de tomate, cebola e especiarias com um pedaço de abacate por cima) e uma “água fresca” de abacaxi, num copo generoso. Gostei bastante! Depois ainda pedi uma tostada de mole con pollo. As de ceviche pareciam boas, mas ficaram para a próxima.
A fila era rápida e o atendimento bem prático: você espera até os garçons dizerem onde deve se sentar (são balcões com bancos altos de plástico). Eles anotam o pedido e o pagamento é feito no final, em dinheiro.
Além da área de comidas, o mercado tem frutas, verduras, grãos, piñatas, fantasias de criança etc., e vários vendedores oferecendo provinhas com o maior bom humor.
Cineteca Nacional em Coyoacán
Mais tarde, fui conhecer a Cineteca Nacional, um espaço cultural incrível, com várias salas de cinema, livraria, cafés e um gramado onde muita gente fica deitada, lendo ou conversando. Eles também fazem sessões ao ar livre, dependendo do dia. Não vi esse lugar em nenhum artigo sobre o que fazer na Cidade do México; um amigo que morava lá me indicou e foi uma grata surpresa.
Assisti a um documentário chamado El maíz en tiempos de guerra, sobre a importância da preservação das sementes nativas de milho no México – uma relação ancestral e profunda que me tocou muito. Gostei tanto que escrevi um artigo só sobre isso aqui no blog.
Bairros Roma e Condesa
Se você gosta de caminhar sem pressa e descobrir cafés charmosos, livrarias descoladas, lojinhas criativas e restaurantes, não pode deixar de incluir os bairros Roma e Condesa na sua lista do que fazer na Cidade do México.
Árvores frondosas, arquitetura art déco e ruas agradáveis dão o tom dessa região que já foi residencial de elite, passou por um período de decadência e hoje é um dos epicentros da vida boêmia, artística e gastronômica da cidade.
Com uma vibe que lembra bairros como Palermo (em Buenos Aires) ou Vila Madalena (em São Paulo), Roma e Condesa são perfeitos para explorar com tempo e caminhar sem rumo, mas seguem alguns dos lugares legais que visitei por lá:
Muitas pessoas me recomendaram o Ojo de Agua para um brunch, e como essa é minha refeição preferida, fui com altas expectativas. Cheguei por volta das 11h e estava bem cheio; mesmo estando sozinha esperei uns 30 minutos para conseguir uma mesa. O público era majoritariamente de estrangeiros, mas com cara mais de expatriados do que de turistas. Algumas pessoas liam ou trabalhavam no computador.
O lugar é bonitinho e vende também produtos naturais, frutas etc. Ao lado tem uma versão “express”, para quem quiser pegar comida para levar. O cardápio tem vários sucos com combinações gostosas. Pedi um de cenoura, melão e laranja. Também tem sucos com iogurte, sanduíches, ovos com acompanhamentos e tigela de açaí. Minha pedida para comer foram os chilaquiles rojos con pollo e gostei muito.
Outro lugar que muitos amigos me recomendaram quando perguntei o que fazer na Cidade do México foi a cafebrería (café + livraria) El Péndulo, que é linda por fora e por dentro. Tinha muita gente trabalhando, varandinhas com mesas, sofás, música gostosa, bom Wi-Fi e uma atmosfera bem agradável. Achei muitos livros ótimos, mas caros. Eles também vendem cadernos e objetos criativos para presente.
De lá, fui andando por ruas cheias de lugares interessantes como a Calle Amsterdam e a Michoacán e passei pelo simpático Parque México, rodeado de bares e cafés charmosos. E falando em charme, um lugar lindo que encontrei por lá foi a Churrería el Moro, com decoração belíssima (mas não cheguei a provar os churros).
De lá, dei uma passada no Mercado Medellín, que tem desde comidas e sucos gostosos para consumir na hora a produtos da Colômbia e de outros países latinos, itens para casa, fantasias, brinquedos, artigos de festa etc.
Em frente a ele, descobri por acaso o Comedor de los Milagros, um food park bonito e bem organizado, com decoração colorida e mini restaurantes de vários países latinos. Tocava música desses países e os garçons foram muito simpáticos. Amei!
Outro mercado ali perto que reúne bares e restaurantes é o Mercado Roma, com vibe gourmet, arrumadinho. No meio da tarde de uma terça-feira estava meio vazio, mas imagino que encha à noite e nos fins de semana.
Por fim, dei uma passada no bar La Bodeguita del Medio, uma versão do famoso bar de La Havana, Cuba. O La Bodeguita original foi fundado em 1942 e virou um ícone nacional. Não fui lá para comparar, mas curti a unidade mexicana, com música, comida e bebida cubanas. Tomei um mojito original, mas tinha também versões diferentes e vários outros drinques, além de tacos e pratos típicos cubanos.
Teotihuacán
E finalizo esta lista do que fazer na Cidade do México com um passeio mais longo, mas que vale muito a pena. Teotihuacán fica a cerca de 55 km da capital e é um dos sítios arqueológicos mais impressionantes que já visitei. A experiência de ver aquelas pirâmides gigantes surgindo no horizonte já é de arrepiar, e só melhora conforme você se aproxima.
Fui por conta própria e foi super tranquilo e bem mais barato do que com agências de turismo. Peguei o metrô até a estação Autobuses del Norte, que tem uma rodoviária bem em frente. Lá dentro, comprei minha passagem de ida e volta no guichê da empresa Autobuses Teotihuacan. A volta é com horário aberto e os ônibus saem a cada 15-20 minutos. A viagem leva mais ou menos uma hora.
Na ida, o ônibus que peguei era mais simples, sem ar-condicionado, e entrou vendedor, músico… Já na volta, peguei um mais confortável – acho que é na sorte mesmo. Ah, na rodoviária tem banheiro e lanchonetes tipo fast food.
O complexo de Teotihuacán é imenso e tem vários portões de entrada. O mais prático é o Portão 3, que te deixa perto das pirâmides principais. A dica de ouro é: chegue cedo, principalmente se for num domingo, porque nesse dia o acesso é gratuito para mexicanos e fica lotado.
É possível contratar guias na entrada ou explorar por conta própria (foi o que eu fiz). Tem plaquinhas com informações ao longo do caminho, mas recomendo muito assistir a algum vídeo ou ler um pouco sobre o lugar antes da visita. Tem muita coisa para explorar por lá, mas os grandes destaques são a Pirâmide do Sol e a da Lua.
A Pirâmide do Sol é a mais alta de todas e a segunda maior do mundo (só perde para a de Gizé, no Egito). São 75 metros de altura, o equivalente a um prédio de 20 andares, construído há quase dois mil anos. É surreal pensar nisso enquanto você sobe cada degrau.
Já a Pirâmide da Lua, com 43 metros, fica no outro extremo da Calçada dos Mortos, o grande eixo central que corta o complexo e conecta suas principais estruturas, como o Templo de Quetzalcóatl (cheio de cabeças de serpente esculpidas) e o Palácio de Quetzalpapálotl.
Dicas práticas:
- Tente ir cedo, para evitar as horas mais quentes do dia.
- Vá de roupa leve e tênis confortável (nada de sandália frouxa ou saia justa, porque as escadas são íngremes).
- Leve o que puder para se proteger do sol: protetor, chapéu, óculos escuros, lenço, sombrinha… O lugar é super aberto e quase não tem sombra.
- Leve água e um lanchinho.
- Se não tiver muito preparo físico e só quiser subir em uma das pirâmides, escolha a Pirâmide da Lua. Ela é mais baixa e tem uma vista linda da Calçada dos Mortos.
- Se não for com guia, leia sobre o lugar antes de ir ou veja algum documentário no YouTube.
- Aproveite o museu no final, com maquetes e exposições que ajudam a entender a grandiosidade do lugar.
A visita a Teotihuacán foi um dos pontos altos do meu roteiro na Cidade do México. É um mergulho na história do país que vale cada gota de suor.
Voluntariado no México
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