O que fazer em Manaus: guia completo com roteiro dia a dia
Manaus não demorou mais que cinco horas pra me conquistar. Foi o tempo que levei desde a aterrissagem no aeroporto até chegar no porto da cidade ao entardecer. Aquele céu cor de rosa e a bagunça de barcos indo e vindo, as bananas e melancias gigantes e as redes coloridas me fizeram pensar: “que cidade!”. Mas é claro que tem muito mais o que fazer em Manaus além desse pôr do sol poético junto ao rio.
Passei quatro dias na capital do Amazonas e mais quatro numa comunidade ribeirinha a umas sete horas de barco de lá. Já contei aqui sobre minha experiência fazendo turismo de base comunitária na Amazônia. Agora é hora de mostrar alguns dos lugares incríveis que descobri em Manaus, que é muito mais que um “ponto de parada” no caminho pra selva.
Mas antes de mais nada, vamos às informações práticas: quando ir, quanto tempo ficar e onde se hospedar em Manaus?
Quando ir a Manaus
Dá pra ir a Manaus em qualquer época do ano. Sempre faz um calor bem úmido (meio incômodo até pra uma recifense), mas felizmente a interessância do destino compensa. Se quiser pegar menos chuvas, o ideal é ir entre junho e novembro, mas existem outros fatores a considerar.
Eu fui entre o final de maio e início de junho e achei perfeito: choveu pouco, mas o nível dos rios ainda estava alto. O período entre junho e agosto costuma ser interessante porque chove menos, mas ainda dá pra curtir bastante a floresta inundada, que pode ser explorada de barco.
Entre setembro e novembro é período de seca, com menos áreas de floresta inundadas e mais praias de rio. Entre dezembro e fevereiro, as chuvas geralmente são mais frequentes, mas o nível das águas ainda está baixo. E entre março e maio, o nível dos rios sobe, mas ainda chove bastante.
Quantos dias ficar em Manaus
Pra conhecer com calma as principais atrações de Manaus, são necessários cerca de três dias. Com mais tempo, dá pra ir em mais bares flutuantes ou praias de rio e fazer bate-voltas pra destinos como Presidente Figueiredo, cidade conhecida como terra das cachoeiras.
Uma sugestão é combinar a viagem com alguns dias na selva e mais outros dias hospedada lá em Presidente Figueiredo. Não cheguei a visitar a cidade, mas pelos relatos que vi, vale a pena passar uns dias por lá e explorar as cachoeiras sem pressa.
Onde se hospedar em Manaus
A localização mais conveniente pra se hospedar em Manaus é o Centro. Afinal, boa parte das atrações turísticas da cidade fica por ali. No entanto, como em muitas grandes cidades latinas, essa região é mais comercial que residencial. Por isso, à noite algumas áreas ficam meio desertas.
A dica, então, é se hospedar o mais perto possível do Largo São Sebastião, onde fica o Teatro Amazonas. Essa é a parte histórica do centro, que além de ser mais charmosa e reunir mais atrativos é também mais segura.
Foi ali que me hospedei: fiquei no Local Hostel, a cinco minutos de caminhada do Teatro Amazonas e 15 minutos do porto e do Mercado Municipal Adolpho Lisboa.
Esse é o albergue mais conhecido de Manaus e tem quartos compartilhados e também privativos, além de uma boa área comum, incluindo cozinha e piscina. Falei em mais detalhe sobre minha experiência no post completo sobre o Local Hostel em Manaus.
O Hostel Manaus é outra opção pra quem procura albergue nessa região da cidade. Caso você busque um hotel no Centro de Manaus, confira o Hotel Villa Amazônia, o Seringal Hotel e o Go Inn Manaus.
Outra localização interessante pra hospedagem em Manaus é Adrianópolis, bairro nobre de Manaus que tem muitas opções de hospedagem, mas fica meio longe das principais atrações turísticas. Por ali, opções bem recomendadas são o Quality Manaus, o Blue Tree Premium e o Mercure Manaus. Também tem um hostel com boa reputação nessa região: o The Container Hostel.
No bairro vizinho de Vieiralves, você também encontra uma boa variedade de bares e restaurantes e hotéis como o Millennium e o Ibis Budget.
O que fazer em Manaus
E agora chego, enfim, no assunto principal do post: o que fazer em Manaus. E o spoiler é que são tantas coisas legais que fiquei com vontade de voltar!
Vou fazer primeiro uma lista de passeios que fiz e recomendo, com destaque pra as comidinhas típicas da Amazônia. Depois, vou mencionar o que não fiz, mas fiquei querendo, e os rolês que recomendo você NÃO fazer. Em seguida, vou contar mais detalhes sobre as atrações que conheci por lá. Vamos nessa?
O que fiz em Manaus e recomendo
Perreché Tour pelo centro com a Uika
Tour do Teatro Amazonas
Visitar a Feira Manaus Moderna
Tomar uma no Bar do Armando
Passeio de barco pra o encontro das águas e a reserva Janauari
Ver o pôr do sol no bar flutuante Abaré
Explorar o Jardim Botânico MUSA – Museu da Amazônia
Ver um espetáculo gratuito no Teatro Amazonas
Visitar a cafeteria-cinema-bar Casarão de Ideias
Conferir as exposições gratuitas da Galeria do Largo
Shows no Tacacá na Bossa, toda quarta à noite no Largo São Sebastião
O que comer em Manaus
X Caboquinho
Esse tradicional sanduíche manauara é recheado de queijo coalho e tucumã, e muitas vezes inclui banana da terra. Comi no pão francês e achei uma delícia, mas também tem tapiocas com o mesmo recheio.
Tambaqui, Pirarucu e Tucunaré
O Tambaqui é um dos peixes amazônicos mais conhecidos e um dos lugares mais populares pra prova-lo é o restaurante Tambaqui de Banda. Localizado no Largo São Sebastião, ele é ótimo e tem mesas externas bem de frente pra o Teatro Amazonas. O Pirarucu é outro peixe bem famoso por lá, sendo conhecido como “o bacalhau da Amazônia”. E ainda na seara dos peixes de água doce, também vale provar o Tucunaré.
Farinha Uarani
Fiquei impressionada com a variedade de usos que se dá pra mandioca na Amazônia. Uma das versões mais comuns é a farinha de mandioca, chamada de farinha Uarini. Ela tem uma granulação maior do que estamos acostumados a ver na maior parte do país.
Farinha de tapioca
A farinha de tapioca também é diferente da goma que usamos pra fazer tapiocas. Ela é flocada, crocante e costuma ser consumida com açaí. Vi tomarem até no café com leite!
Jambu
O jambu, ou jamburana, é uma planta típica da região Norte. Talvez você já tenha ouvido falar que as folhas e flores dessa erva dão uma sensação de formigamento nos lábios e na língua (acho massa, hehe). Você pode tanto comprar um pedaço no Mercado Municipal pra mastigar e ver o efeito quanto pedir algum dos muitos pratos feitos com esse ingrediente (comi no almoço executivo do ótimo restaurante Caxiri, por exemplo).
Mas pra mim, o melhor mesmo é provar a cachaça de jambu e a caipirinha feita com ela. Tomei o drink no Tambaqui de Banda e adorei – e olha que nem curto cachaça.
Tacacá
Presente na maior parte da região amazônica, o tacacá é feito com o caldo de tucupi, que é produzido com as raízes de mandioca brava. Geralmente servido numa cumbuca vibes indígena, o caldo leva também jambu, camarão seco e goma de mandioca.
Eu provei o Tacacá da Gisela, que fica no Largo de São Sebastião e é provavelmente o mais famoso de Manaus. Muita gente não curte o sabor, que é meio amargo, mas eu até achei interessante. Só gostaria de ter pedido sem a goma, que tem um aspecto gosmento meio esquisito.
Sorvetes de sabores locais
A Amazônia é cheia de sabores que não são encontrados com tanta facilidade em outras partes do Brasil, e isso inclui frutas. Recomendo ir na Glacial, uma sorveteria bem tradicional de Manaus. Os sorvetes lá são no esquema self service (por peso), o que é excelente pra quem quer experimentar sabores novos.
No meu potinho, coloquei opções como cupuaçu, açaí, tapioca, tucumã e castanha do Pará. Existem também outras sorveterias mais modernas e talvez até mais gostosas, mas achei que essa vale a visita.
Açaí
Feito a partir de uma palmeira amazônica, o açaí conquistou o mundo. Enquanto no resto do Brasil e em outros países ele é mais consumido como creme e misturado com ingredientes como banana, xarope de guaraná e granola, na Amazônia o costume é outro.
Por lá, se come a polpa do açaí com farinha de mandioca, camarão ou peixe assado. Aproveite a passagem por Manaus pra experimentar o verdadeiro açaí! Eu fui adiando e acabei sem provar, mas me falaram bem do açaí do Waku Sese.
O que queria ter conhecido e não consegui
Museu do Seringal
Praia da Ponta Negra
Bar e espaço cultural Curupira
Palacete Provincial
Praia da Lua e Praia Dourada
Café da manhã no Café Regional Priscila
O que não recomendo fazer
Não faça o passeio pra nado com botos. A maioria das agências oferece essa “atração”, geralmente junto com o encontro das águas, num bate-volta de um dia. No entanto, não é porque todo mundo está fazendo que tá tudo bem, né? Aprendi com o pessoal da ONG Proteção Animal Mundial que esse passeio é bem prejudicial pra os botos.
Mesmo estando no seu habitat natural, eles são atraídos com peixes pelos guias pra diversão dos turistas. E isso gera impactos no bem-estar dos bichos, como falei no texto sobre atrações turísticas com animais. Recomendo evitar também outros passeios que promovam interação com bichos selvagens por lá, como fotos com preguiças.
Roteiro para até 3 dias em Manaus
Minha sugestão de roteiro pra três dias inteiros em Manaus:
Dia 1: Visita ao Teatro Amazonas, almoço no Tambaqui de Banda, caminhada pelo Centro (ou Perreché Tour da Uika), sorvete na Glacial, Mercado Municipal, Feira Manaus Moderna, pôr do sol no porto, volta ao Largo São Sebastião pra comer Tacacá e visitar a Galeria do Largo
Dia 2: Passeio de barco pra o Encontro das Águas e Parque Janauari e pôr do sol no bar flutuante Abaré SUP & Food
Dia 3: MUSA (Museu da Amazônia), Museu do Seringal e algum bar flutuante ou praia de rio
Principais passeios em Manaus
Caminhada pelo Centro de Manaus
Os rios dos entornos de Manaus são muito importantes pra cidade, assim como a floresta. Por isso, boa parte dos passeios na capital e arredores envolvem esses dois elementos. Mas isso não significa que você deva deixar de lado o ambiente urbano. Separe ao menos umas horas pra explorar o centro de Manaus. Que, aliás, conta muito da história local.
Sabia que a cidade foi a primeira capital do Brasil a ter eletricidade? Durante o ciclo da borracha, que viveu seu auge entre 1879 e 1912, a extração do látex das seringueiras e a venda de borracha eram atividades importantíssimas pra economia brasileira. Isso provocou muitas transformações culturais, sociais e arquitetônicas em Manaus e outras cidades da região, impulsionando muito seu crescimento. E ainda dá pra ver alguns resquícios dessa época.
Meu primeiro (e mais completo) contato com essa região foi através do Perreché Tour, passeio guiado promovido pela agência Uika. Com duração de pouco mais de quatro horas, o tour percorre alguns dos principais pontos turísticos do centro e inclui uma boa dose de história, mas também aborda o estilo de vida dos moradores.
Já falei aqui sobre o passeio, que recomendo muito. Mas caso você prefira circular por conta própria, preparei uma sugestão de roteiro com os principais pontos a visitar por lá.
Largo São Sebastião
Sugiro começar o dia no Largo de São Sebastião, praça onde ficam o Monumento à Abertura dos Portos, o restaurante Tambaqui de Banda, lojas de artesanato, galerias de arte, uma sorveteria, o conhecido Bar do Armando, o Tacacá da Gisela e o famoso Teatro Amazonas.
Dependendo do horário, você pode aproveitar pra já fazer uma das visitas guiadas do Teatro Amazonas, que começam a cada meia hora e duram umas duas horas. Hoje o ingresso custa R$ 20 (inteira), mas confira os valores e horários de funcionamento atualizados antes de ir. Ah, e aproveite pra checar também a programação de eventos, já que sempre são promovidas apresentações gratuitas.
Também vale a pena visitar a galeria Casa das Artes, que tem exposições gratuitas. Outra dica é olhar o artesanato à venda no Musa do Largo ou ir no café que fica na parte de trás. E, se bater a fome, comer no restaurante Tambaqui de Banda.
Também vale passar pelo Largo em outro momento pra visitar a Galeria do Largo, que abriga várias exposições gratuitas, mas atualmente só funciona das 15h às 21h. E aproveite a ocasião pra provar o Tacacá da Gisela, que abre às 16h, e depois tomar uma cervejinha no Bar do Armando, em frente à praça.
De lá, desça pela Rua Barroso (que costumava ser a mais boêmia da cidade, com muitos barzinhos) e dê um pulo no Casarão de Ideias. Nesse espaço cultural, funcionam um café, um mini cinema de arte e um bar no topo.
Dali, em menos de 10 minutos você chega na Catedral de Manaus, também conhecida como Igreja Matriz. Ali fica também o fofo Relógio Municipal, além de simpáticos prédios coloridos. Descobri que eles eram pintados assim na época do ciclo da borracha porque não tinham números e eram identificados pelas cores.
Mercado Municipal, Feira Manaus Moderna e Porto de Manaus
Com mais uns 10 minutos de caminhada você chega no Mercado Municipal Adolpho Lisboa, um dos principais pontos turísticos da cidade. Ali você encontra produtos locais como o tucupi e o jambu, mandioca preparada de várias formas e muito artesanato indígena. Achei um pouco “pra turista ver”, mas ainda assim interessante. Ah, e comprei uma rede bonita lá por R$ 60. ;)
Nos fundos do mercado fica o porto, que mencionei lá no início do texto. Mas antes de ir até lá, sugiro parar em um dos quiosques em forma de coretos e provar o famoso X-caboquinho ou algum dos peixes de água doce típicos de Manaus.
Junto do Adolpho Lisboa fica também a feira Manaus Moderna. Nesse mercado coberto são vendidos peixes, carnes, frutas, verduras etc. Recomendo dar uma voltinha por lá pra descobrir várias frutas que você provavelmente não conhece, ou só se impressionar com as melancias e bananas gigantes.
Se você fez o roteiro na ordem que sugeri, é provável que chegue ao porto perto do pôr do sol. O lugar é bem simples e caótico, com barcos e carregamentos de comida chegando e saindo, mas foi uma das minhas partes preferidas de Manaus. O rio e o porto são muito importantes pra cidade tanto do ponto de vista histórico quanto no dia a dia dos manauaras. E no fim da tarde, o céu costuma ficar rosado e bem bonito, dando um tom poético à cena.
Visita ao Teatro Amazonas
Sabe a visita guiada ao Teatro Amazonas, que mencionei lá em cima? Esse rolê aparece em todas as listas de o que fazer em Manaus, e não é por acaso. Afinal, o teatro é o ícone da cidade e maior símbolo do período em que Manaus era considerada “a Paris dos Trópicos”. Morar perto dele era o máximo do status!
Inaugurado em 1896, o Teatro Amazonas chama atenção pelo grande tamanho, as paredes rosas e a excêntrica cúpula verde-amarela. Mas é ainda mais interessante no interior, especialmente com as curiosidades contadas nas visitas guiadas que acontecem a cada meia hora.
Aprendi, por exemplo, que o teatro tem elementos dos estilos neoclássico, rococó e art nouveau e soma 701 assentos em três andares. Na época, os assentos que ficam junto do palco eram os mais caros, porque as pessoas queriam ser vistas. Hoje, são os menos “valiosos”, já que não se enxerga bem o palco a partir deles.
Os ingressos pra o tour podem ser comprados na hora, na bilheteria do teatro, mas é bom conferir os horários antes de ir. Em alguns horários, existem visitas em inglês (tou avisando caso você vá acompanhado de um gringo, assim como eu fui).
Fazendo ou não o passeio guiado, recomendo demais voltar lá em outra ocasião pra assistir a um espetáculo. Eles promovem muitos eventos bem ecléticos, sendo a maioria de graça. Em maio, o teatro sedia o prestigiado Festival Amazonas de Ópera.
Encontro das águas
Outro passeio super conhecido em Manaus é o chamado “encontro das águas”. Que nada mais é que um curto percurso de barco até o ponto onde os rios Solimões e Negro se encontram, fora da área urbana. Tá, mas por que tanta gente vai ver dois rios se encontrarem? Porque acontece ali um interessante fenômeno: as águas de cada rio mal se misturam.
Enquanto o Solimões tem água barrenta, o Negro é escuro. As diferenças de densidade, velocidade e temperatura das águas de cada um faz com que permaneça o contraste entre elas, com um resultado bem curioso. A foto ficou meio ruim, mas ao vivo é mesmo impressionante.
Quando pesquisei sobre o que fazer em Manaus, a maioria dos sites falava pra fazer o passeio num day tour oferecido por agências como a Iguana, que é muito bem avaliada. Mas esse rolê não me interessava porque costuma incluir uma parada pra nado com botos – o que, como já falei, faz mal aos animais.
Outra opção é ir até o Porto da Ceasa, a 12 km do Centro, e procurar o posto da Cooperativa Solinegro. Os pilotos das lanchas que fazem parte dessa cooperativa são moradores de comunidades ribeirinhas autorizados pelo Ministério do Turismo.
Felizmente, enquanto estava em Manaus descobri uma alternativa que me pareceu mais fácil e mais interessante: contratar um barqueiro no porto do Centro.
Uma moça que conheci no hostel me indicou os serviços de Seu Severino, que tem uma “voadeira” (pequeno barco a motor) e faz esse passeio. Gostei bastante do trabalho dele, então pedi autorização pra divulgar o contato aqui: (92) 99105-1883.
Achei essa opção ótima porque o porto do Centro ficava bem mais perto do albergue, porque tivemos o barquinho só pra nós e pudemos determinar o tempo de cada parada e porque Seu Severino é ótimo. Minha única ressalva é que desde um barco mais alto é mais fácil ver o contraste entre as águas.
Pelo que pesquisei, o passeio curto ao Encontro das Águas saindo da Ceasa dura entre 45 e 60 minutos e costuma-se cobrar ao redor de R$ 100 pra até quatro pessoas.
Outra opção é fazer um tour que dura umas quatro horas e combina o Encontro das Águas com uma ida ao Parque Janauari, onde dá para passear pelos igapós (na época da cheia), ver vitórias-régias e almoçar num restaurante flutuante. Saindo da Ceasa, esse passeio costuma custar de R$ 200 a R$ 300 pra até quatro pessoas.
A princípio íamos só ver o encontro, mas acabamos pedindo a Seu Severino pra nos levar até o Parque Janauari. Éramos duas pessoas e pagamos a ele R$ 150 ao todo.
Parque Janauari
O Parque Janauari fica a cerca de uma hora de barco de Manaus. No caminho, fomos vendo casas ribeirinhas bem fofas e passamos por regiões de floresta alagada (amo). Ao chegarmos lá, Seu Severino estacionou a voadeira junto do restaurante flutuante da Valdeci, que fica na entrada da reserva. Não é cobrado ingresso.
Junto do restaurante fica um galpão de artesanato indígena com muita coisa legal. E depois dele, começa uma passarela de madeira que passa pelo meio da floresta.
O caminho pela passarela é curto, mas uma delícia. Conseguimos escutar macacos, mas não vimos nenhum – acredito que foi falta de sorte, porque me disseram que é bem comum vê-los. Mas como diz a placa abaixo, mesmo que você dê o mesmo azar que eu, não tente atrai-los com comida.
Na época de seca, dá pra andar até uma enorme e idosa Samaúma, árvore lindíssima. Na cheia, quando estive por lá, o caminho fica alagado e só dá pra vê-la de longe. Mas já foi o suficiente pra ficar gamada. ;)
Ao fim da passarela, chega-se a um lago com vitórias-régias. Vimos um filhote de jacaré deitado em cima de uma, além de muitos pássaros lindos. A maioria dos grupos de turistas chegava, olhava rápido e saía. Passamos bastante tempo porque meu amigo adora fotografar pássaros, e confesso que achei ótimo. O lugar era de uma paz enorme.
Saindo de lá, fomos no restaurante, que achei bem legal por ser flutuante. Não estávamos com fome, então só tomamos cervejas (lata por R$ 6), mas eles têm um bufê livre por R$ 35 que pareceu valer muito a pena. Tinha pirarucu empanado, baião de dois, caldeirada de tambaqui, macaxeira frita, frango assado, arroz, feijão, frutas.
E enquanto eu agradecia pelo privilégio de estar ali, o dia ficou ainda melhor: vários botos começaram a saltar na água na nossa frente. Que delícia vê-los assim, livres!
Depois do Janauari, passamos por mais trechos bem lindos de floresta inundada e fizemos uma vista a uma tribo indígena. Eles são da etnia Tuyuka e vivem da venda de artesanato e de apresentações pra turistas. Cobraram R$ 50 pra encenar um ritual, mas nos contentamos em comprar pulseiras feitas por eles.
Abaré SUP & Food
No mesmo dia do passeio com Seu Severino fomos até o Abaré SUP & Food, bar flutuante que fica a uns 40 minutos de carro do centro de Manaus. Pegamos um Uber até a entrada (seguindo as placas, porque o GPS não apontava o lugar exato). Lá, um barquinho do próprio bar leva até ele por R$ 7 por pessoa pela ida e volta.
Não curti a música do bar; era um rock nacional super alto, o que pra mim não tinha muito a ver com a atmosfera tranquilinha do lugar. Ainda assim, achei o ambiente super gostoso. Dá pra tomar banho de rio com segurança e eles disponibilizam boias tipo macarrão. Também tem vestiário pra se trocar. E como indica o nome do lugar, dá pra fazer SUP por lá.
Minha parte preferida, no entanto, foi ver o fim de tarde alaranjando o céu sobre as águas. A foto não faz jus!
O Abaré tem vários petiscos e drinques que não cheguei a provar. A cerveja Original de 600 ml custava R$ 13. Além disso, comemos sanduíches bem gostosos por R$ 25. Eram grandes e com batata frita, e daria até pra ter dividido pra dois.
Adorei o passeio, mas se prepare pra um possível perrengue na hora de voltar, porque o lugar é meio isolado. Táxi fica bem caro e é difícil conseguir Uber. Dividimos com um casal que também tava voltando e mandamos mensagem pra o motorista pedindo pra peloamordedeus não cancelar, porque muitos não queriam ir até lá.
MUSA: Museu da Amazônia
No meu último dia em Manaus, fui me despedir da floresta amazônica visitando o jardim botânico MUSA – Museu da Amazônia. O espaço fica na Reserva Florestal Adolpho Ducke e é impressionante ver a quantidade e variedade de árvores tão grudadinha em Manaus. São uns 30 a 40 minutos de carro desde o centro, ou cerca de 1h de ônibus.
O MUSA inclui uma área com orquídeas e bromélias, uma exposição meio mal cuidada sobre répteis, um lago de vitórias-régias, borboletário, trilhas e o grande destaque: uma torre de observação de 42 metros de altura.
Ir até o topo da torre de metal é menos cansativo do que eu esperava. E vale a pena demais. De um lado você vê árvores sem fim e do outro vê muitas árvores com os prédios no horizonte. Muito lindo! Lá em cima tem bancos pra sentar e tem informações didáticas sobre as árvores. Mais uma vez, a maioria do pessoal só chegava, tirava foto e ia embora, mas dá pra ficar muito tempo observando.
O MUSA oferece visitas guiadas, mas é precisa ter no mínimo cinco pessoas e pagar uma taxa extra de uns R$ 30. Não rolou pra gente porque era só em português, mas deve ser interessante ir com guia pra aprender sobre as plantas e bichinhos que vivem ali. Ah, e eles também oferecem visitas guiadas pra observação de aves, mediante agendamento.
E você, tem mais dicas de o que fazer em Manaus? Me conta nos comentários!
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27 Comentários
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Obrigado por suas dicas estou com viagem marcada para o mês de janeiro/2021 e elas serão uma ótima referencia para os passeios que pretendemos fazer
Que bom, Marco! :) Espero que vocês aproveitem muito a viagem! :) Um abraço!
Valeu pelas dicas! Tô planejando ir a Manaus ano que vem, entre maio e junho. Ficarei lá por 4 dias e depois embarco pra Belém, onde ficarei por mais 4 dias. A ida pra Belém eu vou fazer de barco, naquela viagem que dura 4 dias. :-) Tô pesquisando muito pra montar meus roteiros e suas dicas foram ótimas! Abraços.
Que ótimo, José Claudio! Amei Manaus (tanto que voltei em janeiro deste ano) e também Belém, que visitei em outubro do ano passado. :) Não fiz a viagem de barco de 4 dias, mas o percurso de Manaus até a comunidade indígena onde me hospedei, que durou umas 12 horas num barco de recreio, foi uma das melhores partes da viagem. Espero que você aproveite muito! Um abraço
Oi, adorei as dicas, você foi só? Estou pensando em ir agora em novembro, mas irei sozinha
Fui sozinha e um amigo me encontrou em parte da viagem :)
Oi! Estive em Manaus em janeiro de 2018 e voltarei em janeiro de 2021. Vou seguir a dica do Severino! Espero poder encontra-lo disponível!
Que ótimo, Carla! Espero também! Aproveita e manda um abraço pra ele por mim, hehe :)
Valeu, irei no começo de fevereiro vou seguir boa parte de suas orientações. Obg.
Que bom, Samuel! :) Um abraço!
Achei ótima as dicas ,com certeza será meu próximo passeio
Que legal, Sollange! :) Aproveita!
Olá. Sou manauara e não indico o café regional da Priscila. Além de muito caro, o serviço é ruim e não é tão bom assim. Deixa muito a desejar. Hoje em dia tem muitos outros cafés melhores e mais baratos. Como o café regional da LENE, situado no Km 17 da BR174 (Estrada que vai pra Presidente Figueiredo). Super em conta, delicioso , tapioca feita naqueles fornos grandes à lenha. Só tem uma ressalva, não aceitam cartão para pagamento, somente dinheiro. Mas vale muito a pena.
Oi, Ana Julia! Ah, que massa! Ótimo saber! :) Muito obrigada por compartilhar
Finalmente um roteiro sem o mergulho com os botos! Obrigado!
Obrigada pelo feedback, Allan! :) Eu acho que a maioria das pessoas não se dá conta de como é ruim essa atração, né? Espero que essa conscientização se torne cada vez mais comum!
parabens !!!!!!! otimas informacoes
Que bom que você gostou, Fernanda! obrigada por comentar :) Um abraço!
Obrigada pelas dicas! Pretendo ir a Manaus e suas sugestões são ótimas! Gratidão por compartilhar. Valeu!!! Aproveito para desejar-lhe muitas alegrias em 2022.
Que bom, Carlúcia! Espero que você curta muito! Saudades de Manaus :) Te desejo o mesmo! <3
Meu roteiro tá pronto!!! 🤩 Valeu, Lu!!
Ahh que massa! :))
Estou indo pra Manaus na próxima semana e amei suas dicas, obrigada!
Que massa, Karina! Boa viageeem!
Sou Manauara e adoro minha cidade! Muito bom o blog! Traduziu bem o que é a vida na Amazônia! A única observação a ser feita é que o peixe conhecido como “Bacalhau da Amazônia” é o pirarucu e não o Tambaqui. Porém, o Tambaqui é o mais famoso! Tem ainda o peixe que encanta a muitos visitantes que é o Jaraqui. O Jornalista e humorista Jô Soares comentou, certa vez, em seu programa de entrevistas, que a ova do jaraqui teria sido o melhor caviar que ele já havia provado na vida! Venham conhecer! Obrigado!
Oi, Augusto! Que bom que você gostou! :) O que eu disse no artigo foi isso mesmo: que o pirarucu é conhecido como o bacalhau da Amazônia :) Muito obrigada por comentar! Espero poder voltar à sua terrinha em breve.
Apesar de você ter explicado ser o pirarucu o bacalhau da amazônia, muita gente confunde com o tambaqui. Muito obrigado por incentivar o turismo em nossa região.