O que fazer em Belém do Pará: dicas de viagem e roteiro
Eu já achava a cultura paraense uma delícia antes de pisar por lá, mas quando visitei o estado me encantei ainda mais. Tem muito o que fazer em Belém do Pará e arredores, e boa parte dos atrativos tem a ver com o que mais amei lá: a comida, os rios e a música. O resultado é que não tive um minuto de tédio na minha viagem para Belém, me diverti muito e fui embora já querendo voltar!
Neste artigo, vou contar o que mais me conquistou na cidade, dar dicas do que fazer em Belém em 3 dias ou mais e falar também sobre onde se hospedar com um bom custo-benefício (ou até mesmo de graça). Partiu?
Leia também:
O que fazer em Belém do Pará: pontos turísticos
Vamos primeiro às dicas do que fazer em Belém? Depois vou compartilhar também uma sugestão de roteiro para uma viagem de 3 ou 4 dias, com base na minha experiência.
Vale ressaltar que os valores e outras informações práticas presentes no texto podem mudar a qualquer momento, então é bom confirmar antes de ir. Outra dica é checar horários de funcionamento: os museus geralmente fecham às segundas-feiras, por exemplo.
Estação das Docas
A Estação das Docas é um dos principais atrativos de Belém. Apesar de não ser meu preferido, começo por ele porque é um lugar bem “coringa” para ir em diferentes momentos da sua estadia por lá – incluindo o dia de chegada, se você estiver cansado ou ainda estiver se acostumando ao calor e à umidade. Afinal, como brincam por lá, em Belém há quatro estações: verão, calor, mormaço e quentura. E um spoiler: aqui tem ar-condicionado.
Mas vamos começar pelo começo, né? A Estação das Docas é um conjunto de armazéns portuários convertidos em espaço gastronômico, assim como foi feito em outros lugares como Buenos Aires e Recife. Acho essa uma ótima solução para revitalizar e movimentar áreas portuárias que ficaram deterioradas e perigosas.
Lá você pode curtir a vista para a Baía do Guajará tomando um sorvete ou uma cervejinha, ou provando pratos típicos paraenses. Nos galpões você também encontra lojinhas de artesanato e um espaço de feiras e exposições.
Lembra que falei do calor? Se estiver derretendo de suor, aproveite o ar-condicionado da área interna dos armazéns. Mas o melhor mesmo, na minha opinião, é pegar uma mesa ao ar livre e ver o sol se pôr enquanto prova as cervejas artesanais da Amazon Beer. Outro destaque da Estação das Docas é a sorveteria Cairu, cheia de sabores locais como o delicioso mestiço (tapioca e açaí).
Os restaurantes que têm vista e espaço mais charmoso costumam ser caros, vibe turístico mesmo. Mas se quiser comer por lá por um valor mais em conta, dê uma olhada no primeiro andar. Encontrei uma lanchonete com combo de hambúrguer e batata frita por R$ 10. Ah, e tem também um passeio de barco que sai de lá e faz um rolê pelo rio.
Mercado Ver-o-Peso
Outro ponto clássico em qualquer lista do que fazer em Belém do Pará é o famoso Ver-o-Peso. Sou suspeita para falar, porque não deixo de bater ponto no mercado municipal onde quer que eu vá, mas recomendo colocar esse lugar na sua lista de prioridades. Sim, é bagunçado, barulhento e sujinho, mas esse caos revela muito sobre a alma da cidade.
Inaugurado em 1901, o Mercado Ver-o-Peso recebeu esse nome porque antes funcionava ali um posto de fiscalização onde os portugueses pesavam as mercadorias que chegassem pela baía para então cobrar os impostos correspondentes.
Você encontra lá uma maravilhosa mistura de peixes, verduras, frutos amazônicos, geleias e cachaças de jambu, tucupi (sumo extraído da raiz da mandioca brava), muitas variações de farinha de mandioca que eu só fui descobrir lá no Norte e artesanatos lindos e com bons preços.
Sem falar nas muitas ervas para banhos de cheiro com base em ensinamentos ancestrais e garrafinhas com líquidos coloridos que são tipo “poções mágicas”. Elas prometem trazer sorte, dinheiro, amor, aprovação em concursos, cura de doenças e o que mais você imaginar.
Depois de passear por todos os boxes, siga para o setor que funciona como “praça de alimentação” e escolha um quiosque para forrar a barriga. Todo mundo me recomendou o box da Lúcia, onde pedi um prato de peixe filhote com molho de camarão delicioso.
Custou R$ 50 e era para uma pessoa, mas achei que serve duas tranquilamente, e vinha bastante camarão. O filhote sem o molho saía por R$ 25 para um. Tomei também um copão de suco de bacuri, fruta que desconhecia e achei meio parecida com a graviola (foi R$ 5).
Se você animar madrugar, uma ideia é chegar lá no mercado antes do nascer do sol para ver o descarregamento do açaí, que chega durante a noite.
Mercado da Carne
Pertinho do Ver-o-Peso, no mesmo complexo arquitetônico e paisagístico (que, muito chique, é tombado pelo IPHAN), você encontra também o Mercado Municipal Francisco Bolonha, mais conhecido como Mercado da Carne. Vale a visita mesmo que você não se interesse pelos produtos vendidos lá (que não são apenas carnes, apesar do nome).
A fama do lugar se deve à sua arquitetura: o edifício externo tem estilo neoclássico e a parte interna é em estilo art nouveau, com painéis de ferro bem bonitos. A escada no meio é lindona. Ah, e lá você também encontra quiosques que vendem refeições.
Espaço Cultural Casa das Onze Janelas
Saindo do Ver-o-Peso, basta caminhar uns 10 minutos para chegar no Complexo Feliz Lusitânia, um conjunto de prédios históricos transformados em museus.
O primeiro em que fui foi a Casa das Onze Janelas, um palacete do século XVIII que pertenceu a um dono de engenho, virou hospital militar e hoje é um museu de arte moderna e contemporânea das regiões Norte e Nordeste.
Esse espaço foi inaugurado em 2002 e o ingresso é baratinho (quando fui, custava R$ 4). Achei o acervo pequeno, mas interessante. Gostei especialmente de uma exposição de fotografia que mostrava cenas do cotidiano local, como o pessoal descarregando o açaí no porto durante a madrugada.
Forte do Presépio e Museu do Encontro
Ao lado da Casa das Onze Janelas fica outro importante ponto turístico de Belém: o Forte do Presépio, construído pelos portugueses em 1616 e considerado a primeira construção da história da cidade. O mais legal do forte em si, na minha opinião, é a vista para a Baía do Guajará e a região do mercado.
Mas tem mais: dentro do forte funciona o Museu do Encontro, que fala sobre a colonização portuguesa na Amazônia. A exposição é dividida em “pré-contato” (que conta sobre a vida dos povos nativos antes da invasão dos colonizadores), “contato” (quando os portugueses chegaram trazendo doenças e apagando culturas locais pela catequese) e “pós-contato” (quando povos inteiros foram dizimados). Uma visita importante para entender parte da história indígena do Pará.
Lá também tem exemplares da famosa cerâmica marajoara, que pude conhecer melhor quando visitei a Ilha de Marajó (inclusive, recomendo passar uns dias lá também se puder). Segundo os textos disponíveis lá no museu, a cerâmica marajoara começou a ser produzida em pelo menos 1.500 a.C. – e continuam fazendo até hoje!
Museu do Círio
Ali perto fica outro lugar muito especial desta lista do que fazer em Belém: o Museu do Círio. Ele conta tudo sobre o Círio de Nazaré, que é a maior manifestação cristã do Brasil, reunindo anualmente cerca de 2 milhões de pessoas no segundo domingo de outubro.
Achei um retrato muito bonito (e colorido!) da maior festividade religiosa do país. É interessante tanto para quem nunca foi (como eu) quanto, imagino, para quem já participou ou vai participar do Círio e quer entender melhor o contexto do evento.
Tem um resumo lá sobre a história da festa: “Quando, ao caminhar pela mata nas proximidades da estrada do Utinga (hoje Avenida Nazaré), o caboclo Plácido encontrou a pequena imagem da Virgem de Nazaré às margens do Igarapé Murutucu, recolheu-a e a levou para sua humilde cabana, prenunciando a devoção que tomaria conta da região. Porém, no dia seguinte, ao acordar, percebeu que a imagem havia sumido. Correu até o local onde a encontrara e constatou que a santa havia retornado para lá.
Esse fato se repetiu muitas vezes até que, chegando ao conhecimento do governador da época, este ordenou que ela fosse levada para a capela do Palácio do Governo, onde permaneceu durante a noite sob a guarda dos soldados. Ainda assim, tornou a sumir e, no dia seguinte, foi novamente encontrada às margens do igarapé, no lugar habitual. Desde então, os percursos de ida e vinda da santa são rememorados e reencenados anualmente”.
Mangal das Garças
Um dos lugares que mais me surpreenderam em Belém foi o Mangal das Garças. Esse parque zoobotânico, criado em 2005, fica às margens do Rio Guamá, a uns 20 minutos de caminhada do Mercado Ver-o-Peso e de outras atrações do centro de Belém.
Além das elegantes garças que dão nome ao espaço, lá você pode admirar lindas plantas, flamingos, várias outras aves, borboletas etc. Recomendo muito ir lá com tempo para passear tranquilamente e ver a revoada das garças, que acontece algumas vezes por dia nas horas em que elas são alimentadas.
A entrada é gratuita, mas é preciso pagar para acessar quatro espaços fechados lá dentro. Tem ingressos individuais para cada atrativo ou um passaporte que dá acesso a todos por um valor total reduzido (atualmente, o valor é R$ 7 por espaço ou R$ 20 para ir nos quatro). Os ingressos são vendidos embaixo de um desses espaços, o Farol de Belém.
O Farol de Belém é uma torre de metal com 47 metros de altura com mirantes em dois níveis de observação, a 15 e a 27 metros (felizmente tem elevador). Lá de cima dá para ver o parque inteiro, o rio e várias partes da cidade. Acho muito legal essa visão do alto, que dá outra perspectiva sobre a geografia do lugar.
E falando em vista, também vale dar um pulo no Mirante do Rio, um deck à beira do Guamá acessado por uma passarela em meio à vegetação nativa. Muito gostosinho e com acesso gratuito.
Voltando às áreas pagas, tem também o Viveiro das Aningas, cheio de aves simpáticas (são mais de 35 espécies), e a Reserva José Márcio Ayres, que é um borboletário. Fiquei um tempão lá dentro admirando as borboletas e beija-flores só saí quando a umidade chegou no meu limite. É tipo uma mini floresta encantada com pequenas cascatas e espelhos d’água.
Também curti muito o Memorial Amazônico da Navegação, a quarta área paga. Esse espaço reúne fotos e textos informativos e diferentes tipos de barcos usados na região, ilustrando a evolução dos meios de transporte pelos rios amazônicos.
Achei massa a parte que explica como os indígenas faziam os barcos antes dos europeus chegarem, como pegando um tronco inteiro e queimando para fazer um buraco no meio. Aos poucos, as técnicas indígenas foram sendo mescladas com as europeias.
Foi lá que me dei conta de que ao invadir o Brasil, os portugueses tiveram um baita desafio: eles eram grandes navegadores, mas não sabiam navegar pelos rios amazônicos, precisando aprender as técnicas indígenas.
Lá no Mangal das Garças tem também um restaurante, Manjar das Garças, com bufê no almoço e jantar à la carte. E fora do espaço, mas ali perto, fica o Restaurante e Bar Mormaço, que parece ter um ambiente gostoso.
Ilha do Combu
Chegamos, então, ao meu TOP 1 na lista de coisas para fazer em Belém do Pará: a visita à Ilha do Combu, que é bem fácil de se fazer e dá a sensação de que você está em outra cidade. Essa é a quarta maior ilha entre as 39 que circundam Belém e algumas dezenas de famílias ribeirinhas vivem lá, obtendo sua renda da pesca, do açaí, do cacau e dos restaurantes instalados nas suas margens.
Os restaurantes oferecem comida típica e a possibilidade de curtir um banho de rio, por isso muitos paraenses vão aproveitar o dia por lá com família ou amigos nos finais de semana. Eu amei tanto a Ilha do Combu que fui lá duas vezes: a primeira para ir a um dos restaurantes e a segunda para um tour de chocolate.
Restaurante na Ilha do Combu
Numa sexta-feira, fui até a Praça Princesa Isabel, no bairro Condor, de onde saem os barcos para a ilha. A travessia custa cerca de R$ 10, dependendo do seu destino e da quantidade de pessoas partindo junto com você. Entre os restaurantes mais famosos estão Saldosa Maloca (escrito com L mesmo; houve um erro quando fizeram a placa e decidiram manter assim) e Maloca do Pedro.
Eu quis sair um pouco do circuito mais popular e decidi ir no Boá (@boanailha no Instagram), que tinha sido recomendado por amigos. Mas como é um pouco mais distante e eu estava sozinha, os barqueiros queriam me cobrar R$ 30. A dica é falar com o pessoal do restaurante antes e pedir para eles chamarem um barqueiro para você (Whatsapp: 91 98049-4471).
O caminho até lá, que dura uns 15 minutos, já é uma delícia, observando a vida ribeirinha, com palafitas enfeitadas por grafites, barcos escolares e muita tranquilidade. Acho fantástica a relação com os rios nessa parte do país.
Almocei uma caldeirada muito gostosa feita com filhote (peixe típico local), camarão rosa, legumes, jambu e ovo cozido, acompanhando pirão e arroz. O prato para 4 pessoas foi cerca de R$ 100. Uma amiga que conheci lá pediu um PF vegano com mandioca frita, palmito de açaí, jambu e farofa de açaí.
Depois de comer, tomei um banho de rio delicioso ao lado do restaurante. Alguns dos bares têm também parquinhos para as crianças e trilhas ecológicas pela ilha, o que pode ser muito legal para quem viaja em família.
Meu dia no Combu foi o melhor da viagem, não só pelo lugar, mas pelos encontros inesperados. Acabei ficando amiga de duas mulheres que também estavam indo para o Boá. O filho dos donos do restaurante estava fazendo aniversário e não só passou a tarde com a gente como nos levou de barco para uma festa no campus da UFPA. Foi muito legal chegar de barco no campus e a festa, chamada Vadião (que rolava toda sexta, não sei se ainda acontece), foi divertidíssima para quem curte dançar.
Dicas importantes: antes de ir a um dos restaurantes na Ilha do Combu, confirme se está aberto. Muitos só funcionam de sexta-feira a domingo. Lembre-se de ir de roupa de banho e leve repelente ou se programe para voltar antes do anoitecer, porque no fim da tarde pode haver mosquitos.
Passeio na casa de chocolate Filha do Combu
Dois dias depois, voltei para a Ilha do Combu para fazer o passeio oferecido pela pequena empresa de chocolates artesanais Filha do Combu. Depois de 15 minutos de travessia pelo Rio Guamá e adentrando um igarapé, chegamos na Casa do Chocolate e fizemos uma roda de conversa para conhecer a história inspiradora de Dona Nena, mulher empreendedora lá do Combu que criou a marca.
Segundo nos contaram, quase todas as propriedades no Combu têm cacaueiros, mas a maioria das pessoas prefere extrair o açaí, porque é fácil vender tudo e ganhar dinheiro rápido. Dona Nena resolveu apostar no cacau, mesmo com seus familiares e vizinhos dizendo que era loucura. Ela passou muito tempo indo na feira sozinha todo sábado vender sua pasta de cacau e brigadeiros feitos com chocolate de verdade e cacau nibs (provei e amei!).
O rapaz que foi guia no passeio foi excelente, explicando muita coisa sobre o processo de fabricação de chocolates. Entre uma informação e outra, tomamos chocolate quente e comemos bolo e outras delícias feitas com o chocolate produzido lá. Depois fomos fazer uma mini trilha pela propriedade, onde aprendemos sobre cacaueiros, açaizeiros, sumaúmas e outras plantas.
É claro que o tour terminou na lojinha e é claro que não resisti e comprei umas barrinhas. O passeio superou minhas expectativas! Tinha também uma opção em que você pode fazer chocolate. Para reservar o tour, entre em contato pelos números informados no link da bio deles no Instagram @filhadocombu.
Museu Emílio Goeldi
Ainda na vibe natureza, outro ponto turístico importante de Belém é o Museu Paraense Emílio Goeldi, que desenvolve pesquisas sobre a sociobiodiversidade e a conservação da região amazônica.
Quando fui, o museu em si estava fechado (ele só abre de quarta-feira a domingo, das 9h às 13h), mas ainda assim valeu a visita, porque ele fica localizado num parque zoobotânico com outras atrações como trilhas, uma cafeteria e uma construção que parece um castelinho. Não curto zoológicos e por isso não olhei muito as áreas onde ficam os animais, mas achei a vegetação linda, com destaque para vitórias-régias maravilhosas.
Basílica de Nazaré
Saindo do Emílio Goeldi também dá para ir andando para um dos principais atrativos de Belém: a Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré do Desterro, mais conhecida como Basílica de Nossa Senhora do Nazaré ou simplesmente Basílica de Nazaré, construída em 1909.
A procissão do Círio de Nazaré começa na Catedral de Belém e acaba na Basílica. Fui lá duas semanas depois do Círio e ainda havia celebrações ligadas à data. Se você gosta de igrejas ou tem curiosidade pela festa, vale a pena ir até lá. Achei o interior muito bonito, e é climatizado (amém!).
O que comer em Belém do Pará
A gastronomia paraense é uma atração à parte, e incluir pratos típicos no seu roteiro em Belém vai deixar a viagem muito mais gostosa. A lista de delícias locais é longa, mas aqui vão alguns destaques:
- Arroz de pato no tucupi com jambu
- Maniçoba
- Tacacá
- Unha de caranguejo
- Peixe Filhote com açaí
- Camarão empanado
- Sorvetes de açaí, tapioca, castanha e cupuaçu
- Caipirinha de jambu
Entre os restaurantes que visitei ou me recomendaram, vale conferir o quiosque da Lúcia no Ver-o-Peso, o Roxy, o Tacacá do Renato, o Remanso do Peixe, a sorveteria Cairu e o Tomaz Culinária do Pará. Esse último é uma rede de restaurantes meio “fast food”, mas achei conveniente porque tem várias unidades pela cidade.
O que fazer em Belém do Pará à noite
A vida noturna em Belém do Pará também é maravilhosa, especialmente se você ama um bom brega ou quer girar no ritmo do carimbó. Eu não aproveitei tanto a night por lá porque estava sempre cansada dos passeios diurnos, mas no dia em que fui no Vadião na UFPA, fui também numa aparelhagem (Crocodilo, no Point Show).
Se a ideia for tomar umas cervejas e umas cachaças de jambu, um lugar bem tradicional é o boteco Meu Garoto, que tem duas unidades. Já vi as cachaças de lá à venda em outras partes do Brasil.
Mas o que amei mesmo foi a noite de carimbó no Espaço Cultural Apoena, um bar com várias comidas típicas, música e dança. Achei o lugar bonito e ventilado e me diverti muito! No Instagram, o perfil é @espaco_cultural_apoena.
O que fazer próximo a Belém
Além de todos esses passeios em Belém do Pará, tem também outros lugares fora da cidade aonde você pode ir para passar o dia. Entre as opções mais populares estão as ilhas de Cotijuba e do Mosqueiro.
Ilha de Cotijuba
Eu escolhi ir passar um dia na Ilha de Cotijuba. É um pouco trabalhoso chegar lá, mas se você não for para outro destino com praias fluviais como Alter do Chão ou a Ilha de Marajó, vale a pena. Para quem cresceu indo a praias de mar, é até difícil de acreditar que aquele montão de água a perder de vista (com ondas e tudo!) é mesmo um rio. Foi lá que descobri que curtir uma praia gostosa sem ficar cheia de sal é bom demais.
Das 42 ilhas do arquipélago de Belém, Cotijuba é a terceira maior, com 15 km de litoral e 12 praias de água doce. A ilha foi batizada pelos seus primeiros habitantes, os índios tupinambás, e seu nome significa “trilha dourada”, por conta do solo argiloso do lugar.
Cotijuba é conhecida entre os paraenses por ter funcionado como ilha presídio por muito tempo, mas isso ficou no passado e hoje o lugar é bem tranquilo. A maior parte da população local vive da pesca, da agricultura de subsistência e do turismo.
Para ir até lá é preciso pegar um barco que sai de Icoaraci, distrito localizado a uns 20 km do centro de Belém. Dá para ir até o Trapiche de Icoaraci de ônibus, mas fui de Uber e paguei cerca de R$ 40. A travessia de barco, que dura cerca de 1 hora, custa menos de R$ 10 por trecho e a passagem é vendida num quiosque lá no porto mesmo.
Quando você chega na ilha, dá de cara com as ruínas do antigo presídio e encontra também várias charretes e motorretes (charrete acoplada numa moto).
Existem praias próximas ao porto, como a do Farol, da Saudade, da Flexeira, Funda e do Amor, aonde você pode ir a pé. Imaginando que elas estariam mais cheias, preferi pegar uma motorrete e ir em uma mais afastada, a Vai-quem-quer. Paguei R$ 5 por trecho e o percurso durou uns 15 minutos.
O motoqueiro me deixou no acesso para um restaurante meio cheio e caro, mas fui andando para uma parte mais tranquila da praia e curti o dia por lá. Almocei num outro restaurante bem mais simples – não anotei o nome, mas quem comandava eram Márcio e a mãe Sílvia, muito simpáticos. Comi um prato de filé de dourada bem gostoso por menos de R$ 20 e tomei uma cerveja baratinha deitada na rede (sim, pelo que vi, os bares/restaurantes lá geralmente têm redes! Amo demais).
Ah, uma coisa legal que só soube tarde mais foi que em Cotijuba fica a sede do Movimento das Mulheres das Ilhas de Belém, associação de empreendedoras que desenvolvem projetos como produção de biojoias e trabalham com turismo de base comunitária. A sede estava fechada quando fui, mas se você se interessar, vale entrar em contato antes.
Informação importante: pergunte quando sai o último barco de volta para Belém e chegue no porto mais cedo. No dia em que fui, me informaram que o último horário era 18h30, mas às 17h o barco já estava no porto e ele saiu às 18h10 porque ficou cheio.
Ilha do Mosqueiro
Outra opção de passeio perto de Belém é a Ilha do Mosqueiro. Não consegui ir lá, mas pelo que pesquisei, a ilha pode ser acessada de carro, seguindo pelas rodovias BR-316 e PA-391, ou de ônibus.
Mosqueiro é um distrito de Belém, sendo a segunda maior ilha da região, e tem 17 km de praias de água doce com movimento de maré. Ela tem cerca de 50 mil habitantes, mas nas férias e finais de semana a população se multiplica, porque o lugar é bem frequentado pelos paraenses.
O que fazer em Belém do Pará em 3 dias ou 4 dias: roteiro
Quer organizar seu roteiro em Belém do Pará com base nos atrativos acima? Segue uma sugestão de itinerário dia a dia para uma viagem de 3 dias:
Dia 1: Museu do Círio, Mercado da Carne, Mercado Ver-o-Peso (almoçar lá), Casa das 11 Janelas, Forte do Presépio e cerveja ou sorvete ao pôr do sol na Estação das Docas
Dia 2: Passeio de chocolate da Filha do Combu e almoço e tarde em restaurante na Ilha do Combu
Dia 3: Mangal das Garças, Basílica de Nazaré e Museu Emílio Goeldi
Dia 4: Ir curtir uma praia de rio na Ilha de Cotijuba ou Ilha do Mosqueiro
Onde ficar em Belém do Pará
Os melhores bairros para se hospedar em Belém são Nazaré, Umarizal, Batista campos e Campina, mas também vale ficar na Cidade Velha e outros bairros próximos. No geral, recomendo conferir as avaliações das hospedagens e a distância delas para a Estação das Docas, que serve de referência de ponto turístico mais central.
Eu me hospedei por uns dias em Nazaré, depois fui à Ilha do Marajó e na volta passei uma noite em Campina. Gostei muito das duas localizações. Aqui no blog você encontra um artigo detalhado que escrevi explicando mais sobre os melhores lugares onde ficar em Belém, incluindo dicas de pousadas, hotéis e albergues.
Também é possível se hospedar em Belém de graça, fazendo um voluntariado pela Worldpackers. Funciona assim: você ajuda o anfitrião com algumas horas de trabalho por semana e recebe em troca acomodação e outros benefícios, como refeições e passeios. As condições de cada vaga estão descritas na plataforma.
Existem ótimas oportunidades de voluntariado em Belém e em outras partes do Pará. Além de ser uma ótima forma de economizar, esse tipo de viagem permite uma imersão cultural mais profunda.
Caso queira se inscrever em uma das vagas, é preciso pagar uma taxa anual de 49 USD que dá direito a viajar voluntariando quantas vezes você quiser, pelo Brasil e em dezenas de outros países, durante um ano. Mas se você clicar aqui ou usar o cupom de desconto JANELASABERTAS, paga apenas 39 USD.
Para entender melhor como funciona esse tipo de viagem, veja meu guia completo sobre work exchange.
Gostou das dicas sobre o que fazer em Belém? Me conta nos comentários! Espero que você se encante pela capital paraense tanto quanto eu.
0 Comentários