Sabe aqueles “cartões postais” que são ainda mais bonitos ao vivo do que em sua versão fotografada, Instagramada e photoshopada? O Morro do Pai Inácio, na Chapada Diamantina, é um deles. E ainda fica melhor: o fim de tarde no topo desse ícone da região não só é uma delícia como também é um passeio de acesso bem fácil.
Dá pra ir até lá por conta própria, mas como eu tava sem carro, fiz um tour de um dia inteiro com a agência
Chapada Adventure, culminando no Pai Inácio. Antes, visitamos a impressionante Gruta da Lapa Doce e a Fazenda Pratinha, onde é possível fazer flutuação na Gruta da Pratinha, admirar o sol batendo na Gruta Azul e tomar banho nas águas rasas e transparentes do Rio Pratinha, entre outras atividades. Quer saber tudo sobre esse passeio pra fazer igual ou programar do seu jeitinho? Vem que eu conto.
Gruta da Lapa Doce
Saímos de Lençóis às 8h30, numa van da Chapada Adventure, rumo à Gruta da Lapa Doce. Chegamos lá em uma hora, pegamos capacetes e lanternas e fomos em direção à gruta, que faz parte de um sistema de 42 quilômetros de cavernas. Atualmente só 850 metros estão abertos à visitação, mas já é o suficiente pra um passeio bem interessante.
O trajeto até lá é tranquilo: saindo do centro de apoio pra visitantes, que tem lanchonete e banheiros, caminhamos por uma área com vegetação de Caatinga até chegar na descida, que é de 70 metros. Só é permitido fazer o percurso na companhia de um guia local, e o acesso à gruta é feito em grupos de no máximo 14 pessoas, em intervalos de 20 minutos.
O passeio durou uma hora e meia e o tempo passou rapidinho enquanto a guia explicava sobre a vegetação local, pontuada por plantas como umbuzeiro e palmas, e sobre as formações geológicas dentro da gruta, com suas estalactites e estalagmites.
Achei massa ver aquelas formas todas que levaram milhares de anos pra ficar daquele jeito e pensar no ritmo da natureza. Calcula-se, por exemplo, que cada centímetro dessas estalactites e estalagmites leve uns 33 anos pra se formar, porque chove pouco por ali. E a gente cheio de pressa nessa vida, né?
Felizmente pra quem tem claustrofobia, a gruta é bem ampla e seu “teto” alcança de 10 a 20 metros de altura. Fica escuro, como era de se esperar, por isso as lanternas são essenciais. Meu momento preferido, aliás, foi quando apagamos todas as lanternas (sob a orientação da guia) por uns dois minutos e ficamos num breu total. Uma ótima pausa pra agradecer pelo privilégio de estar ali.
Fazenda Pratinha
Saímos da Lapa Doce pouco depois das 11h e fomos em direção à Fazenda Pratinha, onde passamos umas quatro horas. Dá pra ficar por lá o dia inteiro se você for por conta própria, já que não faltam atividades pra ocupar o tempo: tem caiaque, pedalinho, stand up paddle, fotos subaquáticas, tirolesa (com 13 metros de altura e 85 metros de comprimento, custa R$ 20) e flutuação na Gruta da Pratinha (R$ 40 por pessoa, por meia hora de passeio incluindo colete, snorkel, lanterna e guia). Pra entrar na fazenda é preciso pagar uns R$ 20 por pessoa (valor incluído no passeio da Chapada Adventure).
Ah, e o complexo também abriga a Gruta Azul, com uma água azulada onde aparece um raio de luz quando chega o sol. Pra quem já foi no
Poço Azul e no Poço Encantado, não tem tanta graça, mas já que você tá ali, não custa nada, né?
A parte mais popular do complexo é a prainha do Lago da Pratinha, que é uma delícia pra tomar banho. A água é bem rasa, transparente, com temperatura agradável e cheia de peixinhos.
Só não é dos lugares mais roots da Chapada: tem um bar com mesas e cadeiras de plástico, o que é ótimo pra servir de ponto de apoio (principalmente pra quem viaja com crianças), mas contribui pra que o espaço fique bem movimentado, especialmente em feriados.
Também foi lá na Fazenda Pratinha que tiramos a barriga da miséria com um almoço incluído no preço do tour. Entre as opções tinha frango empanado, frango guisado, carne, cozido, feijão preto, purê, salada, polenta… Tudo bem gostosinho. Caso queira só um lanche ou sobremesa, lá você encontra também uma cafeteria.
Morro do Pai Inácio
Por volta das 15h30, saímos em direção à parada final do dia: o tão aguardado Morro do Pai Inácio. Ele chega a 1.150 metros de altitude, mas a subida foi bem mais fácil do que eu esperava. É íngreme e é preciso subir em pedras, então fica um pouco cansativo, mas o caminho é curto: chegamos no topo em uns 20 minutinhos. E mais recentemente, pelo que li, o acesso ficou ainda mais fácil, com a instalação de escadarias com corrimão.
De lá de cima a vista de 360 graus é deslumbrante. Dá pra ver outros morros famosos na região, como o do Camelo e o Três Irmãos, e curtir o Pai Inácio em si, com destaque pra detalhes curiosos como essa pedra em formato de coração que aparece na foto em destaque lá em cima.
Mas o melhor mesmo é o que faz a fama por lá: o pôr do sol. Só é bom não demorar muito pra descer, pra não ficar escuro, a não ser que você leve uma lanterna.
Ah, e ainda tem um bônus: quase sempre você vai encontrar lá no topo um cara contando, com toda a teatralidade que o lugar merece, a lenda por trás do nome do Morro do Pai Inácio. Supostamente, ele faz referência a um escravo que namorava a filha de um coronel e, ao ser perseguido pelos capangas do sogro, subiu até lá na tentativa de fugir. O resto da história você descobre lá, pra não estragar a surpresa. ;)
O Morro do Pai Inácio fica a 28 km de Palmeiras e 26 km de Lençóis. Tem estacionamento e banheiro no lugar que dá acesso à subida pra o morro e costuma pegar sinal de celular lá em cima (algo raro em muitas partes da Chapada :P). É um ótimo passeio pra fazer no dia da sua chegada, se você estiver de carro, já que é rápido e o ideal é ir no fim da tarde mesmo. O lugar pode ser visitado das 9h às 17h e paga-se uma taxa de acesso de R$ 6 (também incluída no passeio da Chapada Adventure).
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Oi, Luisa. Tudo bem? :)
Seu post foi selecionado para o #linkódromo, do Viaje na Viagem.
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Até mais,
Bóia – Natalie
Por favor me passe valor deste roteiro acima para dois adultos na primeira quinzena de outubro. Fico no aguardo
Oi, Juliana! Esse é um blog em que publico relatos de viagem. Você pode pedir o orçamento diretamente a uma das agências que trabalham na Chapada Diamantina. A que usei foi a Chapada Adventure Daniel. Um abraço! :)