O que fazer em Manchester, Inglaterra: de pontos turísticos a bares
Um observador atento vai facilmente notar que um elemento curioso se repete por várias partes de Manchester: o desenho de uma abelha. Esse inseto simpático é um dos símbolos da cidade. Trata-se, mais especificamente, de uma “worker bee” (abelha-operária), o que faz todo sentido. Afinal, a cidade é considerada o berço da Revolução Industrial.
Quer ver a importância do símbolo? Depois do ataque na Manchester Arena durante um show de Ariana Grande, em 2017, ainda mais abelhas se espalharam pela cidade e muita gente chegou a tatuar o bichinho no corpo, como forma de honrar as vítimas da tragédia.
Procurar pelas abelhinhas, seja de forma “oficial” como na decoração das lixeiras das ruas ou mais “alternativa” nos grafites que enfeitam muros, pode ser um bom passatempo durante a viagem.
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Pontos turísticos de Manchester
Depois de passar uns dias por Manchester na companhia de um casal de amigos ingleses, preciso confessar: pra mim, essa listinha de atrações não chega aos pés do interessante que é simplesmente perambular por suas ruas (e bares). Prestando atenção, enquanto isso, no contraste entre edifícios com carinha mais clássica e antigos galpões transformados em lugarzinhos descolados e na mistura da herança industrial com a criatividade da geração atual. Mas se são pontos turísticos o que você procura, vai encontrar. Manchester tem bons museus (gratuitos!) pra ocupar uns dois ou três dias.
Se quiser começar dando uma geral na cidade na companhia de um morador, vale participar de um free walking tour, passeio guiado em que você só paga no final, escolhendo o valor que achar justo.
A seguir, vou dar minhas dicas sobre o que fazer em Manchester pra você montar seu roteiro por lá.
National Football Museum
Quem gosta de futebol provavelmente associa a cidade aos seus dois grandes times, o Manchester United e o Manchester City, que se destacam no cenário mundial. Não surpreende, então, que uma das principais atrações da cidade seja um museu dedicado ao esporte, o National Football Museum.
Até eu que não sou chegada em futebol curti bastante a visita, e imagino que quem é fã fique muito empolgado ao ver a coleção de artefatos ligados ao esporte, como camisas icônicas usadas por grandes jogadores do país onde ele surgiu.
Apesar de ser mais focado na história futebolística inglesa, o museu também traz exposições temporárias, e na época da minha ida o tema era ninguém menos que Pelé (foi até engraçado, aliás, entrar no museu e inesperadamente ouvir o hino do Brasil).
O espaço é bem bonito, organizado e cheio de áreas interativas, onde você pode testar seu conhecimento sobre as regras do esporte, identificar brasões de seleções ou jogar table hockey, pebolim, ping pong, entre outras brincadeiras que fazem do lugar tão informativo quanto divertido. Ou seja: um programa bem legal tanto pra crianças quanto adultos. A entrada é grátis, mas algumas atividades extra são pagas.
Town Hall
Na primeira vez em que passei pelo prédio da prefeitura, até me distraí da beleza dele porque tinha algo “mais importante” acontecendo na frente: a gravação de uma série da Netflix, que não consegui descobrir qual era. Passei uns 10 minutos esperando começarem uma cena que parecia emocionante, pra descobrir que era só um cara saindo do prédio e descendo a escada haha. Quando voltei lá depois, fiquei impressionada com a imponência do lugar. Se eu fosse fazer uma série, bem que ia querer usar de locação, viu?
A prefeitura (a.k.a. Town Hall) é um exemplo de arquitetura vitoriana e neogótica e fica na praça Albert Square, onde tava rolando uma feirinha de comidas bem maravilhosa quando passei pela segunda vez e que recebe, no final do ano, um charmoso mercado de natal. Dá pra fazer tours guiados lá por dentro, mas não rolou pra mim. Quer ver a cara dele? Dá uma olhada na foto em destaque lá em cima.
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John Rylands Library
Só admirei a lindeza da prefeitura do lado de fora, mas em compensação passei um bom tempo observando os detalhes do interior de outro prédio deslumbrante ali por perto: a John Rylands Library, que tem cara de que saiu de uma cena de Harry Potter. Forte concorrente a biblioteca mais linda que já vi, ela foi construída em estilo neogótico por uma mulher chamada Enriqueta Rylands em homenagem ao seu marido. Fica a dica aí pra quem quiser construir um troço bonitão desses pra mim; tou aceitando, viu? ;)
Ela foi um dos meus lugares preferidos na cidade, e na verdade é mais que um rostinho bonito: a biblioteca abriga uma coleção super recheada de livros, mapas, cartas e obras de arte, incluindo manuscritos medievais e uma Bíblia de Gutenberg. Também vale dar uma olhada na lojinha, com livros interessantes sobre literatura e escrita, e no café, que é bem charmoso e tem sofás de couro confortáveis. Veja mais fotos da biblioteca (e confirme que não sou a única que achou o lugar com cara de Hogwarts). Ah, e a entrada é gratuita.
People’s History Museum
Meu museu preferido dentre os que visitei em Manchester, o Museu da História do Povo é focado na história da democracia e dos trabalhadores no Reino Unido. Ele reúne reproduções e itens originais de sindicatos, partidos e militantes que moldaram a história do país, como cartazes e objetos pessoais. É um lugar importante considerando o papel da Inglaterra na Revolução Industrial, e quem se interessa por direitos dos trabalhadores deve separar umas boas horas pra explorar o lugar.
Entre os assuntos abordados estão o movimento de sufrágio feminino, o sindicalismo do século XIX e o movimento de cooperativas. Uma das minhas partes preferidas foi um display com áudios contando a história de pessoas de cinco gerações da mesma família, mostrando a evolução das vidas deles em termos de direitos: desde uma vida que girava em torno do trabalho e em que não eram garantidos os direitos a voto, estudo, aposentadoria ou saúde pública, até tempos progressivamente melhores, mas ainda repletos de desafios.
A coleção vem até a história relativamente recente: é possível ouvir, por exemplo, o primeiro discurso de Tony Blair, que foi primeiro-ministro britânico até 2007.
Museum of Science and Industry
Outro museu que tem tudo a ver com o papel de Manchester no cenário mundial é o da Ciência e Indústria. Além de mostrar as principais conquistas da cidade nessas áreas, o lugar traz exposições e experiências interativas com diferentes temas, espalhadas em vários galpões. Existem áreas dedicadas ao transporte, à energia, ao saneamento, à indústria têxtil, à comunicação e à computação, por exemplo.
Alguns destaques são uma réplica do primeiro computador moderno (a propósito: Alan Turing trabalhava na Manchester University quando desenvolvimento um dos primeiros computadores do mundo) e uma coleção de maquinário têxtil antigo, indústria que foi importantíssima pra cidade. Se você gosta de aviões, não deixe de ir num anexo do museu chamado Air and Space Hall, onde vai encontrar vários modelos de diferentes épocas. A lojinha também é cheia de tentações, com livros e brinquedos curiosos.
Manchester Cathedral
Normalmente não gosto muito do interior de igrejas, mas a Catedral de Manchester, construída em estilo gótico, é muito lindona tanto por fora quanto por dentro, além de enorme. A cereja do bolo foi entrar lá quando um coral tava cantando acompanhado do órgão, numa atmosfera bem angelical. Me senti num filme. :) Se você curte catedrais, vai gostar muito dessa.
Manchester Museum
Manchester tem também outros museus famosos, que eu não tive tempo de visitar porque tava ocupada andando, comendo e tomando cerveja e porque os horários de funcionamento são um pouco restritos no outono (confirme direitinho nos sites oficiais quando for se programar). Um exemplo é o Museu de Manchester, que pertence à Universidade de Manchester e reúne num prédio neogótico milhões de peças ligadas a arqueologia, antropologia e história natural.
Manchester Art Gallery
Outro lugar que deixei na lista pra próxima viagem foi a Galeria de Arte de Manchester, que reúne desde quadros de artistas britânicos do século 19 a obras atuais, incluindo quadros a óleo, aquarelas, esculturas, objetos decorativos e itens de vestuário.
Imperial War Museum North
Pra quem se interessa pela história das guerras, vale muito a pena fazer uma visita à unidade de Manchester do Imperial War Museum (tem outro com o mesmo nome em Londres e outro em Duxford). O museu reúne na sua exposição permanente vários displays e projeções audiovisuais explorando o impacto dos conflitos modernos nas sociedades. Ele fica mais afastado do centro da cidade, mas pertinho do estádio do Manchester United e também de Castlefield, área onde se encontram algumas ruínas da época em que Manchester era dominada pelos romanos.
Estádios do Manchester United e Manchester City
Se você é fissurado mesmo em futebol, uma visita ao Museu do Futebol não será suficiente na passagem por Manchester. Afinal, como perder a oportunidade de conhecer os estádios do Manchester United (Old Trafford) e do Manchester City (Etihad)? Ambos clubes disponibilizam tours guiados onde é possível visitar várias das suas dependências.
No mapa abaixo, dá pra ver a localização da maior parte das atrações mencionadas até agora:
Northern Quarter
Sabe aquela história de “perambular por aí” que mencionei antes? Além do centrinho mais comercial e turístico da cidade, onde ficam concentradas quase todas as atrações acima, não deixe de explorar também o Northern Quarter. Essa foi minha região preferida de Manchester, e tou longe de ser a única a me encantar por lá. Afinal, o bairro é cheio de boutiques charmosas, brechós, lojas de discos, cafés, restaurantes e bares estilosos e animados.
Recomendo andar sem rumo por ali, reparando nos prédios meio detonadinhos, na arte de rua e em tesouros como o Paramount Books, um dos sebos mais legais que já conheci (que oficialmente não fica no Northern Quarter, mas é quase). Além de muitos livros bons por preços amigos, eles têm várias HQs e vinis e até um cachorro fofo, além de uma trilha sonora com jazz gostosíssimo. Ah, e quem compra algum livro ganha uma fruta; achei simpático.
Outra parada que vale muito a pena é o Afflecks, quase uma instituição do bairro, que se define como “um empório de ecleticismo” e seria a definição do paraíso pra minha eu adolescente. Nos seus andares você vai encontrar várias lojinhas incríveis pra quem tem um estilo mais punk-alternativo, com muitas roupas, acessórios, tatuagens, piercings e um café bem legal, o Ginger’s Comfort Emporium. Mesmo que não queira comprar nada, você provavelmente vai se divertir explorando os itens à venda e a decoração do lugar.
No segundo domingo do mês, o Northern Quarter também bomba com o Makers Market, cheio de comidinhas e comprinhas incríveis de marcas independentes. Tive a sorte de ir em uma edição e adorei.
Onde comer e beber em Manchester
Se você é fominha como eu, deve ter reparado que além de “andar por aí”, também mencionei lá em cima os verbos “comer” e “beber”. Saiba que fiz ambas as coisas muito bem em Manchester. Dentre os lugares que conheci, recomendo o animado bar Blue Pig pra umas cervejas, o estiloso Solita pra jantar (comi hambúrguer com pulled pork e chilli con carne e uns nachos com mil toppings, ambos delícia) e o Trof pra drinques (o espresso martini é bem bom; não se esqueça de reparar no cardápio inusitado).
Achou pouco? Andando pelo Northen Quarter você vai encontrar vários outros bares interessantes. Também vale dar uma pesquisada pra ver se não vai rolar nenhum show interessante quando você estiver por lá. A cidade tem uma cena musical interessante, tendo sido berço de bandas como The Smiths, Joy Division, Bee Gees e Oasis.
Outra dica é tomar umas cervejas no tradicionalíssimo pub Old Wellington, que tem uma área interna aconchegante e uma parte externa que fica lotada em dias de sol. Esse quarteirão-pracinha onde fica o bar é chamado de Shambles Square e nele tão reconstruídas antigas casinhas medievais.
Ainda vale dar uma olhada no Corn Exchange, espaço renovado recentemente que reúne vários restaurantes descoladinhos. No mapa a seguir, marquei a localização desses bares e das duas lojas que mencionei logo acima.
Onde se hospedar em Manchester
O ideal é ficar hospedado no Centro da cidade, de onde dá pra fazer praticamente tudo andando, ou no Northern Quarter. Algumas opções de hospedagem com boa reputação e preço razoável são o Northern Quarter Room, o The Gardens Hotel, o Vantage Quay, o Abel Heywood, o Ibis Styles Manchester Portland (adoro essa linha), o Ibis Princess Street, o Holiday Inn Express Manchester City Centre Arena, o Holiday Inn Express Manchester City Centre e o Ibis Manchester Centre 96. Pra quem viaja só e topa ficar em quarto compartilhado, uma opção é o YHA hostel. Clique aqui pra ver todas as opções de hospedagem na cidade.
Como chegar em Manchester
Comecei meu roteiro de 20 dias no Reino Unido por Manchester, e a razão foi bem prática: foi pra lá que encontrei a passagem mais barata saindo da Croácia, onde estava antes. E não foi exatamente um acaso, já que o aeroporto de lá é um dos maiores do país e tem muitos voos de companhias low-cost.
Mas caso você já esteja na Inglaterra (ou na Escócia, que fica ali pertinho), a forma mais prática e confortável de chegar lá é pegando um trem. São cerca de duas horas de viagem saindo de Londres, e a cidade tem três grandes estações: Victoria (bem no centrinho, perto do Museu do Futebol), Piccadilly (ao sul do Northern Quarter) e Oxford Road (a uns 15 minutos de caminhada da Piccadilly). Pra conferir os preços e comprar passagens (que saem mais barato com antecedência), dê uma olhada no site da National Rail, companhia de trens britânica.
Caso você resolva fazer a viagem de última hora e os trens estejam caros, também dá pra chegar de ônibus, mas nesse caso são umas 6 horas de viagem desde Londres. Veja os preços no site da National Express.
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