O que fazer no Recife Antigo: roteiro turístico
O nome oficial é Bairro do Recife, mas todo mundo chama mesmo é de Recife Antigo – ou, quando começa a intimidade, só “Antigo” mesmo. Charles Darwin, Santos Dumont e Dom Pedro II estão entre os personagens ilustres que já desembarcaram num dos pedaços mais interessantes da capital pernambucana, e você não vai perder a chance de entrar pra essa lista, né? :P Afinal, esse bairro por si só já faz valer no mínimo um dia na cidade antes de você correr pras praias dos arredores. Sei que sou suspeita pra falar, mas pode confiar.
Além de caminhar sem rumo pelas ruas de paralelepípedos, lembrando sempre de olhar pra cima pra paquerar os prédios históricos, um dia no Recife Antigo inclui um punhado de atrações massa, sem falar nos bons bares e restaurantes.
E apesar de ser um dos principais cartões postais recifenses, o bairro não é só pra turista ver: ele também é o maior polo tecnológico e um dos principais centros de lazer e cultura da cidade.
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Durante a semana, a região é ocupada pelos funcionários das empresas que se instalaram ali (a maioria delas ligada a tecnologia), e aos domingos pela galera que aproveita as ciclofaixas temporárias que passam por diversas áreas da cidade, a feirinha de artesanato que se instala na Rua do Bom Jesus e eventos do projeto Recife Antigo de Coração, promovido pela prefeitura.
O que fazer no Recife Antigo em um dia
Pra começar com o pé direito, siga direto pra o Marco Zero. O nome é oficial da praça é Barão do Rio Branco, mas dificilmente você vai achar alguém que saiba/lembre disso. Além de ser o ponto de partida pra marcação das distâncias rodoviárias locais, essa praça é o palco principal pra manifestações culturais como o nosso Carnaval maravilhoso. <3
E além do símbolo de “Recife” que foi colocado no local há alguns anos e já rendeu muitas selfies desde então, outro destaque do espaço é o chão, tomado por uma obra do pintor Cícero Dias inspirada no seu quadro “Eu vi o mundo… e ele começava no Recife” (que gerou, na época em que foi mostrado ao mundo, polêmicas parecidas com as que têm rolado hoje por aí), com uma rosa dos ventos no meio.
A praça é banhada pelo estuário do Rio Capibaribe, importantíssimo pra história da cidade. Do outro lado do estuário fica um dique que abriga o Parque das Esculturas de Francisco Brennand, artista local renomadíssimo, com destaque pra polêmica obra de cerâmica que, devido ao formato fálico, é chamada por muitos de “pica de Brennand”. :P
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Ao se aproximar da beira provavelmente você vai ver barqueiros querendo levá-lo até o outro lado; a travessia custa em torno de R$ 10 (ida e volta) por pessoa e é um bom passeio caso você tenha curiosidade de ver de perto algumas das obras do artista e não tenha tempo de ir até sua oficina, ou caso você seja como eu e adore passeios de barco, mesmo que curtinhos, e queira ver o Marco Zero de outro ângulo.
De volta à terra firme, no próprio Marco Zero você encontra um complexo de restaurantes e bares e o Centro de Artesanato de Pernambuco. Com preços um pouco inflacionados, o espaço reúne itens decorativos e brinquedos feitos de barro, madeira, renascença etc. Muita coisa pra deixar a casa linda e pernambucanizada. ;)
A praça também é rodeada por prédios bonitos como a Caixa Cultural, onde quase sempre rolam exposições interessantes. E uma delicinha que pode passar despercebida: a sorveteria Cioccolatte, que eu frequentava religiosamente nas sextas-feiras depois do almoço quando trabalhava por ali. Ela geralmente tem alguns sabores incomuns, tipo Heineken ou bolo de rolo (um dos meus preferidos e pernambucaníssimo).
Se você continuar caminhando passando pelo Centro de Artesanato vai chegar num prédio marrom onde fica o museu Cais do Sertão, um dos mais legais que já visitei na vida. Superinterativo e lindo, ele mistura o tradicional e o moderno pra retratar a cultura do Sertão nordestino e a vida do grande Luiz Gonzaga.
Leia mais: Uma visita ao museu Cais do Sertão
De lá, volte um pouco em direção à Praça do Arsenal, onde fica a Torre Malakoff, espaço cultural que abriga exposições, um observatório astronômico e um mirante. Nos finais de semana às vezes é colocado um palco ali, com bandas e apresentações de dança, mas o destaque permanente da praça é o Paço do Frevo, outro museu de dar orgulho.
Dedicado à perpetuação da memória desse ritmo tão pernambucano, o museu traz fotos, estandartes, janelonas com trechos de músicas icônicas e até um Glossário do Carnaval, explicando o significado de termos como “evoé” e “abre-alas”. Se não sair de lá apaixonado pelo frevo e doido pra marcar uma próxima visita a Pernambuco pra época do Carnaval, no mínimo você vai levar fotos lindas de recordação.
Leia mais: conhecendo o museu Paço do Frevo
No térreo do museu fica uma das unidades do Café Malakoff, um dos melhores da cidade, mas outra opção caso tenha batido o calor ou vontade de tomar algo doce é experimentar o maltado (tipo um milkshake de chocolate com malte) na pequena lanchonete As Galerias, que fica logo ali na esquina, em frente ao posto de informações turísticas. Simples e tradicionalíssimo, o lugar tem décadas de existência e lugar cativo na memória afetiva de muitos recifenses.
Também dá pra tomar a bebida no Fidélio Lago, administrado pela família do antigo dono d’As Galerias. E perto d’As Galerias, na Rua da Guia, fica outra lanchonete popular, Gelatto’s, com várias opções de sucos de fruta batidos com água ou leite (mas caso não seja superformiguinha peça o seu com pouco açúcar, porque eles exageram).
E aí chegou a hora de seguir pra rua mais bonita do bairro, a Rua do Bom Jesus. Além dos prédios coloridos, ela abriga a primeira sinagoga nas Américas, Kahal Zur Israel, que é um dos marcos mais importantes da presença judaica no Brasil colônia e pode ser visitada.
Ali você encontra também a Embaixada dos Bonecos Gigantes, tipo um museu pra esses bonecos que são marca registrada do nosso Carnaval. O lugar consiste basicamente de uma sala cheia de bonecos, então não espere muito da visita, mas é interessante ver de perto essas versões gigantes de figuras célebres como Ariano Suassuna, Bowie, Carmen Miranda e Darth Vader. :P
Saindo de lá, caminhe até o Paço Alfândega, shopping com poucas lojas construído num prédio antigo e charmoso, e suba até o último andar pra ver a vista do rio. Se estiver precisando usar o banheiro, aproveite essa chance. De um lado do Paço fica uma unidade grandona da Livraria Cultura e do outro a Igreja Madre de Deus, considerada uma das mais bonitas da cidade.
E ali perto da igreja, em frente à entrada “de trás” do Paço, fica a Rua da Moeda, que costuma ficar animada à noite. Se você estiver com fome, pode passar na padaria Brotfabrik ou comer uma delicinha típica como macaxeira com carne de sol ou arrumadinho numa das unidades do tradicional bar Bodega de Véio.
Se a noite ainda não tiver chegado e você não quiser esperá-la pra curtir os barzinhos do Recife Antigo, aproveite pra atravessar a ponte até a Praça da República, onde ficam o lindo Teatro Santa Isabel e o Palácio do Campo das Princesas, que serve como sede do governo estadual e pode ser visitado por dentro em horários específicos, e caminhar um pouco (com cuidado) pelos bairros de Santo Antônio e São José, pra conferir igrejas como a Basílica de Nossa Senhora do Carmo, o ótimo Mercado de São José ou a Casa da Cultura, antiga prisão transformada em centro de artesanato (que infelizmente tava meio caidinha da última vez que visitei).
Outra opção é fazer um passeio de catamarã e aproveitar o pôr do sol passando por baixo das nossas simbólicas pontes. É o tipo de golpe baixo que vai tornar muito difícil você não se apaixonar pelo Recife. :)
Que tal esticar a viagem pra o Recife e ir também conhecer a capital paraibana? Veja o que fazer em João Pessoa no blog Viciada em Viajar.
Hospedagem perto do Recife Antigo
No momento não existe hospedagem no Recife Antigo; os albergues que funcionavam lá parecem ter fechado durante a pandemia. Mas ali perto você pode ficar num apartamento ou hotel no Bairro da Boa Vista, na região Central da cidade, ou ficar num hotel, pousada ou albergue em Boa Viagem, onde fica a praia urbana do Recife.
Também vale conferir apartamentos e quartos nos bairros das Graças e Espinheiro, que são mais residenciais, mas ainda relativamente centrais e com fácil acesso ao Recife Antigo. Para mais detalhes, veja o artigo completo sobre onde se hospedar no Recife.
Voluntariado no Recife
Sabia que você pode conhecer o Recife sem pagar por hospedagem? A dica é fazer um voluntariado pela Worldpackers. Nessa plataforma você encontra oportunidades para trocar algumas horas semanais de trabalho por acomodação e outros benefícios, como refeições e passeios. Sem falar na imersão cultural e nos aprendizados que você vai levar para a vida.
Existem vagas de voluntariado muito legais em Recife e em outras partes de Pernambuco. Quando for fazer seu cadastro, use o cupom JANELASABERTAS e ganhe 20% de desconto. Para saber mais, confira o guia completo sobre troca de trabalho por hospedagem aqui no blog.
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3 Comentários
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Gostei muito, obg! Estou pensando em ir com meu esposo p ver a paixão de cristo
Que bom que você gostou, Hélia! :)
Muito bom. Faltou as dicas das melhores batidas e caldinhos pra acompanhar uma agulhinha frita. Valeu, ficou 10.