Dicas de viagem para veganos: alimentação saudável e ética na estrada
Deixar de consumir derivados de animais mantendo uma alimentação nutritiva pode ser mais fácil e do que muita gente pensa, mas ainda assim requer planejamento e atenção. Fora da sua cidade de origem, então, o negócio pode ser mais complicado. Por isso, resolvi reunir aqui algumas dicas de viagem para veganos.
Mas espera: quem sou eu pra falar sobre isso? (Ainda) não sou vegana, nem vegetariana, mas tenho tentado reduzir meu consumo de carne.
E uma das responsáveis não só pela minha conscientização, mas por me fazer perceber que o veganismo não é tão inacessível quanto eu pensava, é Cecília Barbosa do @boraveganizar, que estudou comigo no colégio oitocentos anos atrás e tem feito um trabalho massa nessa área.
Foi ela que convidei pra vir falar aqui sobre o assunto, depois de acompanhar uma roadtrip que ela fez pelo Brasil recentemente. :)
Adorei acompanhar a viagem dela pelo Instagram e ir vendo nos stories as soluções que ela encontrou pra não passar perrengues alimentícios Brasil afora (tá tudo lá nos destaques “road trip” no perfil dela).
Desde conversar com o pessoal dos restaurantes pra pedir uma opção vegana a preparar lanchinhos saudáveis e práticos, como cenouras cruas com hommus e bananas com pasta de amendoim, Ceci se acostumou a dar um jeitinho de comer bem aonde vai. Com planejamento, determinação e boa vontade, dá pra resolver quase tudo nessa vida, né?
Eu já imaginava que pra viajar e comer bem sendo vegano seria importante fazer uma pesquisa de lugares vegan friendly no destino, pedir informações a outros veganos e levar sempre consigo algumas comidinhas. Mas a experiência prática dela ilustra melhor tudo isso. ;)
Dicas de viagem para veganos
Em 22 dias, Ceci e o marido foram de carro do Recife até Foz do Iguaçu e de volta pra cá, passando por Floripa, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Ouro Preto, Mariana, Belo Horizonte, Chapada Diamantina e Aracaju.
Viajar de carro foi um facilitador porque permitiu que ela levasse um cooler, onde armazenava itens que precisavam de refrigeração, mas também dá pra levar muitos lanches sem refrigerar. Na entrevista abaixo, ela conta como fez.
Você levou comidinhas de casa?
Eu decidi levar o cooler porque sabia que passaria alguns perrengues, principalmente no café da manhã. Nas hospedagens, raramente tem opções veganas fora pão francês com azeite, e eu não queria deixar de comer bem.
Pra levar as pastinhas (hommus, babaganoush, requeijão de castanha), além de sucos e água, foi preciso de refrigeração. Trocávamos o gelo umas 2 vezes ao dia no máximo e foi muito tranquilo.
Fora isso, levei uma mala de mão LOTADA de comidinhas, bolachinhas e outros lanches que não precisavam de refrigeração e me fariam não comer só besteira durante a estrada.
Como você pesquisa lugares veganos nas cidades aonde vai?
Jogo no Google, pesquiso no Instagram, pergunto aos meus seguidores (que é a forma mais efetiva!) e tem também o aplicativo Happy Cow, que ajuda bastante quando você tá no escuro, sabe? Ele é pago, mas vale muito a pena, tanto em viagens nacionais quanto internacionais.
O que costuma comer em restaurantes que não são muito vegan friendly?
Saladas, por exemplo, sempre vai ter. O importante é sempre procurar aliar um cereal (arroz, quinoa etc.) com um tipo de grão (grão de bico, feijão, lentilha, ervilha). Sempre tem uma das opções sem carne e aí vou montando de acordo com o que tem. Não passei nenhuma dificuldade, nem no interior dos estados!
Tem algum lanche “coringa” que você sempre leva pra não passar perrengue?
Sempre tenho comigo castanhas, frutas secas, bolachinhas de arroz e frutas! Levo maçãs pra todo lugar, porque é prático.
Quais os lugares veganos mais legais que você conheceu na viagem?
Me impressionei muito com um lugar lá em Londrina, no Paraná, que fizemos só uma parada pra dormir (graças a Deus! haha), que se chama Café com Propósito. Nossa, muito maravilhoso! Fiquei impressionada, o lugar é todo vegano, um charme e tudo delicioso!
São Paulo é de longe um paraíso para os veganos. Lá é muito maravilhoso! Tem dois lugares lá que não posso deixar de falar: o primeiro é o Pop Vegan Food, que tem a melhor pizza vegana do universo a um preço acessível e almoço todos os dias, delicioso, por um preço MUITO acessível também. E tem também a Veganeria Stuzzi, uma sorveteria toda vegana, com todos os sabores que você imaginar e tudo muito gostoso.
E aqui no Recife, aonde gosta de ir comer?
Gosto sempre de destacar o Papaya Verde, um self-service que não é todo vegano, mas tem 1/3 do buffet vegano e inúmeras opções de sobremesa. Indico também o Motche para um brunch incrível: tem croissant e waffle veganos, surreal. E a Jazzlato, que é uma sorveteria artesanal tão maravilhosa que tive que levar até pra o meu casamento!
Nos últimos anos tem se tornado muito mais fácil achar opções veganas, né?
Muito mais fácil! Eu vejo como um processo natural da sociedade de despertar para o mundo. De consciência de que a indústria que explora os animais além de ser cruel é também insustentável para o meio ambiente. Fico muito feliz que o mercado vegano esteja crescendo tanto, só mostra que a demanda também está aumentando. :)
E em relação à redução da produção de lixo, tens dicas pra quem viaja?
Sim! O veganismo desperta a gente pra outras coisas, né? Depois dele, fui perceber a quantidade de lixo que eu produzia e o quão prejudicial pra o meio ambiente isso era.
Ando sempre com um ‘kit pessoal’ com copinho retrátil, talheres, guardanapo de pano e canudo pra não ter que utilizar os de plástico. E gosto sempre de dizer que não precisa você comprar cada coisa dessas ou um kit específico: junta as coisinhas que você tem em casa numa necessaire e leva sempre na bolsa. :)
Tá curioso sobre o assunto ou precisando de ajuda pra começar a veganizar? Segue Ceci lá no Youtube e no Instagram e manda mensagem pra ela se tiver dúvidas!
Dicas extras: viagens internacionais
O foco da minha conversa com Ceci foi esse rolê que ela fez por terras nacionais, mas também encontrei dicas de viagem para veganos que vão ao exterior.
Começando com o trajeto até o destino: muitas companhias aéreas oferecem, em voos internacionais, refeições especiais pra quem tem restrições alimentares. Se informe sobre isso com a empresa com que você for voar e não se esqueça de solicitar a refeição no prazo determinado por eles.
Outra dica importante pra quem vai a um destino cuja língua desconhece: aprenda palavras-chaves pra saber se o que você vai comer é vegano mesmo. Carne, frango, peixe, ovo, leite e outras palavrinhas do tipo são muito úteis e fáceis de pesquisar online. Mas existe até um Passaporte Vegano feito pra ajudar com isso (pra quem entende inglês).
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Turismo “vegano” além da alimentação
Por fim, vale lembrar que o veganismo não se limita à alimentação. Trata-se de um estilo de vida, que tem a ver com o respeito ao meio ambiente em todas as suas ações. Isso inclui consumir produtos que não são testados em animais, por exemplo, e também tem várias repercussões no turismo.
Uma dica de viagem para veganos e não-veganos é pesquisar bem sobre os lugares onde você vai se hospedar e atrações que vai visitar, procurando saber se eles não promovem exploração da natureza. Confira também outras sugestões de práticas de turismo sustentável que já dei por aqui.
E você, evita totalmente o consumo de derivados de animais, ou tá nesse processo? Tem outras dicas de viagem para veganos? Conta nos comentários!
As fotos que ilustram o post pertencem a Cecília Barbosa e foram cedidas para publicação no blog, com exceção da que aparece no topo do artigo e tem como fonte o site Pexels, com direitos de uso liberados.
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2 Comentários
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Muito amor por esse post! Ceci arrasa nas dicas. Eu sempre que viajo pra cidades pequenas levo muitas opções coringas, principalmente pro café da manhã também. Queijo vegetal, algum requeijão e se não tiver como refrigerar vou pra pasta de amendoim ou pasta de castanhas . Levo sempre sementes e castanhas para dar um up em uma possível salada sem graça. Nas praias, amendoim cozido e castanhas sempre salvam também hahaha. Recentemente fui a uma cidade pequena na Espanha com zero planejamento, foi muito pão, azeite e tomate e gazpacho
Oi, Marília! Que massa, adorei tuas dicas. Isso de apostar nas pastas de amendoim e castanhas por não precisar de refrigeração é ótimo! E o amendoim cozido na praia também hahha. Obrigada pelo comentário! :)