O ponto alto do período que passei nos Estados Unidos foi, sem dúvida, a roadtrip de 9 dias que fiz pelos parques nacionais de Utah e Arizona. Eu tava hospedada em San Diego, na Califórnia, e parti de lá com meus tios pra explorar alguns dos lugares mais lindos que já vi.
Descobri uma parte dos Estados Unidos que eu nem sabia que existia e super recomendo esse roteiro se você estiver pelas bandas de lá. Quer ver por quê?
Roteiro pelos parques nacionais de Utah e Arizona
Dia 1: San Diego -> Las Vegas
Dia 2: Las Vegas -> Zion National Park
Dia 3: Zion National Park
Dia 4: Zion -> Horseshoe Bend -> Antelope Canyon -> Monument Valley
Dia 5: Monumment Valley -> Moab: Canyonlands National Park
Dia 6: Moab: Arches National Park
Dia 7: Moab -> Capitol Reef e Grand Staircase-Escalante -> Bryce Canyon
Dia 8: Bryce Canyon
Dia 9: Bryce Canyon -> Las Vegas -> San Diego
Total: 9 dias, uns 3.600 Km, umas milhares de fotos e centenas de “uau”. Olha aqui o mapinha com o percurso:
Outras possibilidades: se você tiver menos tempo, sugiro fazer Zion + Antelope Canyon + Bryce Canyon, que ficam pertinho e que tão entre os lugares mais legais dos que visitei. Com mais tempo, dá pra incluir o Grand Canyon e outras atrações nos arredores dos Parques Nacionais de Utah e Arizona.
Saímos de San Diego porque meus tios moram lá, mas não é a cidade-base ideal pra essa viagem, devido à distância. Sugiro começar por Las Vegas (que fica em Nevada, mas perto de Utah e do Arizona) ou por Salt Lake City (capital de Utah).
Um roteiro que me parece massa pra quem tem bastante tempo seria partir de Salt Lake City, passar por alguns dessess Parques Nacionais de Utah e Arizona, seguir até Las Vegas e depois seguir pra o Death Valley National Park (entre Nevada e Califórnia) e pra o Yosemite National Park (Califórnia), que parece ser um dos mais bonitos do país. E terminar na gostosa São Francisco, que tal? Ou então, se você for bem ambicioso, continuar subindo até o Canadá ou descendo até o México. ;)
Não fomos pra o Grand Canyon porque meus tios já foram várias vezes e acham que apesar da fama, não é dos lugares mais bonitos da região. Não posso comparar porque não conheço, mas achei que os destinos incluídos no nosso roteiro não deixaram nada a desejar. <3
A seguir, vou falar brevemente sobre os parques nacionais que visitamos. Cada pedaço desse roteiro vai ganhar um post próprio com mais detalhes sobre as atrações, e conforme for publicando-os vou atualizando esse daqui com os links. Vamos lá?
Parques Nacionais de Utah e Arizona
Las Vegas
Começamos a viagem por Las Vegas pra diminuir o tempo na estrada e porque eu não conhecia a cidade. Achei que valeu a pena passar uma noite lá pela experiência, mas não é muito minha vibe.
Entendo por que as pessoas gostam e imagino que se eu tivesse muita grana pra gastar em drinques gigantes de 30 USD e ir pra festinhas com amigos, me divertiria um bocado. Mas pessoalmente, achei meio brega/kitsch. :P
E é claro que dei um pulo nuns cassinos, né? Mas ganhei 10 USD nas maquininhas e já pensei “melhor parar enquanto tou ganhando”. Claramente jamais serei viciada em jogo, haha.
Fiquei hospedada em Las Vegas no
hotel Park MGM. Ele tem três piscinas legais, como essa da foto abaixo, e o quarto era excelente. Mas se você procura um lugar com aquela pegada extravagante de Vegas, não acho a melhor opção, porque ele é um hotel mais “normal”.
Zion National Park
Depois dessa breve parada, nosso roteiro pelos parques nacionais começou de verdade no
Zion National Park, em Utah, que foi um dos meus lugares favoritos nessa viagem.
Passamos duas noites dormindo no lodge (tipo uma pousada) dentro do parque, e a experiência de ir dormir e acordar rodeada pelos paredões e ouvindo veadinhos passarem do nosso lado foi simplesmente incrível.
Já começamos superbem, alugando bicicletas pra passear pelo parque: recomendo muito! Também dá pra trafegar pelas vias pavimentadas usando ônibus do próprio parque, mas de bike é muito mais divertido. E como a maior parte do caminho é plana, é bem tranquilo.
O parque tem várias trilhas, mas como fizemos tudo num ritmo bem tranquilo, só conhecemos algumas delas. Na primeira tarde, fomos de bike até a Riverside Walk, que é uma das mais fáceis e termina na The Narrows, que exige atravessar o rio. Como ele é muito frio, o recomendado pra seguir em frente é alugar meias, sapatos e calças especiais. Não fizemos isso, então ficou pra próxima.
No dia seguinte, fomos conhecer trilha mais famosa do Zion, a Angel’s Landing, que é razoavelmente íngreme, mas nada de outro mundo, e dá direito a uma vista bem lindona. Uma das trilhas mais bonitas que já fiz.
Depois de uma tarde descansando na grama em frente ao lodge e admirando os arredores, terminamos o segundo dia indo nas três Emerald Pools, que ficam ao longo da mesma trilha. Que é bem tranquila, pouco cansativa e divertida, com pedrinhas pra pular, mas pouca dificuldade. Não achei as “piscinas” particularmente bonitas, mas curti o passeio.
De Zion fomos até o Antelope Canyon, no Arizona, parando no Horseshoe Bend, e no fim da tarde chegamos em Monument Valley.
Horseshoe Bend
Vendo as fotos alheias, eu pensava que o
Horseshoe Bend, essa curva em formato de ferradura formada pelo rio Colorado, ficava num lugar remoto. Tava bem enganada! Ele tem acesso superfácil. O Horseshow Bend fica em Page, no Arizona, pertinho do Antelope Canyon (outra lindeza).
Pra chegar lá é só parar no estacionamento (grátis, com muitas vagas e com banheiro público) e andar 1,2 km. Vale levar uma garrafinha d’água, porque apesar de ser um trecho curto, é todo no sol.
Em alta temporada tem bastante gente, mas como o lugar é grande e como na beira do precipício obviamente não tem como ninguém ficar na sua frente, acho que sempre dá pra admirar e tirar foto com tranquilidade.
Recomendo reservar uma horinha pra ficar lá paquerando o lugar, porque apesar de ser “só” um cânion no meio do nada, é bem bonitão!
Antelope Canyon
O Antelope Canyon, outra estrelinha do Instagram, também fica no Arizona, na reserva dos índios Navajo, e só pode ser visitado com guias.
Dá pra escolher entre o Upper Canyon (que foi onde eu fui, e fica ainda mais lindo com os raios de sol entrando) e o Lower Canyon (que é mais barato, mas fica no “subsolo”). Também dá pra pagar mais pra fazer um tour pra fotógrafos, que dá prioridade pra tirar fotos e permissão pra usar tripé.
Infelizmente o passeio é meio apressado, porque tem sempre muitos grupos, mas achei muito surreal ver essas formações incríveis e pensar que tão ali há milhões de anos.
Fiz o tour com a Antelope Canyon Tours e nossa guia, Rosie, era uma fofa. Recomendo comprar ingressos com antecedência pelo site. Você pode até dar sorte de encontrar uma entrada na hora, mas quando eu fui, a semana inteira já tava esgotada e muita gente saiu decepcionada.
Monument Valley
Chegamos no fim da tarde no Monument Valley, que foi uma ótima surpresa pra mim, que não sabia quase nada sobre o lugar. Ele não é bem um parque nacional, e sim uma região localizada na reserva dos índios Navajos, no ponto de encontro entre quatro estados: Utah, Colorado, Arizona e Novo México.
O lugar foi muito usado pra gravação de filmes western, principalmente os de John Ford estrelados por John Wayne. E mesmo que você não curta o estilo, acho impossível não se sentir num western por lá.
Dá até pra se hospedar no hotel onde John Wayne ficava, o
Goulding’s Lodge, e acordar num chalé fofo com vista pra essas formações rochosas gigantes. O que, diga-se de passagem, foi pra mim uma das melhores partes do passeio! Fiquei arrasada quando tive que ir embora na manhã seguinte, depois de tomar um chá na varanda olhando pra esse cenário, num silêncio total.
Cenário esse que achei muito lindo: as pedras são meio avermelhadas porque o arenito se mistura com elementos como óxido de ferro, e é incrível ver o sol batendo no início da manhã e fim da tarde. Também gostei de tentar reconhecer formas de bichinhos nas pedronas, já que elas foram batizadas em referência a esses formatos. :P
O lugar é bem amplo e a forma mais comum pra circular entre as pedras é de carro. A entrada custa 20 USD pra até 4 pessoas, mas nem pagamos porque o guichê fechou às 17h e entramos depois. Também rolam uns tours guiados pagos em jipes, mas só achei que vale a pena se você estiver sem carro (ou de motor home, que não pode entrar).
O percurso dura de 2h a 4h e também dá pra fazer algumas trilhas (embaixo de um sol triste) e passear de cavalo (cenário mais do que propício, mas é caro: 45 USD por meia hora).
Canyonlands National Park
Depois da tristeza que foi a despedida da atmosfera maravilhosa de Monument Valley, partimos pra Utah novamente. Fomos até Moab, cidade que serve de base pra visitar o Arches National Park, e no caminho conhecemos o Canyonlands National Park.
O parque é dividido em três distritos diferentes, que não se comunicam entre si: o Island in the Sky, o Needles e o Maze. A área mais visitada é Island in the Sky, que aparentemente tem mirantes com vistas lindas, como o Grand View Point e o Green River Overlook.
Acabamos não indo lá, e sim na parte The Needles, onde vimos as formações rochosas que dão nome à área e a Newsaper Rock, pedra cheia de inscrições rupestres. Confesso que não curti tanto as partes que visitamos, mas adorei ver a paisagem meio desértica com montanhas nevadas ao fundo.
Passamos essa noite e a seguinte no
Holliday Inn Express de Moab, cidade pequena e simpática, cheia de paredões de pedra.
Arches National Park
O hotel ficava a 10 minutos do
Arches National Park, então foi bem tranquilo sair cedo e passar o dia todo explorando o parque. Dá pra circular de carro lá dentro e tem vagas de estacionamento perto do início das trilhas e dos mirantes, então deu pra ver bastante coisa em um dia.
A parte que mais curti foi a trilha até o Delicate Arch (4,8 km ida e volta). Ela tem umas partes íngremes, mas é relativamente fácil, só que como o sol tava bem forte, foi um pouquinho sofrido. Também pegamos MUITO vento por lá – a dica é levar um lenço pra se proteger da areia.
Em seguida, fizemos uma das três trilhas da área chamada de Devil’s Garden: a Landscape Arch, que é quase toda plana e tem 3,2 km ida e volta. As outras duas são mais difíceis, levando de 2 a 5 horas pra serem percorridas.
Depois paramos no mirante do Delicate Arch, de onde dá pra ver o arco de longe (achei bonito, mas MUITO mais legal vê-lo de perto pela trilha) e fizemos a trilha The Windows (1.6 km), caminho circular que leva a três arcos lindos: o North Window, Turret Arch e South Window.
Capitol Reef
No dia seguinte, fomos no parque Capitol Reef, mas tava ventando demais e nos recomendaram não fazer trilhas. Pelo que vimos passando de carro e no vídeo de apresentação do parque exibido no Visitors’ Center, não me pareceu uma perda muito grande. :P Mas se alguém tiver ido lá, me conta aí nos comentários o que achou!
Depois de lá, pegamos a UT 12, considerada uma das estradas mais cênicas dos Estados Unidos. Conforme a altitude aumentava, a temperatura baixou tanto que começou a nevar! Ficamos chocados porque no dia anterior, lá no Arches, tava um sol vibes Nordeste brasileiro (fiquei até queimada com a marca da blusa, haha). Um contraste de leve!
Bryce Canyon
No fim do dia, chegamos em Bryce Canyon, onde nos surpreendemos ao encontrar tudo branquinho! Apesar de já ser abril, a temperatura enquanto estávamos lá chegou a uns -8 °C, e por causa dos fortes ventos a sensação térmica era ainda mais baixa. Se quiser garantir um clima mais ameno, é melhor ir em maio ou junho. Apesar de ter sofrido com os ventos frios, achei muito lindo ver tudo coberto de neve.
Amei terminar essa roadtrip pelos parques nacionais de Utah e Arizona conhecendo o Bryce Canyon, porque ele é bem diferente do Zion, onde começamos a viagem, mas também muito lindo.
Sua principal característica são umas formações geológicas chamadas de hoodoos, diferentes de qualquer coisa que eu tenha visto antes. Em português eles são chamados de “chaminés de fada”; já dá pra imaginar que são meio mágicos mesmo, né? ;)
Além do Bryce, onde têm a maior concentração do mundo, os hoodoos também podem ser vistos na Capadócia (Turquia). Tem uns pequeninos (tipo do tamanho de uma pessoa) e outros gigantes (como um prédio de 10 andares) e dá pra fazer várias trilhas andando no meio deles. Caminhar por ali foi uma das experiências mais legais da vida!
Fizemos as trilhas Queen Garden Trail e Navajo Loop e fomos de carro até vários mirantes, como o Bryce Point, o Inspiration Point, Fairview, Sunrise e Sunset points… Tudo muito bonito, especialmente quando o sol bate e deixa as pedras rosadas com um tom ainda mais especial.
Também ficamos hospedados no lodge dentro do parque, que era muito confortável. A experiência foi massa!
Saindo de lá, dirigimos por umas 4 horas até Vegas, paramos pra almoçar no bufê do restaurante do
hotel Rio (a decoração não tem nada a ver com o Rio de Janeiro e o bufê tava mais ou menos) e dirigimos mais umas 4h30 até voltar pra San Diego, cansados e felicíssimos.
E você, já fez alguma viagem por esses ou outros parques nacionais de Utah e Arizona? Como foi? Conta aí nos comentários!
0 Comentários