O que fazer em Glasgow, na Escócia
Glasgow, a maior cidade da Escócia, não tem o charme medieval de Edimburgo, que de tão preservada parece quase irreal. Mas tem, em compensação, uma atmosfera menos turística e mais “vida real”, sem deixar de ser aconchegante.
Mesmo abrigando cerca de 40% da população do país em sua região metropolitana, Glasgow tem uma atmosfera convidativa, diferente da vibe levemente hostil de algumas cidades grandes. Tanto que foi eleita pelos leitores dos Rough Guides como “a cidade mais amigável do mundo”. Desconfio dessas votações, mas achei bem amiga mesmo. :)
Ela me lembrou uma versão mais compacta, tranquila e barata (amém!) de Londres, com um centrinho agitado, regiões meio hipsters, bons pubs e lindos prédios vitorianos. E, assim como a capital, tem aquela que é uma das coisas mais legais do Reino Unido: museus e galerias com entrada gratuita.
Glasgow também é considerada um destino interessante pra quem se interessa por arquitetura e artes plásticas, tendo a The Glasgow School of Art como hub de várias iniciativas nessa área. Da minha parte, preciso dizer que adorei a comunicação oficial da prefeitura, que é toda trabalhada no pink. ;)
Dá pra circular pela cidade facilmente de metrô e ônibus, ou mesmo andando, se tiver disposição: o percurso pela maioria das atrações que visitei totaliza pouco mais de 8 km, como mostra o mapa lá no final do post.
Quer saber o que fazer em Glasgow? Olha só essas dicas de passeios, separados por regiões da cidade:
O que fazer em Glasgow
Centro de Glasgow
Se você tiver pouco tempo na cidade, recomendo focar em duas áreas: o centro e, especialmente se for jovem, o West End. Mas essa segunda parte vai ser assunto mais adiante.
Curti muito o Centro de Glasgow porque além de ter uma arquitetura bem bonitona, ele costuma ficar bem animado, inclusive aos domingos e à noite. Por ali você encontra várias lojas, restaurantes e bares, e algumas ruas são fechadas pra circulação exclusiva de pedestres.
George Square
O coração do Centro de Glasgow é a George Square, praça que fica a menos de 10 minutos das principais estações de trem da cidade, Central Station e Queen Street. Inevitavelmente você vai passar por ela, já que sua localização é bem central. Fiquei hospedada a dois minutinhos de lá, no Ibis Styles, e adorei.
No decorrer da história, a praça foi palco pra vários eventos públicos, protestos e celebrações, e no fim do ano ela abriga um Mercado de Natal com presentes e comidinhas.
Procurando hospedagem em Glasgow? Clique aqui e veja as melhores opções de hotéis e albergues e reserve sem custo
Ruas de compras
Se você tá a fim de comprar, pode anotar esses três nomes: Argyle Street, Buchanan e Sauchiehall. A Sauchiehall e a Argyle são mais “populares” e sempre cheias de gente, reunindo lojas de rede como Primark, H&M e The North Face. A Argyle também passa pela Central Station, estação de trem bonitona.
Já a Buchanan é só pra pedestres, cheia de prédios lindos e rende um bom passeio mesmo sem o objetivo de desembolsar nenhuma libra: só observar a arquitetura e o movimento de moradores e turistas já vale o rolê.
Ela mistura marcas mais comuns como TopShop e Urban Outfitters a unidades de lojas mais diferentinhas, como a PaperChase, que enlouquece qualquer amante de artigos de papelaria, e a Whittard of Chelsea, onde é possível provar mil chás deliciosos.
No final da rua você encontra o shopping Buchanan Galleries, que pode ser uma opção em dias de clima ruim (nada muito raro por lá).
Willow Tea Rooms
Outro destaque da Buchanan Street é a Willow Tea Rooms, que merece um tópico à parte. Essa casa de chá é famosa por sua inspiração no estilo de Charles Rennie Mackintosh, celebrado arquiteto escocês.
Além da localização e da decoração, o lugar atrai muitos visitantes pra provar o chá da tarde, que é servido o dia todo e custa cerca de 12 libras. Quando fui lá ainda não tinha almoçado, então pedi uma carne cozida com purê e uma massinha folhada (6,90 libras) – gostoso, mas nada excepcional. Valeu mais pela experiência. :)
The Lighthouse
Falando em Mackintosh, a dois minutinhos do Willow Team Room você encontra The Lighthouse, o Centro Escocês de Design e Arquitetura, que funciona num prédio assinado por ele.
O lugar tem entrada gratuita, mas infelizmente quando fui lá quase todas as galerias estavam fechadas pra um evento privado. Vale a pena pegar o elevador até o sexto andar pra ver a vista; a cidade não é das mais bonitas vista de cima, mas ainda assim gostei de vê-la de outro ângulo.
Leia também:
Roteiro pelo Reino Unido: 20 dias de trem da Escócia à Inglaterra
Todos os posts sobre a Escócia
Todos os posts sobre a Inglaterra
Gallery of Modern Art
Pra galera das artes, outro ponto interessante ali por perto é a Gallery of Modern Art (conhecida como GoMA), museu de arte moderna instalado num prédio neo-clássico do século 18.
Também com entrada gratuita, o lugar exibe uma série de exposições temporárias e apoia bastante os artistas locais. Vale conferir a programação na época da sua visita ou dar um pulinho lá pra ver se tem algo interessante.
Minha parte preferida, no entanto, fica do lado de fora do museu: a estátua do Duque de Wellington, instalada bem na frente do prédio, tem um cone de trânsito na cabeça, como você vê na foto acima. Obviamente fiquei curiosa quando vi isso, e adorei a história por trás da estranha intervenção.
No início, moradores da cidade (provavelmente bêbados) colocavam cones lá por brincadeira, e as autoridades sempre os removiam, mas logo depois tava lá outro cone no lugar.
A prefeitura considerou gastar 65 mil libras pra elevar o pedestal da escultura em 6 metros numa tentativa de evitar a prática, mas a população fez abaixo-assinado, grupo no Facebook e protesto pedindo pra não fazerem isso e descrevendo a prática como uma “amada tradição cultural”.
Resultado: a administração pública acabou cedendo, e hoje o cone na estátua é um símbolo da cidade (tava até no meu quarto de hotel, numa versão verde estilizada). Nessa matéria tem gente falando sobre como dar de cara com o cone alegrou dias difíceis das suas vidas. Fofo, né?
Merchant City
Também no Centro, a região conhecida como Merchant City é bem legal pra uma caminhada e uma cervejinha. Originalmente ocupada por armazéns de tabaco, açúcar e algodão no tempo em que Glasgow era um porto importante na Europa, hoje a zona é uma das mais descoladas da cidade.
Os galpões abandonados foram convertidos em bares, galerias e lojas, e muitas paredes foram cobertas de grafites. Ande sem rumo ou dê uma olhada nos bares da Miller Street e da Virginia Court.
Ou então vá direto na Merchant Square, um antigo mercado transformado em polo gastronômico, onde às vezes rola uma feirinha de artesanato e design.
Vai pra Europa? Não se esqueça que o seguro viagem é obrigatório pra entrar na maioria dos países por lá. Clique aqui e veja como fazer seu orçamento online e contratar um seguro confiável com desconto.
West End
Se a vibe boêmia estiver entre suas prioridades na hora de planejar o que fazer em Glasgow, não deixe de incluir no roteiro o West End. Minha parte preferida da cidade, essa região tem uma atmosfera mais jovem, já que o campus da University of Glasgow fica por ali.
Vale a pena ir até lá tanto durante o dia, pra explorar as lojinhas e atrações dos arredores, quanto à noite, quando os barzinhos ficam bem animados. Super ia querer morar por lá se fosse passar um tempo em Glasgow!
Pra chegar lá saindo do centro você pode caminhar um bocadinho ou pegar um metrô e descer na estação Kevinhall.
Vou falar a seguir das principais atrações do West End, mas se quiser ainda mais informações (em inglês) sobre o que fazer nessa região de Glasgow, acesse o site oficial do turismo de lá.
Byres Road
A estação Kevinhall fica numa das pontas da Byres Road, principal rua do bairro. Caminhar por ela sem compromisso já é um ótimo programa, já que ela tem boas livrarias, lojas de marcas independentes e brechós ligados a ONGs como British Red Cross, Oxfam e Save the Children, além de bares e cafés simpáticos – e históricos.
Alguns destaques são o Curler’s Rest, que é o prédio mais antigo da rua e funciona como pub desde os anos 1850, e o The University Café, que pertence à mesma família desde 1918, é considerado uma “instituição” do West End e tem comida barata (adoro).
Sem falar no Tennant’s Pub, que leva o nome da icônica cerveja escocesa e ficou conhecido por ter sido um dos últimos bares da cidade a proibir a entrada de mulheres, barrando sua presença até o final dos anos 1970. A situação mudou quando várias mulheres protestaram em frente ao bar, invadiram o lugar e se acorrentaram ao seu interior. Desde então, todas as gerentes do pub foram do sexo feminino.
Mas meu escolhido pra uma cervejinha (uma pint de Tennant’s, aliás) foi o The Hillhead Bookclub, bar que funciona no lugar de um antigo cinema que funcionou entre 1913 e 1992. Amei o lugar, que tem uma decoração massa, sofás, música boa e aparentemente comida boa também. Gostei do cardápio de brunch e também rola jantar e um menu vegetariano.
Ashton Lane
Nas ruas perpendiculares à Byres Road, o clima é bem tranquilo, com uma fileira de casas charmosas grudadinhas umas nas outras. Mas aqui e ali você encontra uns pedacinhos mais badalados, com destaque pra Ashton Lane.
Essa rua minúscula é a coisa mais fofa, com barzinhos e restaurantes lado a lado, além de um cinema com cara retrô. Lugar perfeito pra uma date night :P Pra saber mais sobre os bares da Ashton Lane, dê uma olhada no blog Design My Night.
A Play, a Pie and a Pint
Se você continuar pela Byres até o final, vai chegar no lugar onde vivi a melhor experiência dos meus dias em Glasgow: Orán Mor, um bar e centro artístico instalado na antiga paróquia de Kelvinside. Sim, é um bar dentro de uma igreja construída em 1862. Mas ainda fica melhor!
É que o lugar sedia o projeto A Play, a Pie and a Pint, que apresenta uma nova peça de teatro por semana, todos os dias exceto domingo, na hora do almoço. O espaço é pequeno e intimista, localizado no subsolo da igreja.
E como indica o nome do projeto, além da peça (play) o ingresso inclui uma torta salgada típica britânica (pie) e um chopp (pint), ou outra bebida alcoólica da sua preferência, ou ainda um refrigerante.
Achei um programa massa, especialmente porque a peça que vi era excelente (quase chorei no final) e porque tem um bom custo-benefício: o valor do ingresso varia de acordo com o dia da semana, mas o mais caro custa 14 libras (e o mais barato sai por 10).
Comprei ingresso antecipado porque queria garantir e paguei mais 2 libras de taxa online, mas quando cheguei lá tinha gente comprando na hora. Acredito que às sextas e sábados e no verão seja bom comprar antes mesmo.
Confira as informações antes de ir, mas quando fui, a peça começava às 13h e as portas eram abertas às 12h, e achei bom chegar cedo pra escolher um bom lugar – apesar de que o espaço é tão pequeno que acho que nenhum lugar é realmente ruim.
Jardim Botânico
Depois do teatro, é só atravessar a rua pra chegar no Jardim Botânico de Glasgow, que fica absurdamente lindo no outono – e imagino que nas outras estações também, especialmente se você cresceu numa cidade sem estações como eu. :P A foto lá no topo do post foi tirada lá. Uma graça, né?
Amei as estufas, sendo que a primeira (Kibble Palace) é mais bonita por fora, mas a segunda me pareceu mais cheia de plantas maravilhosas. A entrada pra todas as áreas é gratuita, mas no inverno as estufas fecham às 16h15.
University of Glasgow
Lembra que eu falei que essa região de Glasgow é tão jovem porque a universidade fica lá? Não podia deixar de mencionar a universidade em si, que tem estilo neo-gótico e lembra muito Hogwarts, de Harry Potter. Ela é a quarta universidade mais antiga de língua inglesa.
A entrada pra os pátios externos é livre. Como fui num domingo, não tinha ninguém, então circulei sozinha por alguns corredores e visitei rapidamente o Hunterian Museum & Art Gallery, museu que fica lá dentro.
A University of Glasgow também oferece passeios guiados gratuitos pra quem quiser saber mais sobre a arquitetura e a história do lugar.
Kelvingrove Museum
A partir da uni dá pra ir andando até o Kelvingove Park, um parque grande e bem bonito, e o Kevingrove Art Gallery and Museum, museu que tá entre os 15 mais visitados do mundo.
Ele tem 22 galerias temáticas que abrigam 8000 objetos, incluindo coleções de história natural, armas e arte de vários movimentos artísticos e períodos históricos. Ainda mais do que o museu em si, curti bastante o prédio onde ele tá sediado. Olha aí embaixo que lindão.
Riverside Museum
Outro importante museu de Glasgow que fica relativamente perto de lá é o Riverside Museum, que também tem entrada gratuita e é dedicado a meios de transporte. Não tenho tanto interesse no assunto e acho que é mais legal pra aficionados ou crianças, mas ainda assim gostei mais dele do que do museu do transporte de Manchester, por exemplo.
Dá pra entrar em alguns bondes e ônibus, tem telas touch screen com informações e vídeos sobre a história dos veículos e tem uma vista bonita dos arredores (ele fica, com diz o nome, à beira do rio). E o prédio em si é bem diferentão, projetado pela famosa arquiteta Zaha Hadid.
Bem em frente a ele você vai ver um grande navio, conhecido como The Tall Ship at Riverside, que também pode ser visitado de graça.
The Barras e arredores
Minha única decepção em Glasgow foi The Barras Market, um mercado de final de semana bem icônico no leste de Glasgow. Pode ter sido por causa do horário em que fui (umas 9h30), mas não tinha quase nada aberto, e o pouco que tinha era daqueles produtos típicos de camelôs.
Li alguns comentários em fóruns online falando que o mercado decaiu muito nos últimos anos, mas também pode ser que eu tenha dado azar ou ido cedo demais. Outro ponto famoso por ali é a casa de shows Barrowland, cuja placa neon é outro símbolo da cidade.
A Calton Books, livraria independente que me recomendaram e fica ali pertinho, também tava fechada. Culpa minha, que não vi que eles abrem entre 10h e 11h, dependendo do dia da semana.
O ponto seguinte do meu roteiro era a Glickman’s Confectionery, loja de doces mais antiga da cidade, em funcionamento desde 1903. Não provei nada, mas é desses lugarzinhos pitorescos, com uma carinha vintage simpática.
People’s Palace Museum
A poucos minutos do The Barras fica outro lugar presente na maioria das listas de o que fazer em Glasgow: o The People’s Palace Museum, que também (adivinhem) estava fechado.
O museu tem entrada gratuita e reúne objetos, fotografias e vídeos sobre o povo de Glasgow. O lugar onde ele fica também é bonito, com destaque pra cafeteria, que fica junto de um jardim de inverno.
Catedral e Museu de Religião
Como falei lá em cima, é fácil se deslocar por Glasgow, mas pra ter uma visão mais ampla e chegar a algumas atrações mais distantes uma opção é pegar aqueles ônibus Hop on, Hop off, que passam pelos principais pontos da cidade.
Eu fiz o passeio a convite do VisitBritain e foi a partir dele que vi, por exemplo, a bonita Catedral de Glasgow e o St. Mungo Museum of Religious Life and Art, museu que fica instalado num castelo medieval e retrata a importância da religião na vida das pessoas no decorrer da história.
De acordo com eles, o objetivo do lugar é promover o respeito entre pessoas com diferentes crenças (ou nenhuma crença). Resolvi não descer do ônibus ali porque não tinha tanto tempo e queria voltar no West End (meu grande amor), mas ficou na minha lista pra uma próxima visita.
Tour pela cervejaria Tennant’s
Depois da viagem, descobri que ali pertinho do St. Mungo e da Catedral tem mais uma atração interessante: a cervejaria Tennant’s. Líder de mercado na Escócia, a empresa oferece tours guiados várias vezes por dia. Se soubesse, teria ido e até faria uma paradinha no museu no caminho. :P Se tiver ido lá, me conta como foi?
Dá pra fazer esse roteiro com calma em dois dias, ou três se você quiser visitar todos os museus. O mapa abaixo, coloquei alguns dos principais pontos mencionados no post pra dar uma ideia da disposição deles na cidade:
E você, tem outras dicas de o que fazer em Glasgow? Compartilha aí nos comentários!
Contrate seu seguro viagem com desconto
Pesquise e reserve hotéis com os melhores preços no Booking
Alugue um carro nas melhores locadoras com a Rentcars e pague em até 12x
Procure a casa de câmbio com a melhor cotação da sua cidade
Quando você usa esses links, o blog ganha uma pequena comissão pra se manter vivo e você não paga nada a mais por isso. <3 Saiba mais sobre as políticas de monetização do Janelas Abertas clicando aqui.
Pra conferir muito mais conteúdo sobre viagens todos os dias, siga o Janelas Abertas no Facebook, no Instagram e no Youtube. Espero você lá! :)
0 Comentários