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Albergues: dicas para escolher um que não seja uma roubada

Dicas Práticas | 17/03/14 | Atualizado em 30/10/22 | 8 comentários

Ficar em albergue costuma ser minha opção não só pela economia, mas também por outras vantagens que eu citei aqui. Mas é bem verdade que se você não souber escolher bem, pode cair numa roubada, talvez ainda maior do que se fosse um hotel ruim. A boa notícia é que hoje em dia, com todas as ferramentas internéticas à nossa disposição, não tem muito mistério pra essa escolha. Só é preciso um pouco de atenção e paciência.

Sites de reservas de hospedagem

O primeiro passo é pesquisar as opções de albergues disponíveis no destino e nas datas da sua viagem. No começo da minha vida viajante, eu costumava usar o HostelWorld pra fazer minhas reservas de hostels. Hoje costumo ir primeiro no Booking pra comparar preços, condições, opiniões e disponibilidade dos estabelecimentos e também pra fazer e gerenciar minhas reservas, porque atualmente esse site reúne muitos albergues, além de incluir também pousadas e hotéis com precinhos amigos.

Outra vantagem do Booking sobre o HostelWorld é que através dele a maioria das hospedagens não cobra nada na reserva e oferece cancelamento grátis, enquanto no HostelWorld sempre é cobrada uma taxa no seu cartão no momento de reservar.

Caso você não encontre o que quer em nenhum dos dois sites, vale dar uma olhada no site da Hostelling International, associação internacional de albergues, porque os deles às vezes só aparecem por lá.

Leia mais:

Albergues para iniciantes: tudo que você precisa saber
Albergues: vantagens e desvantagens
Albergues: coisas úteis para levar e facilitar sua vida e a dos outros
Albergues: regras básicas de convivência

Albergue = <3

Albergue = <3

Critérios a considerar

Ranking

No caso de sites como o Booking é possível escolher a opção de visualizar os hostels disponíveis nos dias desejados na ordem da sua pontuação, atribuída pelos usuários do site. Essa é uma boa forma de começar: separe os primeiros colocados pra ir analisando os outros critérios de cada um deles.

Preço

No entanto, tem uma pegadinha nesse primeiro item: os lugares mais bem avaliados provavelmente serão os mais caros. Se o preço estiver muito acima do que você pode pagar, obviamente eles saem da lista. O que eu faço no Booking é selecionar a opção de só ver os hotéis com nota 8 ou mais, do lado esquerdo da página, e depois ir no menu do topo pra ordenar os resultados do mais barato pra o mais caro.

Localização

Pra mim, esse é um dos pontos fundamentais no quesito hospedagem, especialmente quando vou passar poucos dias na cidade. Tenha uma ideia do mapa da cidade, veja onde ficam os principais lugares que você quer conhecer e observe quão fácil é chegar neles a partir do albergue. O site do Booking tem uma aba de “mapa” que é bem útil pra isso.

Esse fator, no entanto, vai variar em relação aos seus objetivos: você prefere passear durante o dia ou sair à noite? Se escolher a segunda opção, o ideal seria ficar pertinho da região que fica mais badalada madrugada adentro, por exemplo. Estar junto de uma atração turística nem sempre é uma vantagem, mas a facilidade de circulação pela cidade, sim. Considere também o acesso de/para o aeroporto, estação de trem ou estação de ônibus por onde você vai chegar e sair.

Mesmo que o hostel não seja super central, se houver uma estação de metrô por perto já tá ótimo, principalmente no caso de cidades grandes e caras como Londres. E nesse quesito entram também os arredores, que você tem que avaliar a partir dos comentários de quem já visitou (ou de algum amigo que conheça a cidade): a área é segura? É tranquilo voltar pra lá à noite? Tem supermercados e/ou restaurantes baratos por perto?

Meu hostel em Dublin: Numa área ótima e perto do ônibus pra o aeroporto, dos pontos turísticos e dos bares

Meu hostel em Dublin: Numa área ótima e perto do ônibus pra o aeroporto, pontos turísticos e bares

Tipos de quarto

Em albergues, o tipo de quarto pode variar muito (desde “privativo com banheiro” a “compartilhado com 9836 pessoas e com um só banheiro no corredor pra 76 quartos”, ou quase isso :P), então coloque na balança seu orçamento e seu nível de exigência pra decidir isso qual vai escolher.

Outro fator a se observar é a disponibilidade de quartos femininos, masculinos e mistos. Se você estiver em casal heterossexual e quiserem ficar juntos, obviamente têm que conseguir vaga num misto. Ao viajar sozinha, costumo dar preferência aos femininos, mas quando o número de ocupantes é muito alto, não me preocupo tanto com isso. É que a probabilidade de serem todos homens é menor e nesses casos os quartos costumam ser maiores, então me sinto mais confortável.

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Estrutura e serviços

Nos sites que mencionei também encontra uma lista com tudo que o albergue oferece. A importância de um ou outro item depende da pessoa, mas costumo levar em consideração principalmente os seguintes pontos:

Lockers (armários individuais com chave): para guardar suas coisas (pelo menos os itens mais valiosos, tipo dinheiro, documentos e equipamentos eletrônicos) com segurança em quartos compartilhados com desconhecidos.

Locker (que fechava com o cartão-chave do quarto) no Wombat's City Hostel Viena

Locker (que fechava com o cartão-chave do quarto) no Wombat’s City Hostel Viena

Cozinha compartilhada: permite economizar um bocado nas refeições (vale fazer sanduíche pra comer na rua na hora do almoço e cozinhar o jantar quando voltar, por exemplo).

Café da manhã: veja se é oferecido e se é gratuito. Ainda que a existência da cozinha compartilhada e de um supermercado por perto torne esse item menos relevante, confesso que sou muito fã dessa refeição e adoro acordar e me empanturrar sem ter que preparar nada. Sem falar que sair de barriga bem cheia ajuda a economizar durante o dia ;)

Sala do café da manhã. O bufê fica do outro lado

Sala do café da manhã (pago) no Wombat’s City Hostel Viena

Depósito de bagagem: se você for sair da cidade depois do horário de check-out ou chegar antes do check-in, é bom ter um lugar pra deixar as malas enquanto você passeia e voltar pra pegar depois. Nunca fiquei num albergue que não oferecesse isso, mas já vi um que cobrava.

Wi-fi: ainda que isso não seja um serviço 100% essencial, é útil poder checar no seu smartphone os horários de uma atração, por exemplo, quando seu 3G não funciona no lugar visitado. Além disso, costumo ter que trabalhar durante viagens, e se for seu caso não se esqueça de conferir esse item.

Ar condicionado, ventilador ou aquecedor: dependendo do destino e da época do ano, esses itens podem ser fundamentais pra não sofrer durante a noite.

Recepção 24 horas: alguns lugares nnão têm gente na recepção o tempo todo, então se você for chegar tarde da noite ou muito cedo pela manhã, é importantíssimo verificar se será possível fazer o check-in ou pelo menos entrar e deixar suas coisas. Em certos albergues, você precisa informar seu horário de chegada pra que alguém fique lhe esperando; em outros, você tem que ligar pra um número de telefone ao chegar, o que pode ser complicado em outro país se você não tem um chip local.

Lençóis incluídos: acho que hoje em dia quase não existem albergues que exigem que você leve seu lençol ou pague pelo aluguel, mas é bom conferir pra evitar surpresas se calhar de você ir num dos poucos que cobram taxa extra pela roupa de cama.

Elevador: se você tiver muitas malas e algum problema de coluna ou de mobilidade e o albergue tiver vários andares, é bom saber se você vai ter que subir mil escadas carregando suas tralhas. Em muitas cidades europeias é bem comum os hostels terem escadinhas estreitas e compridas.

Área comum: pra quem faz questão de socializar, é importante a existência de uma área comum, normalmente em forma de “lounge” junto à recepção. Alguns albergues têm sala de TV, sala de jogos, bar, piscina, quintal etc.

Parte da área comum do ótimo Equity Point Lisboa

Parte da área comum do ótimo Equity Point Lisboa

Toalhas pra alugar: se você não tiver uma toalha de microfibra daquelas que secam rápido, pode ser chato levar uma toalha gorda (e por vezes molhada) na mala, especialmente se você estiver viajando sem despachar e com companhias low-cost. Se você optar por não levar uma toalha (ainda que o Guia do Mochileiro das Galáxias considere este item indispensável), não se esqueça de verificar se os albergues onde vai ficar podem alugar uma, e veja quanto custa o aluguel (costuma ser algo em torno de 2 euros na Europa).

Estacionamento: pra quem tá viajando de carro, é bom saber se existe estacionamento no local ou lugares fáceis e seguros pra parar o carro nas proximidades.

Outros itens: tem também outros detalhes como luz de leitura individual, máquina de café, máquina de lanches,  aluguel de secador de cabelo, aluguel de bicicletas e mais alguns itens que não considero essenciais, apesar de ajudarem muito os hóspedes. Eu só levo em consideração a existência dessas outras coisas quando tou em dúvida entre dois lugares que preenchem todos os requisitos anteriores :)

Os comentários

O Booking e outros sites de reserva têm um espaço pra reviews de quem já ficou no lugar, que é uma das partes mais úteis dessa pesquisa. Ela é, também, a mais capciosa, já que não é simples confiar na opinião alheia. Tem gente de todo tipo, gosto, interesse e nível de frescura exigência nesses sites, então o que foi péssimo pra outro pode ser ok pra você e vice-versa.

Eu costumo dar especial atenção aos comentários de quem deu uma má pontuação ao local, pra ver as reclamações. Ainda assim, muitas vezes os objetos de reclamação me parecem besteira e por isso reservo assim mesmo. Tento ler nas entrelinhas, porque às vezes a pessoa claramente tava esperando um serviço de hotel e o que a chateou é super normal pra um albergue, por exemplo.

De todo jeito, costumo confiar na maioria e não tenho tolerância pra comentários muito graves: se 15 pessoas tão dizendo que naquele lugar tem “bed bugs”, que os banheiros são nojentos ou que o dono é assediador, fecho a aba do navegador na mesma hora.

Por fim, outros fatores são mais subjetivos e variam de acordo com sua preferência: você quer tranquilidade ou agito? Provavelmente, alguém vai estar comentando se o lugar é bom pra conhecer pessoas ou se é muito barulhento, por exemplo.

Resumindo: a escolha pode dar um pouco de trabalho, mas vale a pena dedicar um tempinho pra garantir que você não vai ficar numa hospedagem terrível e prejudicar aquela tão sonhada viagem. E você, o que considera mais importante na hora de escolher um albergue? Conta aí nos comentários!

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8 Comentários

  1. Olá Luisa!

    Adorei esse post, bastante essencial principalmente pros mochileiros de primeira viagem (eu, ehehe!) Quando fui viajar para a Europa pela primeira vez no começo do ano, eu tive a sorte de me hospedar na casa de pessoas que eu conhecia, o que facilitou muito e também economizou. Mas sei que não vai ser assim quando eu for visitar outras cidades/países, então achei bastante interessante para mim esse post, como avaliar cada hostel e tudo mais, já que é um pouco diferente de hotel, principalmente por causa do convívio constante com outras pessoas.

    ~Mona

    P.S.: sempre visito o seu blog, adoro ler tudo <3

    • Oi, Mona! Que feliz que você gostou do post. Realmente é um pouco diferente escolher hotel e hostel; existe um bocado de variáveis distintas. Ficar na casa de amigos/conhecidos é ótimo (inclusive pra sentir melhor a vida “como um local”), mas espero que você tenha a oportunidade de se hospedar em albergues legais no futuro :) E que bom também que você sempre vem por aqui, muito obrigada! ^^ Um abração

  2. Rejane Ferreira

    adorei o post. quando estou procurando um lugar para me hospedar procuro sempre um que me dê certeza da higiene, que tenha acessibilidade, a localização e se tem transporte por perto. acho os albergues que você fica sempre uma graça. São viáveis para pessoas da minha idade? bjs

    tia nhane

    • alguns são sim, tia! se você for pra algum desses lugares eu te digo se acho que valem a pena :D localização e higiene realmente são pontos fundamentais :) beijo!

  3. Mila

    Bem legal seu post Luisa! Curto muito ficar em Hostel! Sempre fico durante as minhas mochiladas. Já fiquei em hostel classe A e em hostels malucos! srsrsrrsrsr!!!!

    Gostei de ambas as experiências, mas confesso que me ajudou muito ter a mente sempre aberta pra ver de “um tudo”! hahahaahhah!!!!!!! Beijos!

    • Oi, Mila! Que bom que você curtiu o post, obrigada pelo comentário! ;) E que ótimo que você é adepta desse tipo de hospedagem e valoriza justamente toda a “diversidade” que pode existir nos albergues :D hahaha. Até os perrengues valem a pena pelas histórias que a gente tem pra contar, né? Um abraço!

  4. Andre Ribeiro

    Olá Luísa,

    Parabéns pela postagem. Linguagem rápida, fácil entendimento e pontos pertinentes na busca por um hostel.

    Até breve,

    Abs!

    • Oi, Andre! Que bom que você gostou! :) Muito obrigada pelo feedback <3 Um abraço!

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