Minha experiência em Valladolid: ser estrangeira em Pucela
Antes de vir pra Valla, falei aqui das minhas expectativas baixas em relação à cidade. É pequena e fria, diziam, e as pessoas são fechadas. Felizmente, mais uma vez me surpreendi com o que encontrei. Não que o lugar em si seja deslumbrante como Lyon, por exemplo. Mas nos últimos dias, em conversas com minhas “alunas” do taller de portugués (seis espanholas supersimpáticas) e com um grupo de amigas de vários cantos do mundo, chegamos a uma conclusão: em grande parte, o que o lugar é pra gente é a gente quem faz.
Já passaram-se quatro meses, um pouco mais de uma estação e um cuatrimestre quase todo. Passou voando, é claro. Já deu pra me reacostumar com a siesta (pra quê comprar e resolver coisas das 14h às 17h, né?), as tapas, as lojas de chinos salvadoras que vendem tudo e mais um pouco, os muitos idosos pelas ruas, as criancinhas andando com roupas iguais e laços enormes na cabeça. Os 1897 bares por km², as ambulâncias passando o tempo todo com a sirene nas alturas, os botellóns. Nos primeiros dias, parecia um flashback da Espanha que eu vivi em 2009/2010, mas depois foi virando mais que isso. Foi virando casa.
Em Pucela (apelido da cidade, cujas possíveis origens você encontra aqui – uma das teorias, por sinal, é de um dos meus professores) o centro é compacto e agradável e eu não preciso de nada além das minhas pernas pra chegar a quase qualquer destino (que diferença pro trânsito do Recife!). Em Pucela, as igrejas são charmosas, as ruas são tranquilas e eu como três pinchos (tapas, petiscos) delícia com três cañas (cervejas) por 7 euros em um bar a duas ruas de casa. Em Pucela, encontrei bastante gente que foge ao estereótipo sobre o povo local. E é por essas e outras que eu fico feliz por chamá-la de casa. E que venham as próximas estações, os próximos intercambistas/Erasmus, as próximas conversas, os próximos botellóns…
Agora, atrasada que estou pra fazer pão de queijo e cartola pras minhas compañeras de piso, vou parar a falação e deixar que as imagens falem por mim. Esse curta-metragem, realizado por duas recifenses fofas que tive o prazer de conhecer por aqui (Larissa Cavalcanti e Renata Monteiro), traduz em imagens muito do que é ser estrangeiro em Pucela. Infelizmente não tá legendado, mas tá lindo. ¡Espero que os guste! ;)
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5 Comentários
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OLA, QUAL E O NOME DA PRAÇA NO INICIO DO CURTA METRAGEM? E A PRAÇA QUE TEM UMA ESTÁTUA DE UMA HOMEM SENTANDO COM UM LIVRO.
OBRIGADA
DEBORA
Oi, Debora! A escultura de uma menina lendo fica na Plaza de las Batallas :) Um abraço
Como la hecho de menos Valladolid mi amor!!!!!!!
<3
Que delícia de texto! Não conhecia este apelido. Foi pesquisando para meu romance Noite em Paris que publico no blogue de mesmo nome que descobri. Uma maravilha. Seu blogue é realmente interessante. Façam uma visita ao meu noite
Muito gostoso de se ler. Não sabia deste apelido da cidade. Foi pesquisando o termo pucela para meu romance Noite em Paris que publico no blogue de mesmo nome que descobri. Voltarei sempre. Façam uma visita a meu blogue. Obrigado.