3 motivos para conhecer Angra dos Reis
Conhecer Arraial do Cabo e Búzios já tava nos meus planos desde que decidi que passaria o mês de maio deste ano no Rio de Janeiro, mas Angra dos Reis nem tinha passado pela minha cabeça. Sempre associei o lugar a uma vibe meio ricos e famosos e, na minha ignorância, não tinha ideia da beleza do destino. Mas os três dias que passei por lá foram mais do que suficientes pra ficar encantada e cheia de vontade de voltar.
Alguns dos cantinhos que vi ali não ficam muito atrás de paraísos como Fernando de Noronha, e a localização entre o Rio e São Paulo torna o acesso bem fácil de carro ou ônibus. Dá até pra fazer bate-volta de um dia a partir da capital fluminense e fazer um passeio de escuna delícia com empresas como a Doce Angra, que me levou pra lá.
Mas também vale a pena passar pelo menos uma noite e fazer outros passeios de barco, trilhas, snorkeling, mergulho com cilindro e, claro, ficar de bobeira nas praias, que estão entre as mais lindas que já vi. :)
Não tá convencido ainda? Olha essas três razões pra ir explorar esse pedaço lindão do Litoral Sul do Rio de Janeiro:
1. As 365 ilhas e mais de 2000 praias e enseadas
O pessoal de Angra gosta de dizer que eles têm uma ilha pra cada dia do ano. É que se você considerar todas as ilhotas, são 365, sendo a maior delas a linda Ilha Grande. Só ela tem mais de 100 praias e enseadinhas, e ao todo são mais de 2000. Dá pra chegar em algumas delas por trilhas, mas o que eu fiz foi explorar algumas pelo mar. <3
Pra isso, a opção mais barata é o tradicional passeio de escuna. O que eu fiz passava pelas Ilhas de Cataguases, Lagoa Azul, Praia de Japariz (parada pra almoço) e Praia de Freguesia de Santana, durante umas seis horas. De todos os passeios de escuna que fiz no litoral do Rio (e olhe que não foram poucos) esse foi um dos meus preferidos, com uma parada mais linda que a outra. Em breve sai post com mais detalhes!
Pra quem quer mais liberdade e um deslocamento mais rápido, uma boa escolha são os passeios de lancha. Se você tiver grana e estiver num grupo grande, alugar uma lancha privativa com empresas como a Angra Way, que me levou pra explorar a região, é o programa máster top das galáxias: dá pra montar o roteiro personalizado, e se na enseada em que você chegar já tiver gente, é só encostar em outra pra curtir uma “praia deserta” com sua galera. Atualmente eles cobram de R$ 980 por três horas de passeio a R$ 1600 por seis horas.
Caso isso não caiba no seu orçamento também rola de pagar por pessoa (cerca de R$ 120) e escolher um dos roteiros prontos de lancha, que passam por lugares como Cataguases, Ilhas Botinas, Praia da Fazenda, Praia do Dentista, Praia do Amor, Camiranga, Praia da Feiticeira e Lagoa Azul.
Como as praias são quase todas mini, daria pra visitar dezenas num dia, mas o ideal é escolher uma ou duas pra curtir com mais calma. Muitas delas têm bares e restaurantes, e nas outras você pode levar seu cooler e ficar de boas. Alguns dos pontos altos, pra mim, foram a Lagoa Azul (principal parada do passeio de escuna), Lagoa Verde (onde tem uma churrascaria flutuante que aparece no tópico 3 desse post) e as Ilhas Botinas, castão postal de Angra, também ótimas pra mergulho com snorkel. Também adorei uma prainha chamada Camiranga, onde desemboca um riacho que forma uma piscininha bem gostosa.
2. A vibe e os passeios a partir da Vila do Abraão
Passei só algumas horas na Vila do Abraão, em Ilha Grande, mas foi o suficiente pra saber que é lá que quero me hospedar quando voltar pra essas bandas. Existem boas pousadas e hotéis em Angra e em outras partes da Ilha Grande, mas o Abraão ganhou meu coração – e o de vários mochileiros, pelo que vi por lá. Só o percurso até lá (que pode ser feito de barca, flexboat ou com traslados de empresas) já é uma delícia, com paisagens gatíssimas. Chegando, foi só dar uma caminhadinha pelas ruas tranquilas pra me encantar.
Chegando na vila, o ideal é desconectar e curtir o clima de boas, onde o tempo parece dar uma pausa. E quando você cansar de lagartear na praia principal, passear e curtir os barzinhos e restaurantes, pode fazer passeios de barco com uma das muitas agências localizadas lá.
O destino mais famoso saindo do Abraão é a praia de Lopes Mendes, que é lindona. Você pode chegar lá de escuna, com empresas como a Equipe Athos (que me levou até lá), em um percurso bem gostoso de 45 minutos, ou então de taxiboat, que chega em 15 minutos. Depois é preciso fazer uma trilha tranquila: dura uns 25 minutos e é arborizada e bem sinalizada.
Várias trilhas também podem ser feitas pela Ilha Grande, com diferentes níveis de dificuldade, desde a que percorre o litoral próximo à Lagoa Azul e passa por várias praias indo até o Mirante do Bananal até a mais difícil de todas, que dura umas 7 horas e vai até o pico do Papagaio, a 960 metros de altitude. Outra trilha popular (que pode ser feita a partir do centrinho de Abraão ou da Praia da Feiticeira) leva até a Cachoeira da Feiticeira, uma queda d’água de 15 metros. Pra saber mais sobre as trilhas, confira esta página.
3. A gastronomia: restaurantes, bares flutuantes e vieiras
Eu comi bem demais nessa viagem, viu? Angra e Ilha Grande tão bem servidas de restaurantes e bares, sendo alguns deles pouco convencionais. Em Angra, fui no Buteco dos Reis, barzinho com decoração legal com elementos náuticos, música ao vivo, chopp e um cardápio de petiscos enxuto com preços de R$ 10 a R$ 25. Provei o ceviche e tava bem bom – sem falar na apresentação arrasante. ;)
Fui também no Samburá, restaurante famoso por delícias como a casquinha de siri (vem numa concha bem grande e é gratinada) e um doce feito com a casca do maracujá e servido com sorvete de baunilha (a receita é da mãe do proprietário, que tá de parabéns!). Ah, ainda aproveitei a visita pra tomar alguns rótulos da Mistura Clássica, cerveja produzida em Angra.
Na Ilha Grande, um bar que me conquistou à primeira vista foi o Marola, que fica num pedacinho de praia entre o ponto de chegada da escuna que sai da Vila do Abraão e o início da trilha pra Lopes Mendes. Esse restaurante/bar flutuante tem uma vibe muito delícia e um cardápio que inclui petiscos/lanches como choripán e pratos pra duas pessoas como churrasco misto e peixe frito. Comi um peixe olho de boi bem gostoso!
Outro bar flutuante que visitei foi o da Lagoa Verde, que mencionei lá em cima: comandado por um gaúcho, ele é focado em churrasco e oferece só as melhores carnes, de javali a carré de cordeiro. Como você deve estar imaginando, é caro, e não posso atestar que é bom porque só provei uns pedacinhos de picanha, mas a localização é incrível e o ambiente é simples e descontraído. Entre uma carninha e outra dá pra fazer snorkeling junto do bar e, com sorte, ver uns cavalos marinhos.
Acho essa história de bar flutuante genial e também adorei os barcos-bares que ficam perto de praias como o Jango’s Bar, na badalada Praia do Dentista, que capricha nos frutos do mar. Dá pra encostar a lancha, pedir uma lula à dorê, tomar uma cervejinha e não querer mais sair dali.
E pra fechar essa seção gordinha, uma experiência bem especial: na Pousada Nautilus, que fica na Praia de Jaconema, é possível visitar uma das maiores fazendas de cultivo de vieiras do Brasil. O dono do lugar é presidente da Associação de Maricultores e, a convite dele, não só degustei esse molusco delícia – que eles vendem pra restaurantes famosos do Rio e de São Paulo – como também pude ver de pertinho como funciona o cultivo, usando umas gaiolas que parecem lanternas japonesas.
Eles dizem ter baixo impacto ambiental e trabalhar em conjunto com pesquisadores, além de empregar funcionários da região. Ah, e também criam o peixe beijupirá, que nadando nos “tanques” criados no meio do mar parece um minitubarão. :) Pra mais informações, entre em contato com a Maricultura Costa Verde.
O Janelas Abertas visitou Angra dos Reis e Ilha Grande a convite da Angra CVB. As opiniões expressas aqui são pessoais e não sofreram interferência da instituição.
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