Haus Lajetop & Beergarden, no Recife: meio alemão, meio brasileiro
Que “rooftop” que nada. No Haus, bar inaugurado em dezembro passado na Galeria Joana D’Arc, no Pina, você acha é uma “lajetop”. Muito mais legal, obviamente. E o nome da casa já dá a pista do que encontramos por lá: uma mistura de culinária alemã (“haus” é “casa” na língua de Goethe) com sabores brasileiros, numa vibe descoladinha que é uma delícia.
Começando no nome, a vibe continua no ambiente, como tem que ser. Além do beer garden – a parte externa, meio escurinha e bem agradável – tem a parte de dentro do bar, com poucas mesas e uma decoração muito linda.
Depois de passar pela grande porta vermelha com pegada meio industrial, não se esqueça de olhar pra cima. É que as portas que cobrem o teto e os canos vermelhos aparentes vão disputar sua atenção com mesas e cadeiras antigas, lustres industriais, um telefone de parede e outros detalhes charmosos. Pensei em roubar a decoração pra minha casa, mas acho que ia ser mais fácil me mudar pra lá, porque, meu amigo, olha esse teto!
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Ok, talvez demore um pouco pra vocês me encontrarem com uma barraca no meio do bar, mas que dá vontade, isso dá. Continuando. Com os olhos já conquistados, vamos ao estômago, né? No cardápio, petiscos bem brasileiros tipo bolinhos de rabada e caldinhos de feijão e de jerimum com charque dividem espaço com comidinhas de inspiração alemã, como a bratwurst (linguiça apimentada). Acho linda essa multiculturalidade toda, globalização e pá.
Pra começar, pedimos um dos “beliskaten” (como não amar os nomes que eles usam?): o hot dog da casa, que é feito com linguiça alemã e acompanhado por um ketchup de curry que tem superpoderes de teletransporte: com pouco esforço, me senti nas ruas de Berlim comendo currywurst. Delícia.
Com a barriga já semiforrada, passamos pra os drinques, que são outro destaque da casa. Eu fui logo de “Haus”, porque a bebida que leva o nome do bar não pode ser ruim, né? E não era mesmo: a mistura de Absolut peach, tangerina, limão siciliano e licor caseiro de capim santo servida num pote redondo e pequeno deu supercerto. O gosto de pêssego se sobressai um pouco mais do que eu gostaria, mas vale provar – até porque, convenhamos, existe pote mais meigo do que esse? Já minha amiga Marília optou pelo Neon Grün, que acabou sendo o hit da nossa mesa. Num verde brilhante, o drinque é uma mescla de vodka, frutas verdes e gengibre. Docinho e refrescante na medida.
E num timing perfeito, a essa altura chegou à mesa o segundo petisco que pedimos: costela de porco assada na cerveja, muito bem acompanhada de fritas e molho de mostarda e ervas. Já comi costelinhas melhores, mas essa tava bem honesta e o molho me conquistou. Quero mostarda e ervas com tudo agora: linguiça, bife, frango, chocolate… Ok, chocolate talvez não, mas vocês entenderam. O molho é deli.
Já satisfeita no setor gulodice, mas ainda curiosa pra provar outras obras do bartender, pedi o Ginger, que também faz sucesso por lá e traz capim santo mais uma vez. Eles sugerem beber sem canudo pra ter uma “experiência aromática” melhor e eu juro que não é frescura: ele ganharia fácil o prêmio de drinque mais cheiroso que já tomei!
E agora tenho algo a confessar: sou stalker de pratos e bebidas alheios. Por isso, ainda na metade do meu drinque espiei um copo bem bonito na mesa ao lado. Na cara de pau, abordei o casal e perguntei o que era aquilo, que não se parecia com nenhuma descrição do cardápio. E não é que o drinque tinha sido feito sob medida pra moça? Fiquei com inveja, é claro, e intimei o bartender Mauro, supersimpático, a bolar um pra mim também.
O resultado foi uma mistura de purê de abacaxi, licor de framboesa, vodka de baunilha e algo mais que não me lembro (talvez por ser já meu quarto copo da noite). Ideal pra quem gosta de bebidas mais docinhas, ele tinha bastante sabor de baunilha e uma apresentação bonita. Não foi meu preferido, mas curti.
Ainda fiquei querendo provar o Refresh (infusão de rum com frutas secas, suco de uva orgânico e soda orgânica de limão), mas achei melhor não misturar destilados diferentes por motivos de “é quarta-feira e não quero trabalhar de ressaca”. Fica pra próxima, assim como os pratos (tem ravióli, filé, tilápia…) e as sobremesas, que não vou nem mencionar porque seria sacanagem.
Já no quesito cerva, apesar de ser um “beer garden”, a variedade não é das maiores: tem chopp Heineken e Xingu (que eu nunca tinha visto por aqui, mas já soube que tem em outras casas em BV) e tem também, além das duas cervejas acima, Bavaria Premium, Sol Premium, Dos Equis e Desperados. Bem decente, mas acho que muita gente fica procurando Bier made in Deutschland, né?
Atualização: Depois de ler este post, eles responderam que “além dos impostos, a validade desses produtos é muito curta e não tem a saída que necessitamos para armazenar. mas estamos em busca de pelo menos mais 5 opções para uma carta bacana” ;) Espero que role!
No final, a média da conta foi de R$ 55 por pessoa. O preço não é superamigo (pra os meus padrões), mas vale a ostentação. Além de todas as delícias acima, curti muito o atendimento (espero que seja igual com a casa cheia). Como se não bastasse, a trilha sonora também é massa, o que não surpreende: o lugar foi criado pelo pessoal do Golarrolê, coletivo que organiza algumas das festas mais legais da cidade.
Ah, e a tal da laje? Subindo uma escadinha você chega lá, mas a área só é usada nos dias de maior movimento. E considerando que eu e minhas amigas saímos de lá com vontade de voltar, desconfio que no fim de semana os três ambientes não são suficientes…
Serviço:
Haus Lajetop & Beergarden
Av. Herculano Bandeira, 513 (Galeria Joana D’arc) – Pina – Recife/PE
Fone: (81) 3039-6304
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8 Comentários
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Que massa!! Quando voltar em Recife vou lá conhecer :D
Vai mesmo, Nicole ^^
Irei com certeza quando voltar pra Recife. Mas cadê o nome “Biergarten” ao invés de “Beer Garden” e as cervejas alemãs? Fica a dica de cervejas brasileiras com influência alemã que são feitas no sul como a Bamberg, Eisenbahn, Baden Baden e por ai vai. Tem em outros bares de Recife e não é caro.
De parabéns para a arquitetura do lugar, está MARAVILHOSO!
Mal vejo a hora de visitar! Que o lugar tenha muito sucesso!
Boa, Renata! :) Seria legal uma carta com cervejas com “inspiração alemã”. A arquitetura é incrível mesmo :) Espero que possas ir logo lá!
meninas, justamente, não temos cerveja alemã e nem escrevemos biergarten porque não queremos que seja um bar alemão! a inspiração foi só arquitetonica e decorativa. não curtimos bares temáticos, gostamos das misturas de referências e por isso o haus é desse jeito :) venham nos visitar!
A misturinha deu certo mesmo <3 :)
Passando rapidinho pra dizer 3 coisas:
1 – Muito obrigado pela visita e matéria, venha quando quiser :D
2 – Aproveite e volta e deguste nossos novos drinks, será um prazer recebê-la.
3 – O Refresh foi excluído na nova carta, mas faço questão de prepará-lo pra você matar sua curiosidade (detesto ficar imaginando o sabor das coisas, desejo pra ninguém isso. kkkk)
Beijão!
P.S.: eita, sou simpático! <3
Hahaha massa, Mauro! :)) Vou voltar sim e cobrar esse Refresh! :D Valeu pelo comentário ^^ Um abraço!