A viagem não faz nada sozinha: a transformação depende de você
Esse post pode parecer óbvio. Ainda assim, depois de muito ler (e escrever) sobre o poder do intercâmbio e como morar fora pode ser transformador, senti vontade de falar um pouco sobre o outro lado da moeda: você. Porque a verdade pura e simples – à qual talvez não demos sempre o valor necessário – é que a viagem não faz nada sozinha.
Muito dificilmente você vai ter a sorte de chegar num lugar e encontrar imediatamente pessoas incríveis que vão servir de guias espirituais (na vibe Comer, Rezar, Amar) e lhe fazer repensar toda sua vida. Também é improvável que você melhore muito seu nível em um idioma estrangeiro pelo simples fato de estar fisicamente presente num país onde ele é falado, e por aí vai.
Não tenho a menor pretensão de ditar normas de conduta pra o melhor aproveitamento de uma experiência que é, antes de mais nada, algo extremamente pessoal. Cada um tem sua bagagem, sua personalidade e seus momentos de vida e minha forma de lidar com as coisas não é a melhor possível nem pra mim, quanto mais pra os outros.
Só que pela quarta vez, tive a oportunidade valiosa de passar um tempo em outro país e acho que cada vez consigo aproveitar melhor a experiência, por uma questão de maturidade e também por tentar encarar as coisas de outra forma.
Tenho recebido e-mails e mensagens de gente que, como eu, tem muitos sonhos e expectativas – e muitas perguntas. E além de responder às dúvidas práticas, queria aproveitar pra falar algumas coisas sobre as quais eu não pensava tanto antes de ir “morar” em outro país pela primeira vez.
Acho que todo mundo tá acostumado com o discurso sobre os benefícios de um intercâmbio ou mochilão longo. Quando você vive com os pais, sair de baixo da asa deles por um tempo lhe força a resolver as coisas sozinho, dá auto-estima, segurança, etc.
Quando você vai estudar ou trabalhar em outro país, acaba encontrando pessoas e vivendo coisas que dificilmente aconteceriam na sua cidade natal. Nada disso é mentira. Tanto que sou uma grande incentivadora de que todo mundo tente se jogar numa dessas pelo menos uma vez na vida. ;)
O negócio é não pensar que “o intercâmbio”, essa entidade toda-poderosa, faz tudo isso por você. Como eu já disse aqui, acredito que o processo de se abrir pra o mundo é um exercício, um aprendizado contínuo.
Em certa medida, nossa mente pode até assumir naturalmente uma função esponja e absorver muito, mas uma coisa é certa: quanto mais ativo for o seu papel nesse processo, mais legais vão ser os frutos colhidos. Obviamente, isso não tem a ver só com viagens – mas como essa é uma situação com data marcada pra terminar, não dá pra ficar deixando as coisas pra depois.
Se você quiser viver seu intercâmbio só na base de sexo, drogas e rock’n’roll e ficar feliz assim, massa! Desde que seja uma escolha consciente. O tempo passa muito rápido quando você tá vivendo mil coisas novas por dia e quando você vê, já é hora de voltar pra casa. Não é pra ficar se cobrando o tempo todo pra aproveitar ao máximo, já que cada situação tem suas condições e é preciso respeitá-las. Mas isso não significa se acomodar.
É por isso que quando alguém me pergunta: “Um mês em outro país é suficiente pra melhorar meu nível do idioma?”, “Em tal escola/acomodação/cidade é fácil fazer amigos?” ou coisas do tipo, minha resposta costuma ser a mesma: depende de você. O acaso, destino ou como queira chamar também tem seu papel, é claro. Mas, como em tudo na vida, os maiores determinantes do seu grau de aproveitamento de uma situação são suas ações e sua forma de lidar com o que acontece.
Sua iniciativa pra conhecer gente diferente de você, falar a língua estrangeira e tirar dúvidas sempre que possível, observar tudo que tá ao redor (placas, comidas, a forma como as pessoas locais interagem entre si, o jeito como falam ao telefone, como tratam as crianças, como se vestem), aproveitar oportunidades inesperadas (uma viagem, um curso, um trabalho, uma saída diferente) etc etc etc.
E o mais importante: manter uma mente aberta e positiva frente a tudo isso. Tentar evitar o umbiguismo cultural (a tendência natural de achar que nosso modo de viver/pensar é O referencial pra todas as coisas), encarar os altos e baixos como oportunidade de reflexão, perguntar muito e ouvir o que os outros têm a dizer. No fim das contas, perceber que existem muitas formas de ser feliz e ir atrás da sua :)
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13 Comentários
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Mais uma vez, ARRASOU, Luísa! Delícia de ler e aprender com você. parabéns! RFK
Bom demais, Luísa
Muito obrigada, Quincas :)
Estou louca para ler seu livro. Quando seus posts acabam chega fico triste.
awnn, que é isso! :) brigaaada!
Luiza, adorei seu post pela forma leve e simples que aborda o tema, realmente Vc nos deixa com gostinho de quero mais… Vou ficar freguesa !!!
Obrigada, Vitoria! Volte sempre, que a casa é sua ;)
Que texto bacana… adorei!!!
Que bom! :) Obrigada e volte sempre!
Cheguei no seu blog e gostei do que li! :) Gosto do jeito que vc escreve ;)
Jà fiz intercambio fora e viajei sozinha para a Europa e concordo plenamente com vc que “a viagem não faz nada sozinha”.
Que bom que você gostou, Nely! :)) Obrigada pela visita. Um abraço!
Muito bom!! Muito real isso da principal questão ser como você encara e vive as situações (:
Que bom que você se identificou com o texto, Andrea <3 Obrigada por comentar!