Trabalhando num hostel em Budapeste: meu terceiro work exchange
No meio de um longo mochilão sozinha pela Europa, senti necessidade de viver uma rotina por um tempo, convivendo com as mesmas pessoas e “brincando de moradora” em uma cidade que curtisse. Por isso, resolvi fazer um work exchange em Budapeste. Ou seja, trabalhar algumas horas por dia em troca de hospedagem.
E assim como fiz depois dos work exchanges em Paraty e na França, venho agora escrever um post contando sobre como funcionou meu work exchange em Budapeste e o que achei da experiência. Spoiler: foi incrível!
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Work exchange em Budapeste: minha experiência
A inscrição
Passei uma semana e depois dois meses em Budapeste em 2013 e voltar pra lá agora não tava nos meus planos, mas numa das minhas madrugadas explorando o site Worldpackers esbarrei numa vaga pra cuidar das redes sociais do Budapest Budget Hostel. Eu tava com boa parte da minha eurotrip ainda em aberto, o trabalho parecia bem tranquilo e era a desculpa que eu precisava pra revisitar um dos meus lugares preferidos no mundo. Por que não, né?
Eles queriam alguém pra explorar a cidade e produzir conteúdo pra o Facebook e o Instagram do albergue, e em troca ofereciam três dias de folga por semana, uma cama no dormitório dos voluntários e acesso à lavanderia. Pra inscrição, como é de praxe no Worldpackers, cliquei em “aplicar” e escrevi pra o hostel falando por que eu queria ir pra lá e por que achava que era uma boa candidata pra função.
Rapidamente eles me responderam pedindo pra mandar links das minhas redes sociais e do blog, além de um vídeo em que falasse mais sobre mim e sobre projetos que eu pretendia fazer por lá. Em alguns dias recebi a resposta positiva, confirmei minha ida através do site e esperei a data. Ah, detalhe: pra confirmar sua vaga em alguma oportunidade é preciso pagar uma assinatura anual de 49 dólares.
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O dia a dia do work exchange em Budapeste
O trabalho com social media era realmente BEM tranquilo: só tinha que publicar um post por dia e entregar um vídeo no final. Acabei fazendo mais do que isso, mas não tanto quanto gostaria porque as duas semanas passaram voando e nos dias de folga fui pra Eslovênia (mas continuei postando, porque tava mamata demais esse negócio hahah). Meus horários eram totalmente flexíveis e explorar a cidade era parte do trabalho, ou seja, maravilha, né? :P
As outras funções disponíveis atualmente são recepção noturna e diurna e housekeeping. Pelo que observei da experiência dos meus amigos, todas eram tranquilas também, com três ou quatro dias de folga por semana. A recepção noturna é das 20h às 2h, mas quando não tem check-ins previstos o pessoal quase sempre é liberado bem mais cedo, e a recepção diurna é das 14h às 20h.
Na recepção sempre tinha um ou dois funcionários do hostel, então o voluntário tá lá basicamente pra dar um apoio, levando os hóspedes até o quarto, mostrando pra eles as instalações do albergue e o mapa com o que tem de importante/interessante por perto, além de quebrar alguns galhos de vez em quando.
Em outros hostels o pessoal do work exchange fica sozinho na recepção pra resolver todo tipo de bronca, então esse arranjo deles é bem mais tranquilo do que a maioria. ;)cJá o pessoal de housekeeping trabalha das 10h às 15h em baixa temporada e das 10h às 17h no verão, arrumando as camas, passando aspirador, varrendo a varanda etc.
Achei ótimo que os donos do hostel são bem organizados e criaram um grupo pra os voluntários no Facebook, onde eles publicam com antecedência uma planilha de Excel com os horários de cada um no mês seguinte. Assim, dá pra planejar passeios e viagens nos horários ou dias livres, e até entrar em contato com seus futuros colegas antes de viajar.
Os pré-requisitos básicos pra se candidatar são apenas ter inglês intermediário e ser de fora da Hungria; eles também dizem que é preciso ter mais de 21 anos, mas tinha gente de 19 quando eu tava lá. Pra ver todas as oportunidades disponíveis no BB Hostel Budapest e se inscrever pra alguma delas, clique aqui.
O hostel onde trabalhei
O BB Hostel fica num dos prédios antigos típicos de Budapeste, que tem também apartamentos normais, com famílias morando e tal. Não é um party hostel, até porque não tem muitas áreas comuns (só uma cozinha e um terraço), então não é o lugar ideal se você quiser interagir muito com os hóspedes.
Por outro lado, a atmosfera criada entre os voluntários é muito massa: no meu período lá, tínhamos um “apartamento” só pra gente, com um quarto pra meninas e outro pra meninos, com cozinha e banheiros num corredor que unia os dois. Eram oito camas (quatro beliches) num quarto e quatro camas no outro, com mesa, cadeiras e lockers em cada um.
As camas eram confortáveis, com edredom fofinho (hehe) e algumas delas tinham tomada e luz de leitura individual. A cozinha era pequenina e a geladeira também, então cozinhar acabava sendo um pouco complicado, mas como a cidade é barata dá pra comer pelo menos uma refeição por dia na rua sem ir à falência.
Os banheiros eram simples, mas com chuveiro bom e água quente, e a limpeza do espaço ficava por nossa conta (o que resultou em caos na maior parte do tempo :P). Quando eu tava indo embora o pessoal foi “transferido” pra um apartamento com menos espaço, mas como tinha menos gente acho que foi tranquilo.
Em relação à localização do hostel, não é exatamente o ideal; ele fica relativamente perto do rio e da Ráday Utca (rua de pedestres cheia de restaurantes e bares charmosos e mais frequentada por locais), mas meio longe das principais atrações turísticas e do distrito judaico, onde ficam os bares em ruínas e a maior parte das baladas.
Pra quem vai passar um período mais longo na cidade, no entanto, não acho isso um problema, porque tem paradas de tramway a menos de 10 minutos de caminhada que te levam facilmente pra todos os lugares. A poucos metros do albergue você encontra também uma padaria, mercados aberto 24h por dia, uma hamburgueria e alguns bares legais.
Minhas conclusões
Esse não foi o work exchange com mais conforto entre os três que fiz até agora, mas foi o que teve o trabalho mais tranquilo e o maior número de voluntários, que tendem a formar meio que uma família. :)
Infelizmente cheguei na mesma época em que um monte de gente tava indo embora, mas pude fazer bons amigos e me senti em casa imediatamente, no meio da bagunça da galera de várias partes do mundo. Não lidei muito com os donos do hostel, mas eles sempre foram muito simpáticos e me deram total liberdade.
Não canso de dizer que Budapeste é incrível, além de barata, e vale muito a pena explorá-la com mais calma, especialmente no verão. Até pensei em desistir da vaga porque acomodação por lá é barata e não ia fazer taaanta diferença no meu orçamento, mas ainda bem que fui!
Essa acabou sendo uma das melhores fases do meu longo mochilão e recomendo DEMAIS a experiência pra quem quer viver uma rotina numa cidade massa gastando pouco e fazendo amigos.
Você tem vontade de fazer um work exchange em Budapeste ou outro lugar? Tem dúvidas sobre o assunto? Conta aí nos comentários!
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2 Comentários
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Olá, Luisa!
Nunce tive aquela vontade absurda de sair do Brasil para morar/estudar, mas desde o começo de 2017 estou numa vontade absurda de fazer isso! Cada dia mais, esse desejo aflora em mim. Voltei (pela 4ª vez hahaha) pro curso de inglês e comecei a fazer francês!
Nas minhas buscas loucas por indicações e histórias por esse mundão, acabei de achar o seu blog, e NOSSA! TÔ MARAVILHADA! (acho que já li todas as suas postagens hahahahaha) Enfim, só queria te agradecer pelas dicas incríveis!!
Se tudo der certo, quando eu for pra minha primeira experiencia internacional, eu venho aqui te contar! rs Obrigada mais uma vez por compartilhar suas experiências incríveis. beijo (:
Oi, Mariana! Que alegria esse teu comentário, alegrou meu dia :) Obrigada por tomar parte do seu tempo pra vir me contar um pouco de você! Espero que essa tua vontade logo se concretize e que seja INCRÍVEL :) E vem me contar, sim!! Um abração