Bélgica

Guia pra comer e beber na Bélgica: waffles, cervejas, chocolates e fritas

Bélgica | 28/08/17 | Atualizado em 03/06/22 | 2 comentários

“O que você fez na Bélgica, Luísa?”. Se você viu meus stories no Instagram, nem tenho como mentir: comer e beber foram minhas principais atividades nos 10 dias que passei explorando pela primeira vez esse pequeno e charmoso país. Ok, eu andei uma média de 15km por dia, conheci gente massa e vi um monte de coisa bonita, mas o que marcou mesmo foram os clichês que ingeri quase que compulsivamente. Nada mais justo, então, do que dedicar meu primeiro post belga às quatro maravilhas que já justificam por si sós uma visita ao país, né? A seguir, compartilho com vocês todo meu conhecimento sobre waffles, cervejas, chocolates e batatas fritas, fruto de uma sacrificada pesquisa de campo. ;)

Waffles

Começando pela minha parte preferida: os waffles. Digo com muito orgulho que comi uma quantidade maior do que o razoável pra um ser humano normal; no meu último dia em terras belgas, cheguei a lanchar e jantar waffles. Mas não caí de amores por qualquer um: meu preferido é o de Liège. Como assim, se eu nem pisei em Liège? Calma que eu explico.

Existem dois tipos de waffle na Bélgica: o de Liège e o de Bruxelas. O primeiro é meio oval, mais denso e leva açúcar na massa (primeira foto), enquanto o segundo é retangular, bem mais leve e costuma vir com açúcar de confeiteiro salpicado por cima (segunda foto). Você encontra os dois tipos na maioria das cidades e vale a pena provar ambos, mas acho o bruxelense meio sem gracinha.

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Não sei que tipo de magia negra eles fazem por lá, mas nunca comi waffles tão bons em outras partes do mundo. É tão delícia que prefiro comer puro mesmo, pra sentir bem o gostinho a massa, mas de vez em quando eu pedia com alguma cobertura pra variar. E não faltam opções: na maioria das barraquinhas dá pra acrescentar mil toppings, tipo chantilly, morango, banana, Nutella, sorvete… Mas saiba que se seu waffle virar um carro alegórico de escola de samba ele vai ficar mais caro e você vai passar atestado de turista (nada contra, é claro :P).

A dica é procurar lugares com fila ou tentar observar se os waffles tão sendo feitos na hora. Se você chegar e já tiver aquela pilha prontinha, esfriando, melhor procurar outro lugar. É muito mais gostoso quentinho! Ah, e se não der pra ver a máquina onde eles colocam a massa, pergunte se o waffle é congelado – alguns lugares só esquentam o troço pronto, o que dá no mesmo de você comprar no supermercado.

Também fique ligado pra não pagar mais do que deve: mesmo em lugares turísticos como perto do Manneken Pis (aquela escultura minúscula de um menino fazendo xixi que ficou inexplicavelmente famosa) em Bruxelas, encontrei waffles de Liège simples (“nature”, em francês) por 1 euro. Em carrinhos de sorvete que se espalhavam pela cidade no verão, eles custavam 2 euros na versão simples e 2,50 com chocolate. Se for muito mais do que isso, pode correr: é cilada pra turista, Bino.

Cervejas

Esse tópico merece um pouco de contexto sobre minha pessoa: eu detestava cerveja até uns 5 anos atrás, e quando comecei a gostar foi PAM, aquele amor sem limites. Adoro provar cervejas diferentes, ainda que morra de preguiça de aprender de verdade sobre o assunto. Daí que logo na minha primeira noite em Bruxelas resolvi provar o maior número de cervejas belgas possível. Pensei “tenho que aproveitar pra conhecer várias, nada de repetir a mesma!”. E aqui vem meu conselho: não façam como eu, amiguinhos.

As cervejas belgas costumam ter um percentual alcóolico alto, então se não quiser ficar misteriosamente bêbado, melhor tomar no máximo umas três por noite. Não se preocupe que ninguém vai vir com aquela brincadeira de “tá criando beta (o peixe) aí no copo, é?”, porque lá é comum passar um tempão tomando a mesma cerva, devagarinho. Também não é muito legal misturar tipos diferentes, a não ser que você seja daqueles abençoados que não têm ressaca.

Vale saber também que muitos bares não oferecem nada ou quase nada de comida, mas a maioria desses deixa você pegar comida em outro lugar (que tal umas fritas?) e consumir no local. Alguns trazem umas batatinhas chips, amendoins e outros mini petiscos como cortesia, então dá ao menos pra enrolar se você estiver de estômago vazio.

Sobre o tamanho: em outras partes da Europa (principalmente Inglaterra e França) sempre tomei pints, que são copos de cerveja com pouco mais de 500 ml. No caso da Bélgica, como as cervejas são mais alcóolicas elas costumam ser servidas em copos de 330 ml. O bom é que geralmente são usados os copos apropriados pra cada cerveja e o garçom serve na sua frente e deixa a garrafinha junto (e tem vários rótulos bonitões ou engraçadinhos, hehe).

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Sempre que ia num bar eu tentava pedir as cervejas que eles tinham de barril (“draught” em inglês ou “à la pression” em francês; infelizmente não desenrolei pra pedir em flamenco). No entaaanto muitas cervejas boas só são oferecidas em garrafa mesmo, então pode se jogar igual. Entre as que pedi (e gostei) estavam Affligem, Kwak, La Chouffe, Karmeliert, Chimay, Leffe Brune, Delirium Nocturnum, Delirium Tremens e De Koninck. Outras famosinhas que você encontra facilmente são Duvel, Orval, Hoegaarden e Omer. Uma que não recomendo é a Brugse Zot, feita em Bruges, uma Pale Ale que achei sem gracinha.

Nos bares, a maioria das cervejas (no copo de 330 ml) custa entre 2,50 e 4,50 euros; a maioria que tomei foi 3,50. Se você estiver hospedado em algum lugar com geladeira, faça a festa no supermercado: dá pra encontrar a maioria das marcas mais populares (incluindo muitas das que citei ali em cima) por menos de 2 euros. Um paraíso! Outra opção um pouco mais cara(mas mais em conta do que em bares) é recorrer às day shops ou night shops, lojas que fornecem álcool e petiscos aos bebuns de plantão.

“Tá, mas onde ir exatamente, Luísa?”. Praticamente todos os bares e cafés que você visitar vão oferecer pelo menos uns cinco tipos de cervejas interessantes, mas um dos mais famosos (e turístico, mas ainda assim legal) é o Delirium Tremens, em Bruxelas, conhecido por ter a maior carta de cervejas do mundo. Também na área mais turística da capital, me surpreendi com o Poechenellekelder, que fica bem junto do Manneken Pis mas tem preços dentro da média, decoração legal e comidinhas (queijos, lasanha etc.) com preços razoáveis. Fui em alguns outros bares, mas vou falar deles nos posts sobre cada cidade. :)

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Ah, em festas e festivais você provavelmente vai encontrar cervejas de menor percentual alcoólico, como Stella Artois (que é originalmente de Leuven, mas foi comprada pela Ambev), Jupiler e Cristal. Eu não gastaria meus eurinhos nessas. :P

Chocolates

Pra os formiguinhas, a Bélgica também é um paraíso. Afinal, os chocolates de lá são superfamosos, e não por acaso. Os melhores chocolatiers belgas usam ingredientes de alta qualidade, com muito cacau e pouca porcaria industrializada. Se você gosta de bombons recheados, então, tá feito: as pralinés foram inventadas por lá (por Jean Neuhaus, que criou a marca batizada com seu sobrenome) e as opções de recheios são quase infinitas.

Também tem marcas pra todo bolso: desde as mais prestigiadas como Pierre Marcolini, Dominique Persoone e Mary (que foi a primeira mulher chocolatière, segundo a guia do free walking tour) a outras um pouco mais acessíveis, como Godiva e Neuhaus e a mais baratinha dentre as consideradas boas, Leonidas.

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Caminhando pelas regiões turísticas das principais cidades, você vai encontrar lojas de todas essas marcas. Em Bruxelas tem muitas pertinho umas das outras, como no bairro Le Sablon, ou (no caso das mais caras) na galeria de luxo bonitona Galeries Royales Saint-Hubert.

Dá pra montar caixas lindas com pralinés variadas, comprar chocolatinhos soltos e pagar pelo peso ou escolher barrinhas tradicionais mesmo. Eu, que ando na vibe viajante-lisa, só comprei barrinhas pequenas da Neuhaus e Leonidas. Nessa última tem opções a partir de 1 euro, mas sem preconceito: provei uns três tipos e todos eram delícia. <3

Tá achando pouco? Além dos chocolates na sua forma tradicional, também tenho duas recomendações que me dão água na boca só de lembrar. 1) Se for pra Antuérpia, passe no bar de chocolate Quetzal e peça uma das delícias que misturam um brownie MARAVILHOSO, sorvete e chocolate quente (com diferentes percentuais de cacau).

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2) Se for pra Bruges, vá na The Old Chocolate House tomar um dos melhores (e maiores) chocolates quentes da sua vida: eles trazem leite quente em xícaras grandes e flocos de chocolate do tipo que você escolher pra deixar derreter na hora. Isso tudo no primeiro andar, num ambiente aconchegante super “casa de vó”, mas no térreo também tem um monte de chocodelícias pra levar pra casa (inclusive os tais floquinhos pra derreter no leite).

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Batatas fritas

Esse era o item que menos me saltava aos olhos a princípio, porque não sou das maiores fãs de fritas, mas chegando lá mordi a língua (metaforicamente) e comi as famosas batatas belgas quase todo dia (saudável toda!). Uma das principais razões pra essas bombas calóricas serem mais gostosas por lá é que tradicionalmente as batatas não são fritas em óleo vegetal, e sim em gordura de boi. Se você for vegetariano, procure um lugar que faça no óleo vegetal (não é o mais comum, mas existe).

É muito fácil achar essas delícias até em cidades pequenas, desde restaurantes normais até – e principalmente – lugares especializados nessa iguaria gordinha, que na parte francesa são chamados de “friture”, “friterie” ou “baraque à frites” e na parte flamenca são conhecidos como “frituur”.

Eu achava que era só pedir a batata num cone de papel com maionese e pronto, mas chegando lá descobri que existe todo um universo de opções de molhos e acompanhamentos. Em geral, a porção de fritas custa cerca de 2,50 euros e o molho é cobrado à parte, por uns 80 centavos. E mesmo que às vezes elas não tenham uma cara tão bonitinha, pela minha experiência o sabor compensa 100% :B

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Provei com maionese e com um molho de carne, mas meu preferido foi o andalouse, que é tipo um molho rosê leeevemente apimentado. Outras opções eram curry ketchup, americano, mexicano, béarnaise, oriental e até um tal de molho brasileiro (que não sei por que se chama assim, já que leva curry).

As friteries mais tradicionais também oferecem vários snacks pra comer junto com as batatas, como fricadelle/frikandel (tipo uma salsicha), espetinhos de carne, croquetes, pedaços de frango e embutidos em geral (bem porcaria mesmo, hehe). Normalmente essas coisas ficam expostas numa vitrine, então dá pra você pedir apontando se não entender os nomes. ;) Eu comi uns croquetes de carne bonzinhos e essa linguiça aí em cima, recheada com cebola e ketchup.

Tem lugares que vendem só pra viagem, mas muitos têm onde sentar. Eu fui em várias e não anotei todos os nomes, mas uma que é boa e fácil de encontrar em Bruxelas é a Fritland.

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Por fim, uma dica importante: em território belga nunca, nunquinha, jamais  se refira às batatas fritas como “French fries”!

Disclaimer: não sou especialista em cultura ou gastronomia belga; as informações presentes nesse post derivam do que pesquisei e principalmente do que observei e ouvi durante 10 dias de viagem por Bruxelas, Gante, Bruges, Antuérpia, Leuven e Bree na companhia de uma amiga belga. Se você acha que algo tá errado, por favor não hesite em me falar! :)

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2 Comentários

  1. Leonardo Santos

    Excelentes comentários e sugestões!
    Que sua viagem continue assim: plena e cheia de alegria.
    Continue a nos enviar estes textos leves e gostosos.

    Abraços.

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