Viajante Cervejeiro: de carona pelo Brasil explorando cervejarias locais
Duas paixões: cervejas e viagens. Uma missão: percorrer todos os Estados brasileiros explorando bares, restaurantes, lojas e cervejarias com bons rótulos locais e internacionais. Parece um sonho, né? Mas há dois anos essa é a profissão de Edson de Carvalho Junior, paranaense de 36 anos mais conhecido como Viajante Cervejeiro.
Pude conhecer Edson e ouvir algumas de suas divertidas histórias quando ele passou pelo Recife, recentemente, e foi dar uma palestra na unidade de Casa Forte da Mestre Cervejeiro (loja de cervejas especiais bem legal, presente em vários cantos do país). Eu já tinha lido o blog dele algumas vezes e até indiquei nesse post sobre turismo cervejeiro, mas lá no evento descobri mais detalhes sobre a história desse publicitário-beer sommelier-blogueiro-viajante. :)
Edson contou que seu amor pelo líquido sagrado só despertou de fato quando ele morou em Barcelona, em 2007, e descobriu que “cerveja” vai muito além de Skol e afins. Depois de viajar pela América do Sul e Sudeste Asiático e acumular vários anos de trabalho no mercado de cervejas artesanais, ele resolveu deixar de lado a rotina e colocar em prática o seu sonho. “A gente sempre ouve que tem que fazer o que gosta. Isso martelava na minha cabeça e eu pensava ‘pô, mas eu gosto de cerveja’. Não tinha uma agência de emprego que oferecesse o trabalho dos meus sonhos, então criei ele pra mim”, conta.
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Sem endereço fixo desde 1º de maio de 2014, ele já percorreu 100 cidades em 16 Estados brasileiros. “O Viajante Cervejeiro é um estilo de vida, algo que venho buscando e conquistando ao longo dos anos. Hoje vivo única e exclusivamente da cerveja”, conta ele no seu blog, que compila dicas de bares, restaurantes, lojas e cervejarias país afora. A principal fonte de renda de Edson são os cursos e palestras em que fala sobre o universo cervejeiro, promove degustação e harmonização de cervejas e conta histórias das suas viagens.
Como ele não tinha muita grana guardada antes de começar esse projeto, vendeu tudo que tinha (até os queridos copos especiais <3) e partiu num estilo de viagem com custos mínimos, que envolve muitas caronas, uma mochila com poucas peças de roupa e hospedagem na casa de amigos e pessoas que conhece pelo caminho ou pela internet.
Os contatos que vai conquistando, é claro, ajudam a abrir portas – tanto de casas com sofás disponíveis quanto de lugares onde provar cervejas e dar suas palestras. E como era de se esperar, além dos rótulos provados pelo caminho, o viajante cervejeiro coleciona amigos e histórias.
Um dia, pegou carona com um piloto de testes de uma montadora de carros que dirigia feito louco e era mó gente boa. Em outro, teve que inventar conversas sobre pescaria pra manter acordado um motorista que mal abria os olhos. Tem outros contos que não envolvem risco de vida também, é claro. :P Mas deixo as anedotas pra o dia em que você puder ir numa palestra dele. ;)
Edson também pôde visitar lugares superinteressantes pra quem se interessa pelo universo cervejeiro, como o Bierkeller, em Porto Alegre, onde é preciso uma senha secreta pra entrar; o Bistrô Estação R&R, um bar de cervejas artesanais no Complexo do Alemão, no Rio; e a Cervejaria Canoinhense, em Santa Catarina, considerada a cervejaria artesanal mais antiga do Brasil ainda em atividade.
Depois de percorrer mais de 17 mil quilômetros, dormir em 140 camas, pegar mais de 200 caronas e visitar quase 300 bares, o viajante cervejeiro confessa que às vezes cansa: “Às vezes dá vontade de ficar o dia inteiro assistindo Netflix de cueca na sala, mas na casa dos outros não dá pra fazer isso, né?”, brinca. Mas ele garante, também, que essa vontade logo passa: “Meu objetivo me move muito. Me sinto, mesmo que como uma formiguinha, contribuindo pra disseminação da cultura cervejeira no Brasil”.
Quer saber onde Edson tá agora, enquanto você lê esse texto? Acompanha o perfil do blog no Instagram, onde teve até post ~emocionante~ sobre o meu Recife. Ele pretende terminar seu roteiro no Acre, mas o desfecho da odisseia não tem data definida – afinal, durante o percurso o nosso Brasil se mostrou ainda maior e mais fascinante do que ele imaginava.
E depois disso tudo, pensa que o cara vai descansar? Que nada. A ideia é reunir o material num livro e continuar essa deliciosa missão por outros países. Quem ficou com inveja levanta a mão! o/
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