Roteiro a pé pelo “lado B” de Santiago, no Chile
Eu já conhecia Santiago e não ia muito com a cara da cidade, mas queria dar uma nova chance tanto aos pontos turísticos tradicionais quanto ao seu “lado B”. Pra isso, além de bater perna aleatoriamente e passear na companhia de uma santiaguina amiga-de-uma-amiga, resolvi colocar no Google “free walking tour Santiago”, entusiasta que sou desses passeios. Encontrei mais de uma opção e não pensei duas vezes antes de escolher o que tinha guias fantasiados de Wally, por motivos de “achei fofo”. :P
O Tour 4 Tips também funciona em Valparaíso (leia aqui sobre o passeio que fiz por lá) e oferece dois roteiros diferentes na capital chilena: às 10h, sai o chamado “Santiago Offbeat”, que passa por mercados e pelo Cemitério Geral; às 15h, você pode fazer o “Santiago Highlights”, mais dedicado ao centro e aos principais monumentos históricos da cidade.
Ambos partem da entrada do Museu de Belas Artes, que fica perto do metrô Bellas Artes, e basta chegar lá e procurar o pessoal de roupa listrada pra começar o passeio, que você só paga no final (o quanto achar que vale, mas eles sugerem entre 5 e 10 mil pesos por pessoa). Eles têm guias que falam inglês e espanhol, mas a disponibilidade depende da quantidade de pessoas interessadas em cada idioma no dia em que você for.
Curti mais o passeio de Valpo, mas também aprendi muita coisa sobre o Chile nos tours por Santiago, além de conhecer um monte de gente massa. O almoço com uma argentina e uma chilena virou passeio, café e cerveja, e já tou pensando em ir visitar uma alagoana querida que conheci no segundo tour. ;)
Pra dar um gostinho pra quem também quer fazer o passeio e ouvir as interessantes histórias sobre cada lugar e pra inspirar umas caminhadas por conta própria com a vantagem de poder ver tudo no seu ritmo, vou falar um pouco de cada roteiro :) Nesse primeiro post, vai o da manhã, o Santiago Offbeat.
A ideia desse tour matinal é mostrar lugares que não costumam ser explorados pelos turistas e que revelam aspectos importantes da sociedade chilena: o guia que nos acompanhou falou, por exemplo, sobre a divisão de classes, que é muito clara por lá.
Depois de uma parada na praça Corregidor Zañartu, os principais pontos visitados são o Mercado Central (mais turístico, dedicado a peixes e frutos do mar, em sua maioria vindos de Valparaíso e San António) e os mercados Tirso de Molina (pequeno, ele tem restaurantes de comida latino-americana no primeiro andar – é onde diz “comida mexicana” aí no mapa :P), La Vega Chica e La Vega Central (de frutas e vegetais).
O roteiro deve ter sido especialmente interessante pra quem não é latino-americano e acha muito exótico o povo gritando e se espremendo pelos corredores ;) Mas mesmo acostumada a esse tipo de ambiente, achei massa ver onde o pessoal compra as coisas do dia a dia.
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Também foi legal a perspectiva de entrar no Mercado Central pela parte de trás, por onde costumam chegar os moradores – diferentemente dos turistas, que vão pela porta principal direto pra área de restaurantes onde você é assediado por mil pessoas chamando pra comer aqui e ali (aproveite pra provar pastel de jaiba e machas a la parmesana!).
Gostei também de saber a importância do La Vega pra cidade: um lugar onde todas as classes sociais se misturam e de onde sai a maioria dos produtos que abastecem os restaurantes de Santiago. Tem até um ditado popular que diz: “Después de dios está La Vega” ;) Acho digno um lugar que fornece comida ser tão importante! (#gordinha).
Além dos produtos chilenos, você encontra por lá vários alimentos típicos da gastronomia peruana, que é muito popular no Chile. Vale a pena ir com calma pra tomar um suco em uma das barracas cheias de frutas, descobrir frutas e verduras que não temos por aqui, observar o movimento…
Depois, pegamos o metrô até o Cementerio General (o maior, mais antigo e mais importante do país), onde o guia falou sobre animismo: por lá, muita gente considera que algumas pessoas que “representavam inocência” e faleceram em circunstâncias trágicas deixam sua alma vagando no lugar onde morreram ou onde foram sepultados, e as pessoas veneram essas figuras, lhes acendem velas e fazem pedidos.
Quando um pedido é atendido, colocam junto à “animita” uma placa de agradecimento, e quando as pessoas veem muitas placas no lugar, pensam que se trata de uma animita realmente milagrosa e a quantidade de fiéis tende a aumentar. É o caso, por exemplo, de Romualdito, cuja triste história o guia nos contou.
Ah, e vimos também vários mausoléus megalomaníacos inspirados nas arquiteturas árabe, egípcia, romana, maia, asteca e tudo que você puder imaginar.
Por fim, fomos até o mausoléu de Salvador Allende, onde o guia falou sobre o golpe de 73, os principais fatos que o precederam, suas consequências e a divisão que aconteceu na sociedade chilena e permanece até hoje – como evidenciou a fala de um santiaguino que nos viu por lá e fez um discurso emocionante sobre a importância de Allende e as supostas mentiras contadas sobre sua morte.
O tour terminou com chave de ouro num bar que fica em frente ao cemitério, onde recebemos uma perigosa cortesia: terremoto, um dos drinques típicos do Chile, que é bem docinho e ressacoso. Ele leva vinho branco barato, sorvete de abacaxi, granadine e às vezes outras bebidas tipo fernet, tequila, rum etc. Alerta vermelho, hein?
Nesse bar, aproveitamos ainda pra comer uma chorrillana, comida típica super gorda (adoro) composta por um monte de coisa frita: batatas, carne, cebola, ovo… Não recomendado pra hipertensos!
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4 Comentários
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Oi, Luísa. Tudo bem? :)
Seu post foi selecionado para o #linkódromo, do Viaje na Viagem.
Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com
Até mais,
Bóia – Natalie
Oba, Natalie :) Obrigada!
Um passeio que eu adoro fazer em Santiago é explorar o parque Quinta Normal, é cheio de museus (História Natural, Ferroviário, Direitos Humanos), além de ser uma área verde lindona.
Verdade, Fabricio! :) Dei uma volta por lá e fui no museu da Memória e Direitos Humanos e no de História Natural. Muito legal :D Valeu pelo comentário!