Suécia

Estocolmo: como transformar um fracasso em atração turística

Suécia | 06/12/13 | Atualizado em 01/12/24 | 2 comentários

O Museu do Vasa (Vasamuseet) é uma das principais atrações de Estocolmo e esse fato é, pra mim, o que o torna mais interessante. Isso porque o museu é dedicado a contar a história do Vasa, um navio de guerra sueco construído com muito alarde no século XVII, que foi o maior #fail do mundo: ele afundou logo depois de deixar o porto pela primeira vez.

Encontrado submerso mais de 300 anos depois, o navio foi içado do porto, restaurado e levado pra Djugarden, a tal ilha dos museus que mencionei aqui. Ou seja: além de ver o impressionante navio ao vivo, o museu nos mostra como a Suécia transformou um grande fracasso – e vergonha nacional na época – em uma interessante atração turística.

museu do vasa

O Vasa, grande fracasso na época, hoje impressiona visitantes

O Vasa foi invenção do rei Gustavo Adolfo, que queria construir o navio de guerra mais potente da época. Ele é realmente enorme, com capacidade pra uma tripulação de 400 homens, e chama atenção pelo esmero em que foi decorado com esculturas entalhadas em madeira.

A maior parte da população local estava envolvida na construção, direta ou indiretamente, e a vida em Estocolmo girava em torno do Vasa.

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Só que parece que o mesmo cuidado com detalhes ao embelezar o navio ficou faltando na hora de projetá-lo, já que em 10 de agosto de 1628 (a partir de 1989 esse dia voltou a ser marcado pelo sucesso porque eu nasci, beijos) ele navegou por uns poucos minutos e puf, um vento forte o fez inclinar e naufragar na frente da população quase toda da cidade.

Ele foi encontrado na década de 1950 e muitos anos depois o pessoal conseguiu tirá-lo totalmente da água, submetendo-o a um dos melhores trabalhos de restauração do mundo. E aí pensaram: por que não tirar proveito do vexame e transformá-lo em algo lucrativo? Povo esperto, esses suecos!

Dá pra caminhar em volta do navio, subindo os andares pra ver de vários ângulos

Dá pra caminhar em volta do navio, subindo os andares pra ver de vários ângulos

Comece sua visita ao Museu do Vasa pela sala em que é exibida um vídeo de 17 minutos contando a história, logo no começo do andar térreo, do lado direito.

Depois, você pode explorar as exposições que se espalham nos vários andares, abordando temas como as guerras navais da época, a recuperação do navio, navegação no século XVII, as pessoas que estavam a bordo e as extravagantes esculturas que adornavam o casco. Subindo os andares, dá pra ter uma boa visão do navio sob vários ângulos – mas não é permitido tocá-lo ou entrar nele.

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Almoço com vista péssima no restaurante do museu ;)

Almoço com vista péssima no restaurante do museu ;)

Depois de olhar tudo que lhe interessar, recomendo uma visita ao restaurante do Museu do Vasa. Normalmente eu não como em museus porque os preços costumam ser altos demais, mas era hora do almoço e eu não consegui resistir à vista maravilhosa e o clima agradável e usei a desculpa de que precisava comer um salmão nórdico em algum momento da viagem mesmo ;)

O preço também não foi tão alto (entrada + prato saiu por umas 90 coroas suecas, ou uns 33 reais na época), então fiquei cheia e feliz! Além dos menus de almoço, também tem saladas, sanduíches, bolos e os tradicionais e deliciosos pãezinhos de canela (kannelbulle) que me conquistaram <3

nham

 

 

Bolinho de amor, quer dizer, de canela

Pãozinho de amor, quer dizer, de canela

Você já visitou o Museu do Vasa ou algum outro ponto turístico parecido? Conhece lugares no Brasil ou em outras partes do mundo que poderiam usar a história pra criar lugares interessantes como esse, de forma inusitada? Conta aí nos comentários!

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2 Comentários

  1. Chico Leal

    Bem interessante o relato, Luisa!
    Gosto de ver como “qualquer coisa” pode se tornar atração turística, desde que haja empenho de um grupo de pessoas. Fica de exemplo de como ver a história como fonte de desenvolvimento econômico e cultural.

    • Exato, Chico! :) Dependendo de como a gente vê e apresenta as coisas, pode fazer uma diferença grande! Podíamos vender o Brasil muito melhor, inclusive, né? Um abraço e obrigada pelo comentário!

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