Viagem pra Dentro

5 coisas que aprendi em 5 anos de blog

Viagem pra Dentro | 14/07/17 | Atualizado em 03/06/22 | 12 comentários

Cinco anos. A mesma quantidade de tempo que passei na faculdade. É um bocadinho de tempo de blog, né? Não consigo nem imaginar a quantidade de horas que já dediquei a esse cantinho e não lembro o que passava pela minha cabeça na hora em que publiquei o primeiro post, num layout horroroso do Blogger. Mas me recordo – mesmo com minha memória de peixinho dourado – de muitos momentos de alegria que o Janelas Abertas já me deu, entrelaçados com os altos e baixos da vida offline.

Nesses cinco anos eu fiz um mestrado em Valladolid, passei um tempo em Budapeste, achei que não sabia o que queria da vida, detestei estar no Recife, consegui um emprego massa, recusei uma bolsa de estudos porque tava amando estar no Recife, engordei e emagreci, mudei o layout do blog duas vezes, comecei a beber cervejas de melhor qualidade, estudei um pouquinho de alemão, fotografia e design, aprendi a gostar de várias comidas novas, me apaixonei um punhado de vezes, aprendi a andar de bicicleta, viajei pelo Brasil, tive preguiça de blogar, virei noites blogando.

Voltei pro Chile, voltei pra Europa algumas vezes, percebi como sou ansiosa e comecei a melhorar isso, mantive amizades de infância, fiz novos amigos pelo mundo, ganhei um sobrinho lindo, tentei fazer pilates, tentei malhar, tentei correr, tentei fazer yoga, tentei fazer natação, vivi os melhores carnavais da vida, planejei viagens que não aconteceram, planejei uma viagem longa e mudei de ideia sobre ela mil vezes.

Comecei a gravar vídeos, recorri aos meus próprios posts pra me lembrar de coisas que fiz, pedi demissão de um emprego que adorava, comecei a me conhecer melhor, comecei a comer um pouco melhor e percebi que tenho, sim, uma boa ideia do que quero da vida.

Nesses cinco anos não mudou a vontade de continuar mantendo esse blog vivo e dar meu melhor pra ele, porque ele é um pedaço de mim. O que mudou foi a coragem de encará-lo como um negócio, com todo o frio na barriga que vem no pacote. E foi pensando sobre isso que resolvi falar, nesse tradicional post comemorativo, sobre cinco coisas que aprendi nesse tempo de blogueirinha.

Desde o dia 14 de julho de 2012, eu aprendi…

1. Que devo (e posso) ter mais confiança no que faço

Sou uma pessoa insegura, muito exigente comigo mesma e tenho uma tendência feiosa de colocar pra baixo as coisas que eu faço. Muitas vezes tenho dificuldade de reconhecer valor em mim e no que tenho a oferecer pra o mundo.

Felizmente, tem gente incrível ao meu redor e aqui na caixa de comentários pra me dar um tapinha metafórico e me fazer perceber que eu, assim como todo serumaninho dessa galáxia, sou capaz de fazer coisas bonitas e inspirar pessoas.

Esses anos foram me ensinando a me jogar mais, não ter medo de ouvir “não”, perder a vergonha de começar coisas novas antes de me sentir pronta, fazer as coisas do jeito que acredito que é certo, valorizar meu esforço e cobrar um valor justo pelo meu trabalho.

Nunca gostei de ficar no centro das atenções, mas sempre achei que tinha algo pra dizer. Por isso, quando paro pra pensar que tou aqui falando com o infinito da internet duas ou três vezes por semana e que milhares de pessoas tão me lendo todos os dias, nem parece real. Mas pouco a pouco, vou aprendendo a reconhecer que é real, sim. Mais que isso: é até digno de orgulho, né?

2. Que escrever é só a pontinha do iceberg

Acho que a maioria das pessoas começa um blog porque gosta de escrever, né? Tá certo que hoje em dia muita gente começa pra ganhar dinheiro fácil, mas se esse for seu caso saiba que tem poucas formas mais fáceis de quebrar a cara do que essa.

Escrever é massa, e mais massa ainda é poder usar plataformas gratuitas e ter sua voz ouvida por um monte de gente que você dificilmente alcançaria algumas décadas atrás. A questão é que isso é só a pontinha do iceberg gigante que compõe um blog.

Eu já imaginava que existia um monte de outras coisas sob a superfície, mas só a prática me mostrou o tantão de trabalho que se esconde por baixo de cada texto. Tomar decisões estratégicas; estruturar pautas; pesquisar informações; selecionar, editar e renomear fotos; cuidar do SEO; gerenciar redes sociais; negociar com parceiros e anunciantes; fazer ou supervisionar ajustes técnicos; produzir vídeos e newsletters; pensar e criar produtos; gerenciar anúncios e afiliados; cuidar da contabilidade; e organizar tudo que se mistura na sua cabeça, seu computador e seu coração. Ufa!

Nessa brincadeirinha, o tempo dedicado à escrita vai derretendo sob o sol das pressões externas, enquanto a montanha de pendências submersas parece que só faz crescer.

Mas a gente vai, milita contra o aquecimento global metafórico e vem aqui às 23h de uma segunda-feira cansada fazer essas comparações toscas pra explicar algo que ninguém tem a obrigação de saber, mas precisa ser dito: blogar dá um trabalho da peste.

3. Que a cooperação pode superar a competição

Uma das coisas mais interessantes nesse mercado é que a competição é um pouco diferente dos moldes tradicionais. É claro que existe um limite no número de sites que alguém é capaz de visitar e especialmente na quantidade de textos que vão ser lidos até o fim, mas você não precisa escolher um só blog de viagens pra acompanhar – e duvido muito que o faça.

Essa consciência torna muitos blogueiros abertos à cooperação, e essa troca de informações e experiências é, pra mim, uma das coisas mais bonitas de fazer parte de um mercado relativamente novo.

Claro que em todo canto existe gente de má fé e que passa a perna no coleguinha, mas tenho a impressão de que isso se ofusca por trás de uma galera massa que acredita que tem espaço pra quem corre atrás.

Que admira os colegas, elogia, faz críticas construtivas, ensina e vai construindo junto novos jeitos de fazer comunicação. Vai dizer que isso né lindo?

4. Que ser eu mesma é suficiente

Não sei se foi mesmo Oscar Wilde que disse “Be yourself, because everyone else is already taken” (algo como “seja você mesmo, porque todos os outros já existem”), mas acho essa uma das melhores citações-clichê das internets. Ainda mais porque de mãos dadas com aquela insegurança que eu mencionei lá em cima tá sempre aquele questionamento “mas por que alguém vai querer parar pra ler o que eu tenho a dizer?”.

Mas enquanto me aproximo dos 30 e vou entendendo melhor quem sou e o que quero, blogar tá me ajudando a perceber que não adianta me comparar com ninguém ou querer me encaixar no padrão X ou Y. Eu sou o que sou, é isso que me diferencia e é isso que faz com que um bocadinho de gente queira vir aqui. Preciso sempre tentar ser o melhor que há em mim, mas entender que não faz sentido querer ser nada além disso dá um baita de um alívio.

5. Que é muito foda ser apaixonado por algo

Tem muita gente andando por aí meio zumbi, ou meio amargurada. Gente que não vê sentido na vida ou no que faz no dia a dia e vive desestimulada, ou pior: vive cheia de ódio sem razão, destilando veneno em caixas de comentários de portais. Pra muitas dessas pessoas, acredito que falta paixão. Pelos seres humanos, pela vida e por algo que as motive.

Eu me sinto extremamente sortuda porque, depois de pensar em estudar jornalismo, depois publicidade, depois jornalismo de novo, depois relações internacionais e outra vez jornalismo (que sina) e acabar trabalhando com publicidade, percebi que minha paixão não precisa caber num diploma.

Que eu gosto de planejar, criar, compartilhar e inspirar e isso pode ser feito de infinitas formas. E uma delas é esse blog, que é minha maior paixão atualmente, porque me dá a liberdade pra colocar pra fora muito do que tem de mais importante dentro de mim.

~

Claro que nada disso seria possível sem você, que abriu esse link e leu esse lenga-lenga de post até o fim. E não importa se você vem aqui desde aquele sábado de julho em 2012 (até parece que eu tinha algum leitor naquele dia :P) ou se chegou há pouco. Ter sua companhia é uma honra. <3

Crédito da foto do item 3: Ismael Dos Anjos

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12 Comentários

  1. Leonardo Santos

    Luísa, acompanho seu blog desde os primeiros passos e fico Muito feliz que tenha evoluído tanto e pelo imenso significado que o mesmo representa em sua vida.
    Desejo-lhe TODA a felicidade/sucesso possível !!!

  2. Ah, que texto lindo! Me identifiquei em várias partes, principalmente essa : “Nunca gostei de ficar no centro das atenções, mas sempre achei que tinha algo pra dizer. ” E PARABÉNS!!!

    • Own. Brigada, Fer!! Que massa que tu gostou e se identificou :) Um abraço e vida longa aos nossos blogs queridos! ;)

  3. RFK

    Lu, só você pra me fazer ter a força que precisava pra voltar pro Face. Assim vejo seu blog rapidinho. Também acompanho suas palavras desde o início do Janelas. Alias, até antes, hehehe. Ler você me enche de alegrias, aventuras, possibilidades, orgulho! Cada blog eu penso: como pode? cada vez mais gostoso? Pois esse foi nocaute. Amei e amo você demais! Pequena pessoa grande e linda!

  4. Jessica

    Este é o terceiro comentário que deixo aqui só pra mostrar como estou apaixonada por seu blog! É uma fonte de inspiração, estou criando o meu aos poucos e você me inspira muito! :)

    • Own, que linda! :))) Fico muito feliz, de verdade! Boa sorte com teu blog! \o/

  5. TIAGO

    Ual, chequei aqui de paraquedas e este foi o primeiro post que li seu. Consegui sentir cada emoção desta montanha russa… Um abraço.

  6. Nay

    Oi Luísa. Conheci seu blog hoje e já estou com várias abas dele abertas.
    Primeiro, porque também quero ter um blog de viagens; segundo, porque já tive um site de jornalismo literário que precisei abandonar. Entre o momento em que criei o site de jornalismo até o momento em que penso neste blog de viagens, se passaram muitos perrengues; troca de cidade, de moradia, de relacionamentos, de emprego, de ambições com essa profissão; muitos sonhos realizados e muitas reflexões e descobertas sobre quem sou e o que quero para minha vida.
    Acho que de todos os blogues de viagem que li ao longo dos anos, o seu foi um dos que mais me deixou com vontade de postar um comentário, porque você não fala apenas de viagens, você coloca a sua alma aqui, os seus percalços para construir e manter o blog.
    Me identifiquei com a parte sobre não gostar de aparecer e ter medo de não ter leitores, mas sentir que há sempre algo a se dizer.

    • Oi, Nay! Que massa esse seu comentário, muito obrigada! :) Uma das melhores partes de blogar é quando acontecem esses momentos de identificação. E essas reflexões e descobertas fazem a vida valer a pena, né? Boa sorte pra nós nessas trajetórias! :) Um abraço

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