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5 formas de se manter financeiramente viajando pelo mundo

Dicas Práticas | 10/04/17 | Atualizado em 27/04/22 | 14 comentários

E aí que você acorda um dia e pensa: “Putz, como eu queria ficar viajando por mais de 30 dias”. Provavelmente depois disso vem algo como “Ah, mas impossível. Não tenho tempo nem grana”. Mas talvez você não saiba ou não tenha parado pra pensar direitinho nas várias possibilidades que existem pra quem quer se manter financeiramente viajando, seja de forma temporária ou permanente.

Spoiler: não é preciso ser rico pra tornar isso possível (ainda que eu não ouse dizer que seja igualmente possível pra todos, especialmente em países como o Brasil).

Pra ter certeza de que você não tá nesse grupo que podia tar vivendo pelo mundo e não sabe, dá uma lida aí embaixo e vê se algum desses modos de vida não se encaixaria com sua personalidade e seus objetivos de se manter viajando. Afinal, me disseram por aí que sonhos existem pra ser realizados. ;)

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Formas de se manter financeiramente viajando pelo mundo

1. Trabalhar muito e juntar dinheiro

Esse é o conceito mais “tradicional”, ou seja, o que tem menos chance de causar estranhamento quando você for explicar pras pessoas o que tá pensando em fazer (não que a opinião alheia deva ser a base pra sua decisão, pelamordedeus).

A ideia é simplesmente trabalhar por anos num emprego tradicional e juntar dinheiro, como fez Luna, que visitou 28 países em 17 meses, e eu mesma, que pedi demissão no fim do ano passado e fui viajar sem data de volta.

Não tem muito mistério: a ideia é economizar grana assim como faria pra comprar um apartamento, um carro, ter filhos ou outra finalidade que a sociedade costuma achar essencial.

E você pode, se estiver bem focado, usar algumas estratégias pra economizar e realizar a viagem dos seus sonhos. Só não se esqueça: o “momento certo” pode nunca aparecer, mas se é isso que você quer, coloque uma data limite e se esforce pra fazer dar certo até lá.

Ah, e também rola de procurar trabalhos temporários que ofereçam uma renda mais alta do que você consegue normalmente, ou que reduzam seus gastos.

Algumas opções são trabalhar em cruzeiros, em eventos como campanhas políticas ou colônias de férias ou mesmo trabalhar já viajando, através de programas tipo work & travel e au pair, em que você muitas vezes não gasta com hospedagem.

2. Trocar trabalho por hospedagem e alimentação

Falando em não pagar por hospedagem, se você tem pouca grana e não pode (ou quer) esperar pra juntar mais, uma boa opção é reduzir ao máximo os custos durante a viagem. Pra isso você pode fazer Couchsurfing, por exemplo, que te permite ficar na casa de desconhecidos de graça.

Mas se quer diminuir ainda mais os gastos e passar mais tempo em cada lugar, criando uma rotina, uma boa opção são os work exchanges, em que você trabalha algumas horas por semana (normalmente de 20 a 30) em troca de um lugar pra dormir e uma ou mais refeições por dia.

Existem vários sites que reúnem essas ofertas de trabalho pra viajantes, e as opções costumam ser vagas em hotéis ou albergues, aulas de idiomas, reparos e serviços domésticos e trabalho em fazendas ou pequenas casas/comunidades que praticam jardinagem, agricultura sustentável etc.

Minha plataforma preferida pra fazer esse tipo de voluntariado em viagens é a Worldpackers, criada por brasileiros. Fiquei amiga do pessoal, cujo trabalho admiro muito! Se quiser se inscrever, você ganha 10 USD de desconto na anuidade inserindo o cupom JANELASABERTAS ou clicando aqui.

Leia também:
Work exchange: tudo sobre troca de trabalho por hospedagem em viagens

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3. Procurar trabalhos informais no destino

Certos empregos são feitos de maneira informal em boa parte do mundo e têm demanda em vários lugares também. Por isso, pode ser uma boa ideia se profissionalizar um pouco em algo que hoje é só um hobby e tentar ganhar uma grana com isso pela estrada ou em algum lugar onde você se fixar por um tempo.

Alguns exemplos são dar aulas de idiomas, ser garçom, músico, dar aulas de ioga ou dança, ser jardineiro, massagista, tatuador, fotógrafo… Olha só um exemplo: Carla Boechat do Fui, Gostei, Contei foi pro Atacama quase sem grana e trabalhou por um tempo numa agência de turismo de lá, já que ela fala outros idiomas e brasileiros tão entre os principais clientes, enquanto uma amiga dela ganhou uma grana vendendo brigadeiros pra turistas pelas ruas.

Muitos desses trabalhos podem não garantir dinheiro suficiente pra você se sustentar 100% na estrada, mas ajudam muito se for preciso complementar as economias ou se você resolver passar mais tempo do que o planejado mundo afora. E são, é claro, boas formas de conhecer gente e viver experiências que um turista “comum” provavelmente perderia.

A pegadinha é que nem sempre vai ser tão fácil arrumar um trampo, então é bom se informar com gente que mora nos lugares aonde você pretende ir pra ter uma ideia da situação por lá.

Carla foi pro Atacama porque um amigo disse que era muito fácil conseguir um trabalho temporário lá em San Pedro, e sei que em muitas cidades do Sudeste Asiático também é, mas na maior parte da Europa já é bem mais complicado fazer isso hoje em dia, por exemplo.

E em alguns países, trabalhar (mesmo que de maneira informal) sem ter o visto adequado pode trazer problemas legais. Seja realista e tenha um plano B pra não quebrar a cara.

E vale ressaltar: a ideia aqui é arrumar um trabalho por umas semanas ou meses, e não “fazer a vida” em outro país na vibe vidaloka, porque esse caso é mais complexo e questões burocráticas costumam atrapalhar bastante. Ir pra outro país com uma mão na frente e outra atrás na esperança de “fazer a vida por lá” e ficar ilegal normalmente não compensa.

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4. Trabalhar de forma remota

Hoje em dia muitos trabalhos não precisam ser exercidos presencialmente, e felizmente muitas empresas tão se dando conta disso. É o tal do “nômade digital” (termo que não curto muito porque implica que você vai estar sempre indo de um lugar pra o outro) ou trabalhador remoto, também conhecido como “location independent” (que é mais amplo, indicando que você PODE trabalhar de qualquer lugar, mas talvez queira ficar na mesma cidade por um tempão).

Esse modelo tá bem na moda e se encaixa melhor pra algumas profissões, como designer, escritor, programador, ilustrador, tradutor, analista de redes sociais… Mas várias outras áreas podem adaptar seu trabalho pra o universo online também – por exemplo, um advogado ou contador que dá consultoria ou um professor de idiomas que dá aulas pelo Skype.

E nesse universo tem de tudo: desde quem exercita sua criatividade e ganha qualidade de vida fazendo os próprios horários com clientes fixos a quem faz trabalhos mais mecânicos que pagam pouco, mas compensam pelo volume (você pode encontrar oportunidades em vários sites como Prolancer, 99 Freelas e UpWork).

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Tem também os trabalhos em que você tem que estar online num horário específico trabalhando pra uma empresa fixa e só o que muda em relação ao modelo tradicional é sua localização. Entendeu, né? O céu é o limite!

Tudo que você precisa ter é um laptop e uma boa conexão de internet, além das suas habilidades pra fazer bem o trabalho em questão e pra gerenciar seu tempo. Tem muita gente que não consegue ser produtiva trabalhando em home office, mas acho que com organização e o ambiente adequado dá pra aprender. :)

Leia também:
Nômade digital e “location independent”: qual é a diferença?
Produtividade no home office: empreendedoras contam suas estratégias

5. Criar um negócio online

Outra forma de se manter financeiramente viajando é um modelo parecido com a ideia do location independent, com uma diferença fundamental: você trabalha pra si mesmo, e não pra os outros.

A ideia é criar um negócio online, como um livro, curso, blog, aplicativo ou canal do Youtube, entre tantas outras opções, e viver da renda desse produto/serviço ou encontrar formas de monetizá-lo (por exemplo, através de programas de afiliados).

Uma versão mais “radical” desse formato deu origem ao famoso livro The 4 hour work week, de Tim Ferris (que eu não li ainda, mas já li tanto sobre que sinto como se tivesse lido :P).

Basicamente, a proposta é que esse tal negócio online seja algo que você possa automatizar a tal ponto que só precise ficar fazendo uma manutenção, enquanto a renda entra de forma quase passiva.

Parece incrível, né? Mas vale lembrar que isso normalmente só é possível depois de um investimento inicial pesado e sem retorno garantido (infelizmente, “dinheiro fácil” é coisa pra se desconfiar).

Moral da história

Qualquer que seja seu modelo escolhido, vale a pena separar um orçamento pra emergências e preparar um plano B caso as coisas não saiam bem como esperado – tipo um possível quarto na casa dos seus pais pra lhe abrigar na volta enquanto você procura emprego :P Só não vale inventar desculpas e colocar obstáculos pra o que você quer!

Tá planejando viver assim? Já coloca em prática alguma dessas formas de se manter financeiramente viajando, ou tem outras estratégias? Me conta nos comentários. :)

Se você efetuar a compra de cursos da Domestika ou da Worldpackers através de links presentes neste post, eu ganho uma comissão pra manter o blog e você não paga nada a mais. Só recomendo produtos e serviços de empresas que conheço e confio!

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14 Comentários

  1. Excelente artigo e resumo, Luisa! Eu trabalho como freelancer e estou montando, aos poucos, o meu próprio negócio. No fundo, seja economizando, trocando hospedagem por trabalho ou trabalhando remotamente, o importante é as pessoas viajar muito! Viajar é o que deve ser o motor para essa decisão.

    Abraço nómada!

    • Oi, Krystel! Pois é, cada um tem que encontrar o modelo (ou a combinação de vários) que mais funcionem pra si, mas o importante é correr atrás do que se quer :) Boa sorte na sua jornada. Um abraço e obrigada pelo comentário!

  2. Hudson

    Olá! Em janeiro de 2018, irei passar 25 dias viajando entre Uruguai, Argentina e Chile. Vc sabe me dizer quanto, em média irá custar essa viagem?

    • Oi, Hudson! Essa é uma pergunta impossível de responder, porque depende de muitos fatores… Lugares que você vai visitar, meio de transporte entre eles, tipo de hospedagem que vai escolher, atrações que vai visitar, como vai se deslocar dentro das cidades, onde vai comer… Sugiro checar as formas de transporte usando sites como Rome2Rio, olhar preços de hospedagem no Booking ou conferir opções alternativas como Couchsurfing e Airbnb e ver uma aproximação do custo de vida em cada cidade em sites como Expatistan e Numbeo. Um abraço!

  3. Reinoldo

    Quanta criatividade.
    Site inspirador!

  4. Alexandre faria carolino

    Estou pretendendo levar um pula pula pq acho que pode ser uma forma de conseguir uma grana rapids ate que consiga um trsbalho .

  5. Rangel Castro

    Depois que conheci esse blog achei bem interessante a idéia, então nos meus dias de folga(aventureiro de mentirinha haha), eu vou pra cidades vizinhas e vendo um único tipo de produto pra virar uma grana extra, e sabe o mais legal?! Vendendo 5 produtos eu lucro 150 reias, isso em menos de 2horas!!! Mais doque ganho por dia na empresa onde trabalho. Aí fico imaginando se eu fizesse isso diariamente em várias cidades, vários estados, vários países… seria incrível!!!
    Bom, essa foi uma breve de uma das minhas experiências da vida e quis compartilhar. Derrepente pode vir a servir de exemplo a pessoas que queiram fazer experiência por aí. “Penso, logo faço!”

    • Oi, Rangel! Que legal :) Obrigada por compartilhar! Talvez seja o caso de você investir mesmo nesse negócio, né? Muitas vezes o “convencional” não é nem a opção que nos traz mais satisfação, nem a mais lucrativa. Um abraço!

  6. fabio de souza

    olá, muito boa a pagina, eu trabalho com segurança eletrônica (Câmeras de segurança, alarmes, cercas elétricas etc..) na minha cidade, acham que eu conseguiria viver na estrada, imaginando que cada cidade que eu atraque teria algo para fazer no meu ramo tais como manutenções, instalações, etc? minha esposa trabalha com artesanatos e serviços gerais. sera que conseguiríamos viver pelo Brasil desta forma? obrigado pela atenção.

    • Oi, Fabio! No caso da sua esposa imagino que seja bem possível, sim! Mas no teu caso eu não sei dizer porque não faço ideia de como funciona esse mercado… Pela sua experiência, existe sempre muita demanda pra esses serviços? Imagino que se vocês forem passar alguns meses em cada cidade, seria possível se tornar conhecido (“fazer um nome” no local, digamos assim) e conseguir trabalhos, mas penso que seria preciso expandir sua atuação pra outros serviços relacionados pra conseguir uma renda razoável. Uma sugestão seria juntar dinheiro pra se manter por alguns meses, pesquisar cidades que possam ter uma demanda mais alta desses serviços e escassez de profissionais capacitados e fazer uma experiência por um tempo :) Um abraço e boa sorte!

  7. leandro de oliveira

    acredito que a melhor forma para conseguir se manter financeiramente e com liberdade de tempo e lugar assim sendo possivel viajar para onde quando quiser e tendo um negocio online que so ira depender de uma conexão com a internet e um notebook

  8. Rainer

    Imagino o quão legal deve ser viver a vida dessa forma. Tenho como meta alcançar a independência financeira e viajar por pelo menos uns três anos. Mas até o momento são poucas as experiências com viagens, principalmente por eu ser sempre muito sozinho. Acredito que um bom começo seria começar a fazer pequenas viagens planejadas. Mas confesso que estou um pouco receoso e inseguro em viajar sozinho.

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